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Caso Kauã e Joaquim

“Esperamos que ele pegue mais de 100 anos de prisão”, diz avó de Kauã

Desabafo é da avó paterna de Kauã, 6, Marlúcia Butkovsky. O ex-pastor Georgeval Alves vai a júri popular na próxima segunda


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Imagem ilustrativa da imagem “Esperamos que ele pegue mais de 100 anos de prisão”, diz avó de Kauã
Avó paterna de Kauã, 6, Marlúcia Butkovsky, diz que os últimos cinco anos não foram fáceis para a família |  Foto: Dayana Souza/AT - 09/04/2021

Prestes a completar cinco anos, o caso que envolve a morte dos irmãos Joaquim Salles Alves, de 3 anos, e  Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos,  que ocorreu em abril de 2018, em Linhares, enfim, terá um desfecho na próxima semana.

Isso porque o pai e padrasto das crianças, acusado pelo crime, o ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, irá a júri popular no fórum criminal da cidade. 

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O julgamento é aguardado não só pela família das vítimas, mas também pelas autoridades que atuaram no caso. 

Emocionada, a avó paterna de Kauã, Marlúcia Butkovsky disse que espera, no mínimo, mais de 100 anos de condenação para o ex-pastor.

“A  nossa expectativa, como família, é que ele seja julgado em mais de 100 anos. Ele não pode ficar impune desse crime e, se Deus quiser, será condenado”, disse a autônoma. 

Ela, que pretende acompanhar todos os dias do júri, na cidade de Linhares, contou como foram os cinco anos sem a presença do neto. 

“Não tem sido fácil para a gente. Se abalou a sociedade como um todo, imagina para nós da família? Mas esperamos na lei divina e sabemos que também existe uma aqui na terra”, disse. 

O ex-pastor irá a júri popular na próxima segunda-feira (03), no Fórum Criminal de Linhares. Ao todo, serão ouvidas 20 pessoas, sendo cinco delas peritos que irão prestar esclarecimentos. Uma dessas pessoas que será ouvida é o delegado que atuou no caso, André Jaretta. 

“Preciso estar às 9h lá. Acreditamos na condenação, conforme a conclusão apresentada pela Polícia Civil ao final das investigações”, disse à reportagem de A Tribuna, na tarde de sexta-feira. 

Quem também aguarda pela condenação é o assistente de acusação e que representa a família de Kauã, o advogado Siderson Vitorino. “Vamos colocar foco nas provas técnicas que estão no processo,  nossa expectativa é que o acusado seja condenado em mais de 100 anos”, disse o advogado.

Pedido 

A defesa do ex-pastor Georgeval Alves, representada pelo advogado Pedro Henrique Sousa Ramos, pediu o adiamento do júri que está marcado para a próxima segunda-feira. O pedido, no entanto, foi negado pelo juiz

Entre as alegações feitas pelo advogado, para justificar o adiamento, está o pedido de substituição de uma das testemunhas, que seria um ex-advogado do acusado.

entenda o caso

Imagem ilustrativa da imagem “Esperamos que ele pegue mais de 100 anos de prisão”, diz avó de Kauã
Georgeval durante depoimento em CPI dos maus-tratos em crianças |  Foto: Thiago Coutinho/AT - 30/05/2018

> 20 de abril de 2018

- Entre 22h30 E 22h40, o ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves foi para casa com o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6, após ter ido a uma sorveteria, em Linhares, e visitado um dos membros da igreja. Sua mulher, e mãe das crianças, a ex-pastora Juliana Pereira Salles Alves, estava em Teófilo Otoni, Minas Gerais, participando de  congresso de mulheres com o filho caçula.

> 21 de abril de 2018

- Segundo a Polícia Civil, por volta de 0h30, uma vizinha declarou à polícia que ouviu gritos das crianças.

- Imagens de câmeras de videomonitoramento da rua mostram fumaça saindo da casa da família, às 2h22.

- ÀS 2h24, vizinhos chegaram para ajudar a combater o fogo. Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Linhares chegou às 2h30 e relatou que, no início do combate ao incêndio, o quarto estava destruído e as crianças já estavam mortas.

> 22 de abril de 2018

- Um dia após o incêndio, o ex-pastor e sua mulher Juliana ministraram um culto na Igreja Batista Vida e Paz, em Interlagos, Linhares.

> 23 de abril de 2018

- A hipótese inicial era de que uma pane elétrica teria causado o incêndio. Após o primeiro depoimento, a polícia passou a suspeitar do ex-pastor.

- Na mesma semana do crime, o ex-pastor concedeu entrevista à imprensa, na porta do Departamento Médico Legal (DML), de Vitória, onde ele e a ex-mulher, Juliana Sales, foram recolher material genético para testes de DNA. Ele disse que o fogo começou pelo ar-condicionado do quarto das crianças e  que ele teria feito de tudo para salvá-las.

> 28 DE ABRIL DE 2018

- Foi decretada a prisão temporária, por 30 dias, de George. Ele foi preso em hotel de Linhares.

> 23 de maio de 2018

A Polícia Civil anunciou que o ex-pastor estuprou, agrediu e colocou fogo nas crianças ainda vivas. A polícia descartou o envolvimento da ex-pastora Juliana no crime.

> 10 de maio de 2018

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Irmãos Joaquim e Kauã |  Foto: Acervo da Família

- Por conta dos exames de DNA, as crianças foram enterradas dia 10.

> 20 de junho de 2018

- A ex-pastora Juliana foi presa em Teófilo Otoni, Minas Gerais, acusada de negligência e os mesmos crimes do ex-marido foram impostos a ela. Ela foi solta e, uma semana depois, foi presa novamente.

> JANEIRO DE 2019

- Juliana foi solta e segue assim até os dias atuais. Ela foi denunciada pelo Ministério Público pelos mesmos crimes impostos a Georgeval.

> MAIO DE 2019

- O juíz André Bijos entendeu que Juliana não deveria responder pelos mesmos crimes que Georgeval e impronunciou a mesma, ou seja, ela não enfrentaria o júri popular.

> OUTUBRO de 2019

Por decisão da desembargadora Elizabeth Lordes, Juliana e Georgeval passaram a responder a processos separados.

> FEVEREIRO de 2023

O Tribunal de Justiça marcou o júri do ex-pastor para 13 de março no Fórum de Linhares, porém, foi adiado para o dia 3 após pedido do advogado por questão de saúde.

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