Escolas criam mais incentivos para formar líderes no futuro
Aulas de empreendedorismo, drama e oratória, além de simulação de eventos da ONU, estão sendo utilizadas nas instituições de ensino
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Seja para cargo de alta gestão ou não, um candidato com perfil de liderança tende a se sobressair. Se antes essas competências eram desenvolvidas apenas durante o ensino superior, agora escolas têm criado mais incentivos para que os estudantes saiam da educação básica já com o perfil de liderança bem estabelecido.
“A educação tem de acompanhar as mudanças da sociedade. Com isso, escolas particulares do Estado têm incentivado os jovens a serem líderes e empreendedores. Temos essa atividade de empreendedorismo em todas as escolas”, destacou Moacir Lellis, presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES).
Um exemplo do que acontece na prática são alguns dos projetos desenvolvidos pela rede Sesi. Os estudantes, segundo a gerente executiva de Educação Sesi ES e Senai ES, Tatiane Franco, além de participarem de eventos como simulação da ONU e aulas de empreendedorismo, também são estimulados a desenvolver, dentro da aula de robótica, uma espécie de “escuderia” de Fórmula 1.
“A escola é o lugar para errar, treinar e ganhar confiança. Lá fora, o mercado não vai permitir falhas. Queremos trazer aplicabilidade do conteúdo, com experiências, trocas e com competências que vão torná-los profissionais diferenciados”, afirma Tatiane.
Prêmios em competição mundial
Fórmula 1 in Schools

Um dos destaques de projetos que estimulam a liderança dos alunos do Sesi, aponta a gerente executiva de Educação Sesi ES e Senai ES, Tatiane Franco, é a Fórmula 1 in Schools, dentro da robótica, em que equipes montam “escuderias” e são responsáveis por todo o processo: engenharia do carro, captação de recurso, marketing, pitch de apresentação e até projeto social. O desempenho já rendeu premiações em competição mundial.
Os professores, Bruno de Castro (Robótica) e Leandro Zanetti (Geografia), por exemplo, orientam os alunos Maria Eduarda Cruz, 16, Camille Carvalho, 16, Enzo Alves, 16 e Pedro Pegoretti, 17, para o desenvolvimento de projetos na instituição.
Simulação da ONU e Empreendedorismo
Outro eixo desenvolvido na instituição é a Simulação Interna da ONU, que prepara os alunos para atuarem como diplomatas, representando países e negociando soluções para questões globais. O projeto inclui oficinas de oratória, estudos de caso e laboratórios de negociação.
O empreendedorismo também é incentivado aos estudantes do ensino fundamental. Na Feira do Sesi, os alunos criam empresas, desenvolvem produtos, elaboram planos de negócio e vendem suas soluções durante o evento. A atividade exige que os estudantes pratiquem liderança, persuasão, técnicas de vendas e argumentação, conectando diretamente o conteúdo escolar ao mercado.
Projetos
Na Escola Americana de Vitória, entre os projetos, além do inglês por imersão, os estudantes têm mentoria de carreira e podem “imergir”, durante uma semana, em empresas de diferentes setores.
“Ao final, cada estudante apresenta um projeto, que poder ser de melhoria, ou uma análise de caso, relacionado ao que eles estão estudando”, explicou Cristiano Carvalho, diretor executivo da escola.
Esporte, aulas de drama e oratória estão entre as atividades oferecidas aos estudantes do Centro Educacional Leonardo da Vinci para ajudar a formar líderes do futuro.
“O verdadeiro líder vai trabalhar de forma coletiva, num somatório de ideias”, destaca Mário Broetto, diretor da escola.
Simulação da ONU e Empreendedorismo
Outro eixo desenvolvido na instituição é a Simulação Interna da ONU, que prepara os alunos para atuarem como diplomatas, representando países e negociando soluções para questões globais. O projeto inclui oficinas de oratória, estudos de caso e laboratórios de negociação.
O empreendedorismo também é incentivado aos estudantes do ensino fundamental. Na Feira do Sesi, os alunos criam empresas, desenvolvem produtos, elaboram planos de negócio e vendem suas soluções durante o evento. A atividade exige que os estudantes pratiquem liderança, persuasão, técnicas de vendas e argumentação, conectando diretamente o conteúdo escolar ao mercado.
Conselho de Estudantes
Imersão bilíngue

Aposta em uma metodologia de ensino baseada em projetos e imersão bilíngue. A partir do 6º ano, estudantes da Escola Americana de Vitória podem participar do Conselho de Estudantes. Nessas reuniões, os representantes discutem pautas, propõem soluções, votam e definem planos de ação.
Inovadores
A partir do 9° ano, a disciplina EAV Innovators aproxima os alunos do mercado e da inovação. Davi Aguiar, 14, Enzo Santuzzi, 15, Nina Rosa, 15, e Gabriel Hamer, 15, por exemplo, são alguns dos alunos que recebem orientação da professora Anna Paula, de EAV Innovators.
A proposta da disciplina, segundo Cristiano Carvalho, diretor executivo da instituição, inclui visitas técnicas a empresas, mapeamento de problemas reais, elaboração de soluções e participação em hackathons. Nessas competições, os grupos têm três minutos para defender a empresa que criaram diante de bancas formadas por profissionais de startups, faculdades e empresas.
Mentoria
Os estudantes do ensino médio contam ainda com um programa de mentoria, em que mapeiam as áreas de interesse de carreira. A iniciativa, chamada de EAV Professional Experience, é uma imersão de uma semana em empresas de diferentes setores, como escritórios de advocacia, indústrias, shopping centers e instituições financeiras.
A habilidade de falar em público é trabalhada em todas as etapas de ensino e ganha espaço específico no ensino médio, com a disciplina de Oratória. A matéria ensina técnicas de apresentação e persuasão, por exemplo.
Estímulo à liderança de turma
SibONU

No Colégio Batista Brasil Vila Velha, um dos projetos para desenvolver a liderança dos estudantes é o SibONU – Simulação Interna Batista da ONU. Na atividade, os alunos representam diferentes países e defendem suas posições em cenários que simulam reuniões diplomáticas. Todas as pautas, dossiês e situações são elaborados pelos próprios estudantes, explica o diretor Almir Pacheco.
Líderes de Turma e Sistema Financeiro
Há também o projeto Líderes de Turma, vinculado ao Grêmio Estudantil, dando aos alunos a oportunidade de exercer papéis de liderança.
O colégio conta ainda com o projeto Nosso Sistema Financeiro, em que os alunos criam um país fictício, com leis próprias, moeda oficial e representantes. A experiência culmina em uma feira empreendedora, na qual eles comercializam produtos.
Ensino, empatia e organização
Liderança e Oratória

A Inspired Education, mantenedora do Centro Educacional Leonardo da Vinci, segundo o diretor da instituição, Mário Broetto, acredita que “formar líderes é um princípio central do projeto pedagógico”. O conceito parte da ideia de que o aluno deve, antes de liderar os outros, aprender a liderar a si mesmo.
A comunicação é trabalhada de forma ampla. Além da oratória, o currículo inclui aulas de drama voltadas para a linguagem corporal, expressão facial e gestual. Alunos do 9° ano, por exemplo, participam da atividade Ted Talk, que faz parte da disciplina de Oratória.
Gincana Cultural e Parceria Solidária
Os estudantes são incentivados, também, a estimular a empatia, por meio do trabalho em equipe, entendendo o papel do líder como alguém que serve a um propósito coletivo. Projetos como a Gincana Cultural (1ª série do Ensino Médio) e o Projeto MBP (2ª série) reforçam a importância da colaboração e do protagonismo.
Outro projeto é a Parceria Solidária. Nele, alunos dão aulas para estudantes de uma escola pública todas as sextas-feiras, desenvolvendo habilidades de ensino, empatia e organização.
Representantes de turma

Entre os trabalhos que estimulam a liderança dos alunos, a Escola Monteiro desenvolve o Projeto Bem-Estar, em que estudantes do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio exercem papéis de liderança ao elegerem representantes de turma e participarem de assembleias periódicas, tanto com seus colegas quanto com a direção da escola.
Nesses encontros, os líderes discutem pontos positivos, apresentam críticas e sugerem melhorias para o dia a dia escolar. “Primeiro, os alunos ouvem os próprios colegas. Com as demandas e sugestões em mãos, participam de outro fórum com mais líderes de turmas e representantes da direção”, explica a diretora da escola, Penha Tótola.
Líder de uma das turmas de 6º ano, Maria Clara Rabello, 12 anos, conta que o objetivo do seu trabalho é ouvir os colegas, levantar queixas e discutir propostas de solução. “Por exemplo, tínhamos uma demanda sobre estabelecer um uso mais equilibrado da quadra para meninos e meninas. Porque, sem essa organização, eles sempre ocupavam a quadra primeiro”.
“Conseguimos que fosse feito um cronograma e, hoje, às sextas-feiras a quadra maior da escola é nossa. E há um cronograma para usos da menor quadra e uma divisão nos outros dias. Foi uma conquista importante e me orgulho de ter participado. Está bem melhor agora”, diz a estudante, que joga vôlei e futebol feminino.
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