Hamas ameaça matar civis sequestrados caso Israel siga com ataques a Gaza
Guerra iniciada na região do Oriente Médio já deixou quase 1.500 pessoas mortas e mais de 6.100 feridas
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As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, ameaçaram executar civis de Israel sequestrados pela facção terrorista caso Tel Aviv prossiga com bombardeios contra edifícios residenciais na Faixa de Gaza sem avisar previamente ao grupo.
Abu Obaida, porta-voz das brigadas, disse nesta segunda (9) que a facção tem agido "de acordo com as leis islâmicas" e mantido seus prisioneiros "sãos e salvos", mas que mudará o plano se ataques aéreos israelenses prosseguirem nas próximas horas.
"A partir de agora, qualquer ataque ao nosso povo, sem aviso prévio, resultará na execução de reféns civis, que será transmitida em vídeo", disse ele. Ainda é incerto o número de civis e oficiais militares sequestrados desde o início da investida do Hamas, no último sábado (7). Autoridades de Israel, porém, afirmam ser mais de cem pessoas.
Ao jornal The Times of Israel, no entanto, uma alta fonte do governo do premiê Binyamin Netanyahu disse que a decisão de Tel Aviv, por ora, é prosseguir com os ataques na Faixa de Gaza, a despeito do risco de consequências para os israelenses mantidos em cativeiro.
A mesma fonte, não identificada, afirmou que as Forças Armadas de Israel obtiveram informações precisas sobre a localização dos sequestrados, de modo que não atacariam esses pontos.
Até aqui, a guerra iniciada na região do Oriente Médio já deixou quase 1.500 pessoas mortas e mais de 6.100 feridas. Israel confirmou ao menos 800 mortos, enquanto autoridades de Gaza disseram que o número de mortos entre os palestinos é de pelo menos 687.
Os ataques intensificaram os deslocamentos internos da população. Apenas em Gaza, estima-se que mais de 130 mil pessoas tenham fugido de suas casas. Muitos tentam armazenar suprimentos com receio das consequências do bloqueio total anunciado por Tel Aviv, que visa impedir o acesso a água, alimentos e energia elétrica na região.
Na tarde desta segunda-feira, a ONU afirmou que ataques aéreos de Israel já destruíram infraestrutura urbana de saneamento e fornecimento de água, afetando ao menos 400 mil pessoas. Duas escolas usadas pelas Nações Unidas para receber refugiados e imigrantes palestinos teriam sido atingidas.
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