Eduardo Bandeira de Mello: “Gostaria de ver o Flamengo mais profissional”
No Estado para debater a Lei Geral do Esporte, Bandeira de Mello fala sobre Filipe Luís, Landim, Bap e SAFs no futebol brasileiro
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À convite do vereador de Vitória, Bruno Malias, o ex-presidente do Flamengo e atual deputado federal, Eduardo Bandeira de Mello, esteve ontem à noite na Câmara Municipal para uma audiência pública sobre a Lei Geral do Esporte.
Na oportunidade, em entrevista à reportagem do Jornal A Tribuna, além de tratar sobre o tema, o ex-dirigente rubro-negro, elogiado pela responsabilidade financeira em sua gestão à frente do clube, falou sobre o trabalho do técnico Filipe Luís no Flamengo e um possível convite da Seleção Brasileira, avaliou as administrações de Rodolfo Landim e Bap, e deu sua opinião sobre as SAFs no Brasil.
Bandeira elogiou o trabalho de Filipe Luís desde que o ex-jogador assumiu como treinador da equipe profissional, em outubro do ano passado. “Eu não participo da administração do Flamengo. Hoje, sou apenas um torcedor de arquibancada, com muito orgulho. Como torcedor, estou muito satisfeito com o trabalho do Filipe Luís. Ele está superando todas as nossas expectativas”, afirmou.
Lei Geral do Esporte
A Lei Geral do Esporte estabelece uma série de condicionantes para que os clubes adotem uma política responsável. No entanto, isso não é suficiente. Em primeiro lugar, é necessário que essa política seja adotada, mas também há várias questões na lei que ainda precisam ser melhoradas.
Precisamos modernizar a governança no futebol brasileiro, e várias questões devem ser constantemente analisadas e atualizadas.
Filipe Luís
Eu não participo da administração do Flamengo. Hoje, sou apenas um torcedor de arquibancada, com muito orgulho. Como torcedor, estou muito satisfeito com o trabalho do Filipe Luís. Ele está superando todas as expectativas.
Seleção Brasileira
Acredito que, se a CBF vier substituir o Dorival Júnior e chamar o Filipe Luís, ele provavelmente não aceitará, pois está no meio de um trabalho excelente, começando sua carreira e já conquistando muitos títulos. Tenho quase certeza de que ele preferirá continuar seu trabalho no Flamengo.
Se pensarmos bem, os grandes treinadores de futebol mundial não são treinadores de seleção, mas sim de clube. Eu deixaria o Filipe Luís lá, ele está muito bem.
Landim
Acho que todas as gestões têm pontos positivos e negativos. O desempenho esportivo do Flamengo, na gestão do Landim, foi bom, mas poderia ter sido melhor. A gente sempre imagina que poderia ser mais. Vale lembrar de 2023, quando não ganhamos nada, porque houve muitas trocas de treinadores. Até o Dorival estava indo bem, mas as mudanças ocorreram.
O fato é que o Flamengo é maior que os outros clubes, e eles aproveitaram bem o processo de recuperação financeira do clube.
Os aspectos negativos, na minha visão, estão mais fora do campo, em questões de gestão. As premissas de profissionalização e de personalidade, que vigoravam no nosso mandato, não foram seguidas. O Flamengo voltou a ter diretores amadores e a estrutura de “tomada de decisões” que vimos no passado. Nesse sentido, acredito que houve falhas.
Bap
A expectativa é que a situação melhore agora. Em relação à profissionalização, não vejo uma evolução significativa. Acho que está tudo centralizado na figura do presidente. O diretor-geral que foi contratado é excelente, trabalhou comigo e tem muita competência, mas não está com as atribuições necessárias. Ele cuida da parte administrativa e financeira, mas o futebol e a gestão do estádio não estão sob sua responsabilidade.
Gostaria de ver o Flamengo administrado de forma mais profissional, com uma equipe que realmente tome decisões coletivas. Eles estão começando agora. O vice-presidente é muito bom, confio nele, assim como em outros dirigentes da equipe. Vamos torcer para que dê certo. Como rubro-negro, estou lá, na torcida para que o Flamengo se saia bem.
SAF
Muitos clubes, como Cruzeiro, Botafogo e Vasco, estão se transformando em SAFs motivados pela difícil situação financeira e pelo excesso de dívidas.
No caso do Flamengo, não vejo a menor necessidade. Sou absolutamente contra. O Flamengo, na nossa gestão, foi administrado com a competência de uma das melhores empresas privadas e com a transparência das melhores empresas públicas. O clube pode continuar como uma entidade esportiva sem fins lucrativos, que vai muito bem assim.
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