Filho que confessou ter matado a mãe de 84 anos disse que era um "fracassado"
Anna Geralda foi morta esganada pelo filho no apartamento onde eles moravam no bairro Jardim Camburi
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O homem, de 64 anos, que confessou ter matado a própria, de 84 anos, disse à polícia que cometeu o crime porque se sentia um "fracassado" e culpava a idosa por isso. Ele foi preso em uma pousada no bairro Manoel Plaza, na Serra, horas depois de ter assassinado a vítima, identificada como Anna Geralda Boninsenha.
Anna foi morta esganada no apartamento onde morava com o filho no bairro Jardim Camburi, em Vitória. O corpo dela foi encontrado pela cuidadora dela por volta das 15h30, de quarta. Detalhes do caso foram revelados pela Polícia Civil na tarde desta quinta (17).
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O chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), delegado Ricardo Almeida, explicou que a cuidadora chegou ao apartamento da vítima e encontrou a chave da residência em uma mesa do lado de fora, o que causou estranheza.
"Ela entra na casa e se depara com o corpo da vítima, já sem vida, caído ao chão e a residência bagunçada com sinais de houve ali uma violência e luta corporal", explica.
A mulher acionou o Samu e a filha da idosa, uma vez que o filho, que morava no local com Anna Geralda, não estava no apartamento.
Os investigadores do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) foram acionados e começaram a realizar buscas pelo acusado. Ele foi encontrado à noite em uma pousada no bairro Manoel Plaza. Aos policiais, ele disse que iria dormir no local e se mataria nesta quinta.
Em depoimento na Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM), nesta quinta, ele revelou detalhes do crime. O acusado disse que matou a mãe esganada e a surpreendeu no momento em que ela estava no quarto dobrando roupas na cama.
A chefe da DHPM, delegada Raffaella Aguiar, disse que ao ser indagado sobre o motivo de ter matado a própria mãe, o homem disse que apresenta um quadro depressivo e que essa era uma forma dele se vingar dela.
Segundo a delegada, a todo momento do interrogatório ele voltava à infância para justificar o motivo de se sentir uma pessoa fracassada.
"Disse que teve uma criação mais rígida, que ele vinha de uma família de posses e sempre teve tudo muito fácil. Hoje em dia, ele se entendia com um fracassado em todas as áreas da vida, profissionalmente, como filho, como pai, como marido. Ele via que não era nada e imputou isso, essa culpa, na criação dele. Quando a família dele teve um problema, ele não soube lidar com esse conflito e isso gerou nele uma raiva da genitora, que ele não soube lidar", afirmou ela.
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Acusado disse que era para ter matado a mãe há anos
A chefe da DHPM, delegada Raffaella Aguiar, disse que o acusado é uma pessoa culta e formada em Engenharia. Durante o interrogatório, ele demonstrou que a vontade de matar a mãe já vinha de anos atrás quando o homicídio não era classificado como um crime hediondo.
“Ele virou e falou assim: ‘eu devia ter matado a minha mãe quando eu tinha 25 anos, porque a lei era mais branda’. Ele estava certo desde domingo que a mataria e da mesma forma que o fez. Foi um crime nutrido por longos anos”, disse ela.
Ao ser questionado sobre o sentimento depois de matar a mãe, a delegada revelou que ele disse que sentia alívio. "Ele disse que não sentia nem amor, nem ódio pela mãe. Ele disse que sentia desprezo. Isso é uma coisa muito forte, porque era uma pessoa idosa que quando ele teve um problema conjugal acolheu ele novamente”, afirmou a delegada.
“A vítima era uma senhora normal, que todas as outras pessoas que se relacionavam com ela não tinham nada o que reclamar, então você ver que é um problema dele, pessoal, uma situação emocional dele mal resolvida com ele que fez com que ele tivesse esse tipo de postura”, conclui ela.
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