Ministério Público denuncia seis envolvidos em briga de torcidas no Recife
Maior foco dos confrontos foi no bairro da Madalena, na zona oeste do Recife. Os nomes dos acusados não foram divulgados pelo MP-PE
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O Ministério Público de Pernambuco denunciou seis homens envolvidos nas brigas entre integrantes de torcidas organizadas do Santa Cruz e do Sport ocorridas no dia 1º de fevereiro no Recife, antes de jogo entre os dois times pelo Campeonato Pernambucano.
No total, 13 pessoas foram atendidas em decorrência desses conflitos no Hospital da Restauração, principal emergência da cidade. Imagens das brigas se espalharam pelas redes sociais e chocaram pela violência.
A denúncia foi apresentada pela 30ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital. O maior foco dos confrontos foi no bairro da Madalena, na zona oeste do Recife. Os nomes dos acusados não foram divulgados pelo MP-PE.
Um dos denunciados foi acusado de deter no trajeto instrumentos que possam servir para a prática de violência; deter artefato explosivo, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; guardar, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; e de prática de associação criminosa.
Outros dois foram acusados pelos crimes de promover tumulto, praticar violência durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento e participar de brigas de torcidas; empregar artefato explosivo, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; por desobediência; e prática de associação criminosa.
O quarto acusado foi denunciado pelos crimes de promover tumulto, praticar violência durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento e participar de brigas de torcidas; por desobediência; e prática de associação criminosa.
O quinto alvo da Promotoria foi denunciado pelos crimes de dano qualificado contra patrimônio do Estado; por praticar violência durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento, e portar no trajeto, em dia de realização de evento esportivo, instrumento que possa servir para a prática de violência; por desobediência; e prática de associação criminosa.
Por fim, o sexto foi acusado de praticar violência durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento; e portar no trajeto, em dia de realização de evento esportivo, instrumento que possa servir para a prática de violência; e pelos crimes de desobediência; e prática de associação criminosa.
Em um dos vídeos compartilhados no dia das brigas, um homem é espancado por um grupo de homens, alguns deles com camisas do Santa Cruz. Ele é, então, arrastado por uma rua e tem suas roupas arrancadas, em meio a agressões com socos, chutes e pauladas.
Despida, a vítima sofre violência sexual por diversos homens que usam objetos similares a barras de ferro, enquanto ainda é agredida na cabeça.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco decretou que que 13 pessoas presas em flagrante durante a briga tivessem suas prisões convertidas em preventivas na segunda-feira (3). A decisão foi tomada durante as audiências de custódia realizadas no Recife, em Olinda e em Jaboatão.
O presidente da Torcida Jovem do Sport, João Victor Soares, continua internado em um hospital em Pernambuco. Inicialmente, ele recebeu atendimento no Hospital da Restauração, mas foi transferido. Seu estado de saúde e sua nova localização não estão sendo disponibilizados por questão de segurança, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a Polícia Militar, Soares permanece custodiado e com a prisão preventiva decretada, a ser cumprida assim que ele receber alta médica.
Segundo o advogado Rômulo da Silva Brito, representante de Soares, o homem teve lesões na região do ânus, levou mais de cem pontos na cabeça e fraturou dois ossos rádio, mas já passou por cirurgia e está tendo uma recuperação "extraordinária".
De acordo com Brito, João Victor é incapaz de identificar seus agressores. É ele quem aparece desacordado em gravações da briga.
"Ele realmente não reconhece ninguém, até porque os agressores estavam com pano na cabeça. Não foi confusão, nem fusão. O nome disso é linchamento", afirmou o advogado à Folha de S.Paulo no dia 13 de fevereiro.
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