Encontro de gerações na folia
Famílias inteiras se unem em torno do Carnaval capixaba e passam o amor pelo samba de pai para filho. Folia em Vitória começa sexta e vai até domingo
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Samba no pé, festa e muito brilho estarão presentes no Carnaval de Vitória, que este ano acontece de sexta a domingo no Sambão do Povo! E, é claro, momentos familiares não ficam de fora, com diferentes gerações curtindo juntas essa celebração para lá de animada.
Bárbara Danielle de Almeida, de 34 anos, contou que sua família vive a data em peso. Vice-presidente da Andaraí, ela afirmou que a paixão pelo Carnaval começou com seu avô, que passou o sentimento para os filhos dele.
“Hoje fazem parte da escola minha mãe, irmãs, tios, tias, primos e sobrinho. São pessoas de várias idades e que ocupam cargos diversos: há membros da velha guarda, mestre de bateria, ritmista”, contou.
“É uma emoção que não tem como explicar. É amor mesmo”, concluiu. A Andaraí marcará presença no Sambão do Povo, em Vitória, sexta-feira.
No caso da administradora Juliana de Lima Wilmsen Passos, de 36 anos, o apego pelo evento anual foi compartilhado por sua avó. Ela é passista da Mocidade Unida da Glória (MUG) e tem a família ao seu lado no momento da folia: o marido, Bruno Phelipe Passos Wilmsen, 34, ritmista, e seu filho Gabriel, de 6 anos, que toca repique.
“Minha avó era baiana numa escola da cidade onde eu nasci, Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Eu a acompanhava nos ensaios e já sonhava em ser passista”.
Juliana disse que se mudou para a Glória, em Vila Velha, no ano de 2016, e a partir daí passou a acompanhar a MUG. “Nosso filho nasceu em 2018 e desde a barriga é 'Muguiano'”.
Segundo a administradora, a felicidade é grande ao ver o pequeno gostar tanto do que faz. “É um orgulho saber que ele vai carregar esse amor para a próxima geração”, ressaltou.
Outra agremiação que também tem casos de Carnaval como tradição nas famílias é a Pega no Samba, que se apresenta sábado.
“Aqui é forte a questão de passar o amor de geração para geração e tratamos isso com enorme carinho. Vejo dentro da quadra muitos familiares, parentes de fundadores. Isso fortalece bastante a nossa escola”, comentou o presidente da agremiação, Dannilo Amon.
“Com a família reunida, emoção é ainda maior”
O que é bom pode ficar ainda melhor junto da família! Isso foi o que foliões contaram para A Tribuna. Segundo eles, dividir os momentos de ensaios e desfiles com os avós, pais, filhos, tios, sobrinhos e primos faz toda a diferença.
George Falcão, de 32 anos, por exemplo, contou que estar junto da família representando uma agremiação é emocionante.
“O lado bom de ter a família toda reunida é que a emoção fica maior no desfile ou nos eventos da escola. É muito confortável estar na escola de samba e saber que a família toda está presente ali. Além de ser lindo, isso trás o aconchego para a gente e a sensação de estar em casa com os seus”, comentou o diretor e coreógrafo.
Ele disse que por muito tempo esteve com a MUG. Neste ano, porém, afirmou estar voltando para “sua casa”, a Unidos da Piedade, onde sua mãe, Maria Anita Brasileiro Falcão Oliveira, de 63 anos, e a irmã Marcela Brasileiro Falcão, 46, atuam como diretoras da Ala da Comunidade e da Ala das Crianças, respectivamente.
Quem também está animado para o evento é Luciano de Paula Pires, presidente da escola de samba Mocidade da Praia. Ele afirmou que este ano será especial por ser a primeira vez que sua filha, a pequena Mariana, de 9 anos, irá desfilar.
Estar junto dos familiares no meio carnavalesco é muito bom, de acordo com ele. “Todos vivem o dia a dia”.
Outra pessoa grata por isso é Adrielson Lima, de 26 anos. “Eu agradeço a Deus e aos meus guias por ter uma família totalmente envolvida no Carnaval. É a maior festa cultural do mundo, e poder fazer parte disso me deixa muito feliz”, relatou.
Intérprete da Novo Império, ele afirmou que deu início aos trabalhos carnavalescos aos 7 anos. E, seguindo a tradição, passou o amor pela folia para seu filho, o pequeno Lucca Diogo, que é ritmista da escola Pega no Samba.
Descontração
O sociólogo Carlos Lopes explicou que o Carnaval proporciona uma horizontalidade em todas as relações sociais, inclusive as familiares.
“No que tange às famílias, é um momento de descontração, alegria e entusiasmo. É onde as famílias podem sair daquela formalidade muitas das vezes instituída pela figura paterna e materna, podendo haver essa desconstrução dos lugares hierarquizados”.
Ordem dos desfiles
Grupo A- Sexta-feira, 2 de fevereiro
1ª Andaraí.
2ª Mocidade da Praia.
3ª Imperatriz do Forte.
4ª Independente de São Torquato.
5ªImpério de Fátima.
6ª Unidos de Barreiros.
7ª Independente de Eucalipto.
Horário: Apresentações terão início às 22 horas.
Grupo Especial - Sábado, 3 de fevereiro
1ª Novo Império.
2ª Unidos de Jucutuquara.
3ª Independente de Boa Vista.
4ª Mocidade Unida da Glória (MUG).
5ª Chegou o Que Faltava.
6º Unidos da Piedade.
7ª Pega no Samba.
Horário: Apresentações terão início às 22 horas.
Grupo B - Domingo, 4 de fevereiro
1ª Chega Mais.
2ª Rosas de Ouro.
3ª Mocidade Serrana.
4ª União Jovem de Itacibá.
5ª Tradição Serrana.
Horário: Apresentações terão início às 18 horas.
Ingressos
Podem ser adquiridos pelo site brasilticket.com.br. Presencialmente, no CountryVille (Cariacica) e na loja Indus (Shopping Vitória). Há menos de 2 mil disponíveis. Opções para arquibancada, mesa, camarote e lounge.
Valores da Arquibancada
Dia 2: R$ 70 (inteira), R$ 35 (meia) e R$ 42 (meia social).
Dia 3: R$ 100 (inteira), R$ 50 (meia) e R$60 (meia social).
Domingo: Entrada gratuita.
Passaporte para dias 2, 3 e 4: R$ 160 (inteira), R$ 80 (meia) e R$96 (meia social).
Com a adição do desfile das campeãs, em 10 de fevereiro, o valor do ingresso é a partir de R$ 92,50.
Fonte: Organização do evento.
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