Caso Sara: "Feminicídio com ocultação de cadáver", diz PC após prisão de suspeito
Vítima desapareceu em novembro de 2022 e polícia reuniu provas contra ex-namorado
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Foi preso preventivamente nessa terça-feira (20), um homem de 44 anos investigado pelo desaparecimento da jovem Sara Serra dos Santos, de 20 anos, ocorrido no dia 13 de novembro de 2022. Na casa dele foram encontrados roupas, crachás, fotografias e outros objetos que pertenciam à vítima. A ação da polícia aconteceu no bairro Serra Dourada III, na Serra.
Diógenes de Freitas Ferreira dos Santos, vulgo "Jorginho", teve um envolvimento amoroso com Sara. A polícia acredita que a jovem tenha sido morta por ele ao tentar terminar o relacionamento. O caso foi registrado como desaparecimento, mas contradições no depoimento de Diógenes e seu histórico de comportamento de obsessão com outras namoradas levou a polícia a desconfiar de crime. "A gente está diante de um feminicídio com ocultação de cadáver", afirmou o delegado Ricardo Almeida.
A vítima já relatava perseguição e ameaças do suspeito contra ela e no dia de seu desaparecimento chegou a dizer para a irmã que estava indo conversar com ele e que se algo acontecesse ele seria o culpado. Diógenes demorou dois anos para ser preso porque, segundo a polícia, a ausência do corpo dificulta a reunião de provas.
O delegado Gustavo Ximenes explicou que a vítima alugou um imóvel em Serra Dourada e Diogénes era o proprietário do local. Os dois começaram a ter um relacionamento amoroso, que já durava aproximadamente três meses. Neste período a vítima já havia relatado à família que Diógenes era uma pessoa obsessiva. "Ele perseguia, ia no trabalho dela, praticava violência psicológica, então a gente tinha esses fatos no inquérito policial", detalhou Ximenes.
Apesar dos indícios que levavam à culpa de Diógenes após o sumiço da vítima, o delegado explicou que não havia provas diretas. A polícia reuniu provas analisando outros elementos como câmeras de videomonitoramento, quebra de sigilo telefônico e contradições em depoimentos, levando ao pedido de prisão preventiva.
Diógenes já possuía outros processos na Justiça, na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, pelos crimes de perseguição e de ameaça. No Espírito Santo, uma ex namorada do investigado também já havia denunciado ele por perseguição e violência doméstica, na Serra. Além disso, a família de Sara também fez denúncias por sofrer ameaças.
Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima entrando no imóvel no dia do crime, já que ela alugava o espaço no mesmo quintal do investigado. Após, mostram ele saindo do local por três vezes, na última utilizando o carro. "Ele pega o carro e coloca na garagem, inclusive de ré", relatou o delegado.
A polícia verificou o trajeto do veículo pelo Cerco Inteligente. Ele sai aproximadamente às 20h30, e vai até o município de Fundão, retornando às 23h50. A polícia agora vai analisar alguns corpos sem identificação encontrados na região e fazer exames de DNA comparando com familiares da vítima.
Na época do desaparecimento, Diógenes chegou a prestar depoimentos, nos quais ele entrou em contradição, dizendo não ter saído de casa no dia. Ele também possuía ferimentos no rosto que indicavam que poderia ter entrado em luta corporal com alguém.
Durante a prisão nesta terça, o investigado não reagiu à prisão e se manteve em silêncio. No celular dele, a polícia averiguou muitas fotos da vítima, tiradas sem ela perceber enquanto eles estavam juntos. Além disso havia fotos de reportagens feitas noticiando o desaparecimento dela. "Ele ficou vidrado realmente nessa pessoa. Um comportamento totalmente psicótico", disse o delegado.
Durante busca e apreensão na residência dele, foram localizados diversos pertences da Sara, como documentos pessoais, roupas e fotografias. Diógenes foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e ocultação de cadáver. "O intuito agora é tentar localizar o corpo da Sara para finalizar essa investigação e confortar a família", pontuou Ximenes.
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