Festa solidária nas areias da Serra com ex-craques da seleção brasileira
Ex-jogadores da seleção capixaba e brasileira de futebol de areia, como Buru, Duda e Pierre, se reuniram por causa beneficente em jogo em Jacaraípe
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A disputa terminou em 7 a 1, mas o jogo era só um detalhe. Buru, Pierre e Duda, três dos grandes nomes do futebol de areia capixaba e brasileiro, se juntaram a outros nomes para um jogo que marcou a abertura do 4º Torneio Solidário de Verão de Beach Soccer. O torneio, que recolhe alimentos para instituições sociais, aconteceu no último final de semana (dias 13 e 14 de janeiro), na Arena de Verão montada na orla de Jacaraípe, na Serra.
Nas arquibancadas, espectadores de todas as idades. Tânia Leandro, de 64 anos, conta que acompanha o futebol de areia há anos e inclusive já chegou a jogar quando mais jovem, na década de 80.
“Moro em Jacaraípe desde sempre. Quando mais nova, eu vinha aqui à praia jogar. Hoje, meus netos é que jogam. Eu amo”, conta.
Já Hélio Rocha, de 56 anos, é fã de futebol de areia e aproveitou para pegar a assinatura do craque Buru, hexacampeão mundial. Ele diz esperar uma retomada do prestígio do esporte. “Tomara que volte como era antigamente”.
Pierre, pentacampeão mundial e bicampeão brasileiro na modalidade, foi quem levantou a taça de campeão da partida. Mas deixou claro que o objetivo era apenas desfrutar o reencontro.
“É uma sensação maravilhosa, uma alegria enorme. Naquela época era muita responsabilidade, muita pressão. E agora a gente desfrutou”, comentou.
Perguntado se pensava em voltar ao esporte como técnico, ele disse não ter vontade, mas aproveitou para elogiar o trabalho feito pela Federação Capixaba de Beach Soccer com a base.
“O Marquinhos (presidente) começou a se preocupar com a categoria de base, que é o nosso futuro. Eles conseguem se espelhar nesse legado que a gente deixou, acho que servir de exemplo é nossa principal responsabilidade”, disse.
Buru, que já foi o melhor jogador do mundo de futebol de areia, mudou de área. Quem levava a bola de um canto para o outro, agora leva e traz materiais e mercadorias.
“Hoje sou empresário do ramo logístico. Não penso em voltar para as quadras. Acho que existe uma geração mais nova que está bem preparada”, afirma.
Já Bruno Xavier, de 39 anos, atacante do Anchieta Beach Soccer e da Seleção Brasileira, disputa no momento o Maranhão Cup, como preparação para o Mundial de Dubai, em fevereiro. “Ele está na fase preparatória, já classificado e disputa agora o campeonato mundial”, informou Pierre.
Olimpíadas é um sonho que parece ser impossível
O desejo do futebol de areia ser inserido nas Olimpíadas é antigo, mas “infelizmente é um sonho que não deve acontecer”. É o que afirma o pentacampeão mundial pela Seleção Brasileira Pierre Almeida.
O goleiro explica que a presença da modalidade nos campeonatos da Federação Internacional de Futebol (Fifa) dificulta a aceitação por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI).
“Existe um acordo de cavalheiros entre o COI e a Fifa em que toda vez que a federação abraça o esporte, ele não compete com o esporte olímpico. Um não enfrenta comercialmente outro”, disse.
O ex-atleta, que lamenta o impeditivo, relembra os pedidos pela inclusão da modalidade nos jogos olímpicos desde a época em que estava em quadra.
“Para nós, é muito triste. A gente, na época que jogava, entrava com faixa pedindo que o futebol de areia fosse olímpico”, conta.
Mas a perspectiva é que o esporte seja cada vez mais valorizado pela Fifa, comenta Almeida. “Deve continuar com a Fifa e a Copa do Mundo deve ganhar mais corpo entre as competições”, comenta.
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