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Caso Kauã e Joaquim

Júri de ex-pastor acusado de matar filhos deve durar 3 dias

Georgeval Alves é acusado de espancar, estuprar e assassinar o filho de 3 anos, e o enteado, de 6 anos. Julgamento é em abril


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Imagem ilustrativa da imagem Júri de ex-pastor acusado de matar filhos deve durar 3 dias
Georgeval Alves foi interrogado durante a CPI de Maus-tratos a crianças, na sede do Ministério Público, em Vitória. Ele é acusado de matar o filho Joaquim e o enteado Kauã (destaque). |  Foto: Thiago Coutinho

Após quase cinco anos  de um crime que chocou  os capixabas, a Justiça do Espírito Santo decidiu marcar o julgamento  que vai definir a vida do  ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, acusado de espancar, estuprar e matar o  filho Joaquim Salles  Alves, de 3 anos,  e o enteado Kauã Salles  Butkovsky, de 6, em Linhares.

O  júri popular – que estava designado para o dia 13 de março, mas foi remarcado para 3 de abril – deve durar três dias, contará com 25 jurados e será comandado pelo juiz Tiago Fávaro Camata. Ao todo, serão ouvidas 20 pessoas, sendo cinco  delas peritos que irão prestar esclarecimentos. 

Pelo menos 11 pessoas foram arroladas pelo Ministério Público  do Espírito Santo, sendo um delegado,  dois  bombeiros, cinco peritos e três testemunhas. Outras quatro pessoas foram arroladas pelos advogados de acusação e cinco  pela defesa do ex-pastor.

Três das cinco pessoas que serão ouvidas no júri a pedido da acusação são testemunhas que presenciaram a reação do ex-pastor, logo após o incêndio e morte das crianças. As outras duas são dois delegados, sendo um deles o responsável pela coordenação da equipe que apurou o caso, André Jaretta.

“A índole perniciosa (que causa o mal) de Georgeval pode ser provada por meio de uma importante prova testemunhal, que é uma conselheira tutelar. Ela foi até a casa onde eles viviam, após receber denúncias de que as crianças choravam muito”, revela o advogado de acusação, Siderson Vitorino. 

Outra pessoa  que será ouvida no tribunal do júri é o delegado de Polícia Civil Romel Pio de Abreu Junior, convidado a prestar esclarecimento sobre as investigações a pedido do Ministério Público. 

O delegado, que na época do crime tinha acabado de assumir a Delegacia de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Linhares, contou que instaurou inquérito após tomar conhecimento do caso. 

“No dia seguinte ao fato, eu cheguei à delegacia e já comecei as primeiras diligências. Pedi o laudo dos Bombeiros e depois acionei a perícia para ir ao local”. 

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O comportamento do ex-pastor  foi importante para que as investigações mudassem de rumo. 

Na época, ele era casado com Juliana Salles, mãe das crianças e que chegou a ser presa por negligência, mas a polícia descartou o envolvimento dela no crime em 2018. 

“Durante a perícia,  Georgeval foi visto do lado de fora da casa, acompanhando o trabalho da equipe pela janela. Achei estranho e, de imediato, chamei-o na delegacia para  prestar declarações”. 

Após as contradições apresentadas em depoimento, aliado aos laudos técnicos, apresentados pela  perícia dos bombeiros e da Polícia Civil, o ex-pastor acabou preso.

Estudantes de Direito querem participar do julgamento

A procura para participar do júri que vai definir o destino do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves é grande, segundo funcionários da 1ª Vara Criminal de Linhares. Além da população em geral, estudantes de Direito andam interessados em participar do julgamento. 

Segundo Siderson Vitorino, advogado de acusação do caso e que representa a família de Kauã Butkovsky, isso acontece devido à gravidade e repercussão do caso. 

“A procura por espaço na sala do  júri é grande porque muitas pessoas já me perguntaram sobre, porque têm interesse em participar de um caso que chamou atenção  não só no Estado, mas em todo o  País”. 

Em nota, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo disse que o  plenário possui 107 assentos, dos quais 25 serão reservados para os jurados. Sobre a participação de estudantes de Direito no corpo de jurados, o órgão disse que  só terá essa informação assim que os 25 jurados forem sorteados. 

“Existe uma lista com cerca de 300 nomes de pessoas que poderão atuar como jurados ao longo do ano, mas dessa lista serão sorteados 25 titulares. Então, é possível que nessa lista de 300 pessoas existam estudantes de Direito, mas não significa que serão sorteados entre os 25 titulares”, disse o órgão. 


ENTENDA O CASO


20 de abril de 2018 

Entre 22h30 e 22h40, o ex-pastor  Georgeval Alves Gonçalves retornou  para casa com o filho Joaquim, de 3 anos, e Kauã, de 6, após ter ido a uma sorveteria, em Linhares, e visitado um dos membros da igreja. 

Sua mulher e mãe das crianças, a ex-pastora Juliana Pereira Salles Alves, estava em Teófilo Otoni, Minas Gerais, participando de um congresso de mulheres com o filho caçula.

21 de abril de 2018

Segundo a Polícia Civil, por volta de 0h30, uma vizinha declarou à polícia que ouviu gritos das crianças.

Imagens de câmeras de videomonitoramento da rua mostram fumaça saindo da casa onde a família morava, às 2h22.

Com incêndio em estágio avançado, o pastor foi para a parte externa da casa e, sem abrir o portão, ficou andando de um lado para o outro. 

ÀS 2H24, vizinhos chegaram para ajudar a combater o fogo. Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Linhares chegou às 2h30 e relatou que, no início do combate ao incêndio, o quarto estava destruído e as crianças já estavam mortas. 

22 de abril de 2018

Imagem ilustrativa da imagem Júri de ex-pastor acusado de matar filhos deve durar 3 dias
George Alves e Juliana Salles, pais das crianças mortas em Linhares. |  Foto: Rodrigo Gavini

Um dia após o incêndio, o ex-pastor e sua mulher Juliana ministraram um culto na Igreja Batista Vida e Paz, em Interlagos, Linhares.

23 de abril de 2018

 A hipótese inicial era de que uma suposta pane elétrica teria causado o incêndio. Após o primeiro depoimento, a polícia passou a suspeitar do ex-pastor.

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Georgeval e Juliana durante culto. |  Foto: Wilton Júnior

Na mesma semana do crime, o ex-pastor concedeu entrevista à imprensa, na porta do Departamento Médico Legal (DML), de Vitória, onde ele e a ex-mulher, Juliana Sales, foram recolher material genético para testes de DNA. 

Na ocasião, ele disse que o fogo começou pelo ar-condicionado do quarto das crianças e afirmou ainda que ele  teria feito de tudo para salvá-las. 

27 de abril de 2018 

Foi solicitada perícia para análise de vestígios de sangue encontrados no box do banheiro e na escrivaninha na sala da casa.

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