Cinco policiais presos acusados de participar da execução em Pedro Canário
Os cinco devem passar por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira (2)
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Cinco policiais militares foram presos acusados de participarem da execução de um adolescente, de 17 anos, em Pedro Canário, no Norte do Estado: dois cabos e três soldados. A informação foi divulgada pelo comandante-geral da Polícia Militar, Douglas Caus, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (2).
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O caso aconteceu na manhã desta quarta-feira (1º), no bairro São Geraldo, e chocou a população capixaba pela frieza dos policiais flagrada em um vídeo de uma câmera de segurança. Nas imagens, o adolescente aparece deitado no chão, aparentemente, algemado (assista abaixo).
Em um certo momento, ele levanta, é afastado pelo PM até encostar no muro e é morto com, pelo menos, um tiro à queima-roupa. Após ser atingido, o rapaz, ainda é arrastado para um terreno baldio.
Neste vídeo, só aparecem três policiais militares, mas a corporação confirma que os cinco presos participaram da ocorrência.
"No momento que a PM tomou ciência do fato do vídeo, imediatamente o comandante do batalhão determinou o supervisor de área que levasse os policiais militares para o batalhão para que eles prestassem esclarecimentos dos fatos. Diante dos esclarecimentos dos fatos, foi lavrado auto de prisão em flagrante dos 5 policiais militares pelo crime de homicídio", disse Caus.
De acordo com o comandante-geral, os cinco foram trazidos para Vitória, onde passaram por exame de corpo de delito, no Departamento Médico Legal (DML). Logo depois, eles foram levados para o presídio Militar, onde devem passar pela audiência de custódia, por volta das 13 horas, ainda desta quinta-feira (2).
"O juiz auditor deve converter o auto de prisão em flagrante, que é uma peça administrativa, em uma prisão preventiva, aí vira um processo e todos os nossos atos correcionais serão encaminhados pela decisão do juiz auditor, em solicitação de diligências posteriores que o MPES julgar pertinente. Mas essa decisão cabe ao juiz militar", informou o militar.
Douglas Caus também informou que o grupo se reservou ao direito de ficar calado, durante o depoimento na Corregedoria da Polícia Militar, com a presença de seus advogados.
Pedido de investigação
Em suas redes sociais, o governador Renato Casagrande informou que determinou providências imediatas para investigação do caso.
Recebi imagens de uma aparente execução em abordagem de policiais militares em Pedro Canário que não condizem com o dever da PM. Determinei que sejam tomadas as providências imediatas à apuração do caso.
— Renato Casagrande 40 (@Casagrande_ES) March 1, 2023
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