673 moradores do mesmo bairro do ES já caíram em golpes este ano
Agindo de forma presencial ou virtual, golpistas fizeram milhares de vítimas no Estado neste ano
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Agindo de forma presencial ou no mundo virtual, golpistas já fizeram mais de 25 mil vítimas no Estado neste ano. Somente em um bairro, Praia da Costa, em Vila Velha, 673 casos foram registrados de janeiro até o mês passado.
Nesse universo, segundo levantamento no Painel de Crimes Contra o Patrimônio, um dado chama a atenção: 260 casos referem-se a crimes cometidos na internet.
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Bairro mais populoso do Estado, Jardim Camburi, em Vitória, também tem despertado o olhar de golpistas.
Neste ano, 496 ocorrências de estelionato e fraude foram registradas. Dessas, 213 referem-se a crimes cometidos na internet.
O titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), Alan Moreno de Andrade, destaca que grande parte dos crimes ocorre via internet, seja pelas redes sociais e aplicativos de mensagens.
“Os golpistas têm se reinventado. Eles acordam e adormecem pensando em modalidades de golpes para fazer cada vez mais vítimas”.
O deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), em parceria com a Associação Comunitária de Jardim Camburi, realizou ontem, na Escola Professor Renato José da Costa Pacheco, a audiência pública: “Como está a segurança em Jardim Camburi?”.
Gandini, que é morador do bairro e lamenta sobre outras ocorrências no local, como furtos e roubos, disse que foram convidadas todas as forças de segurança para a audiência: polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, além do Conselho de Segurança.
A ação de golpistas, como ressaltou o presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi, Bruno Malias, fez parte da pauta.
“Os golpistas aproveitam da ingenuidade das pessoas para agir. Entre as vítimas, há idosos que caem em golpe, principalmente os virtuais. Nós, inclusive, vamos oferecer curso de informática básica, pelo Programa Qualificar ES. Muitos idosos se inscreveram e destacam que precisam aprender sobre a ferramenta para não cair em golpes virtuais”.
Malias pede a integração das forças de segurança para combater esse e outros tipos de crimes.
Já o diretor da Associação dos Moradores da Praia da Costa, Gilson Pacheco, diz que a tendência é aumentar ainda mais os casos, não só no bairro onde mora.
No seu entendimento, as leis são brandas e contribuem para o “prende e solta”. Além disso, ele diz que o efetivo das forças de segurança deveria ser maior para dar conta da demanda existente.
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Vila Velha
Praia da Costa: 673 ocorrências de estelionato/fraude foram registradas, sendo 260 referentes a crimes cometidos na internet
Por mês
- Janeiro: 78
- Fevereiro: 97
- Março: 98
- Abril: 84
- Maio: 78
- Junho: 98
- Julho: 68
- Agosto 72
Dias da semana
Domingo: 33
Segunda-feira: 107
Terça-feira: 130
Quarta-feira: 126
Quinta-feira: 96
Sexta: 114
Sábado: 67
Por horário
- A maioria dos crimes (497 ocorrências) ocorreu entre 8 e 18 horas
- Das 10 às 15 horas foram 326 ocorrências
Outros bairros de Vila Velha
- Centro: 297 ocorrências de estelionato e fraude foram registradas neste ano, sendo que 80 foram no mundo virtual
- Itapoã: 269 (123 pela internet)
- Praia de Itaparica: 259 (120 pela internet)
- Glória: 206 (41 no mundo virtual)
Vitória
- Jardim Camburi: 496 ocorrências de estelionato e fraude, sendo 213 pela internet
- Praia do Canto: 393 (156 virtuais)
- Enseada do Suá: 317 (74 virtuais)
- Centro 257 (98 pela internet)
- Jardim da Penha: 235 (108 na internet)
Serra
- Parque Residencial Laranjeiras: 250 (58 pela internet)
- Jardim Limoeiro: 198 (63 virtuais)
- Colina de Laranjeiras: 192 (69 pela internet)
- Morada de Laranjeiras: 153 (60 pela internet)
- Feu Rosa: 140 (49 pela internet)
Cariacica
- Campo Grande: 150 (29 virtuais)
- Itacibá: 98 (33 virtuais)
- Nova Rosa da Penha: 80 (36 pela internet)
- Jardim América: 71 (20 virtuais)
- Nova Brasília: 56 (33 na internet)
Fonte: Painel de Crimes Contra o Patrimônio, da Sesp.
Especialistas dão dicas para evitar prejuízos
Nos exemplos de investidas de criminosos, há golpes conhecidos, como o do bilhete premiado, de mensagens informando que o número de telefone mudou e até do golpe do amor. Por isso, especialistas dão dicas para evitar prejuízos.
No caso do golpe do novo número, o criminoso cria um perfil no aplicativo com fotos roubadas de redes sociais e começa a conversar com parentes e amigos se passando pelo usuário, fingindo que trocou de número e pede dinheiro.
Sobre esse golpe, o delegado Alan Moreno de Andrade diz que existem pessoas que estão criando códigos entre familiares e amigos. Assim, em caso de emergência de um depósito, por exemplo, informam os dados para ter a certeza que do outro lado não há um criminoso.
O delegado disse que as pessoas também devem desconfiar de vantagens oferecidas. Especialistas ouvidos orientam ainda que os usuários evitem compartilhar informações pessoais on-line, tomem cuidado com e-mails e links suspeitos e utilizem senhas fortes.
Ressarcimento
Jardim da Penha, em Vitória, também se destaca nas estatísticas de golpes. Neste ano, foram 235 ocorrências. Uma professora de 61 anos é uma das vítimas. Ela estava em um caixa eletrônico de um banco na orla de Camburi.
“Aceitei ajuda de um estranho, que trocou o meu cartão sem eu perceber e fez um saque. Tive um prejuízo de R$ 13.900, mas fui ressarcida pelo banco”.
Análise | Eduardo Pinheiro, especialista em Crimes Cibernéticos: “Os usuários estão mais vulneráveis”
“Os golpes, sobretudo os on-line, têm sido uma preocupação crescente. No entanto, o cenário se agravou com o megavazamento de dados pessoais em janeiro de 2021, quando informações confidenciais de 210 milhões de brasileiros foram expostas.
Esse incidente desencadeou uma alarmante onda de atividades fraudulentas, todas se aproveitando do fato de que os dados pessoais vazados podiam ser usados para rastrear as vítimas e dar credibilidade aos golpistas.
Além disso, a evolução tecnológica proporciona um terreno fértil para criminosos cibernéticos desenvolverem novas táticas. O aumento do uso de dispositivos móveis, redes sociais e serviços on-line tornou os usuários mais vulneráveis, uma vez que se tornaram alvos atrativos para a coleta de informações.”
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