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Economia

Vem aí a energia “agrossolar”

Técnica em teste em Minas Gerais e outra alternativa usada no Espírito Santo agregam a produção no campo à geração fotovoltaica


Imagem ilustrativa da imagem Vem aí a energia “agrossolar”
Leila Azevedo e o marido, Edivaldo Rangel, estão investindo em energia solar após comprarem uma propriedade a zona rural de Guarapari |  Foto: Roberta Bourguignon / AT

A integração entre agricultura e o uso de energia solar vem sendo estudada no País, que está prestes a ter energia chamada de “agrofotovoltaica”, ou, de maneira mais popular, “agrossolar”.

Testes em curso em Minas Gerais podem apontar caminhos para a produção agrícola embaixo de placas fotovoltaicas que produzem energia solar, por exemplo.

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Outra alternativa é a produção em lagoas. Para isso, é montada uma estrutura flutuante, com os painéis em cima, que é colocada na água, conforme Fabrício Gobbo Ferreira, diretor técnico administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

“A sombra produzida serve para os peixes. A estrutura flutuante fica ancorada no meio do corpo da água, mas com a conexão elétrica com a parte em solo”, detalhou o engenheiro eletricista Carlos Sena.

Já em relação ao projeto em Minas Gerais, o objetivo da iniciativa é aumentar a eficiência do uso da terra. Na prática, as placas solares serão implantadas há três metros de altura do solo, onde pode haver agricultura ou pecuária.

O número de placas e o espaçamento entre elas vai ser estudado de acordo com cada cultura, considerando suas necessidades em relação ao recebimento de luz solar.

Dois projetos experimentais serão implantados em Minas Gerais, conforme a Pesquisadora da área de Recursos hídricos e Irrigação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Polyanna Mara de Oliveira.

Algumas culturas vão se beneficiar do sombreamento produzido pelas placas. Em outros casos será possível a inserção de culturas mais sensíveis ao sol em regiões com maior incidência de luz solar.

Também é esperado aumento de eficiência da produção de energia, já que o microclima criado pode reduzir a temperatura dos painéis fotovoltaicos. “Vamos estudar a viabilidade técnica, econômica e ambiental” , explicou Polyanna.

O sistema será implantado até junho deste ano. “A ideia é, no final, entregar para o produtor a metodologia de se produzir dentro de um sistema desses”. Os resultados podem contribuir com outros estados.

Para a cultura do café, especialistas apontam que a técnica não seria viável pelo uso de maquinário para colheita, drone para pulverização e falta de mão de obra disponível. Para outras culturas o sistema já tem sido utilizado em outros países.

Telhado fotovoltaico

Após comprar uma propriedade de 2,5 alqueires na zona rural de Guarapari, Leila Azevedo, 43, e o marido Edivaldo Rangel, 34, estão revitalizando a área. Com um restaurante na propriedade, eles têm horta e produzem outros alimentos.

Além disso, estão transformando uma parte da propriedade que há mais de 100 anos era pasto em uma plantação consorciada. Visando a sustentabilidade, investiram também em energia solar. “Foi um investimento de R$ 50 mil e já está funcionando a todo vapor. Eu senti no bolso o benefício. Entrei pagando R$ 1.200 de conta de luz por mês e hoje pago R$ 35”, comparou Leila.

A energia produzida é utilizada para o funcionamento das bombas de água, no restaurante, no curral, no campo de futebol, por exemplo.

Energia produzida em casa possibilita água na torneira

Nas propriedades rurais, a energia solar tem diversos usos, que vão deste o residencial até o uso para agroindústria e agroturismo, por exemplo.

Nessas localidades é o produtor que tem que providenciar a captação da água subterrânea para o uso. Para isso, são utilizadas bombas hidráulicas que consomem muita energia, conforme lembrou o Fabrício Gobbo Ferreira, diretor técnico administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

“Produtores estão utilizando a energia solar produzia na própria propriedade para o funcionamento da bomba”, destacou. Ele citou ainda o uso da energia solar para a irrigação; “O Espírito Santo é o Estado que mais irriga no Brasil”.

Programa

O Programa “Energia Limpa no Campo” vai possibilitar aos beneficiários a economia com energia elétrica, e a utilização de energia limpa, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). A pasta está iniciando contratação para estabelecê-lo.

De acordo com a secretaria, as comunidades rurais atendidas aumentarão a lucratividade das atividades produtivas, reduzindo o custeio relativo ao consumo de energia elétrica no beneficiamento dos produtos agrícolas.

Investimento de R$ 320 mil

Conta cai de 8 mil para R$ 500 

No Sítio dos Lagos, em Domingos Martins, o proprietário Bruno Bumachar Louzada,27, implantou o sistema de geração de energia solar no solo, derrubando a conta de energia que passou de cerca de R$ 8 mil, em média, para R$ 500.

Ele contou que a energia produzida é capaz de suprir a necessidade da pousada e do restaurante. "Hoje até sobra um pouco". O investimento de R$ 320 mil foi feito em duas etapas, a primeira há seis anos e a segunda há cerca de três.


Saiba mais

Energia solar

Estão sendo buscadas formas de integração da energia solar com a produção agrícola e pecuária no país, numa produção de energia agrossolar.

Estrutura flutuante

Para produção de energia solar é possível aproveitar lagos e açudes. Para isso, é montada uma estrutura flutuante, com os painéis em cima, ficando ancorada no meio do corpo da água, mas com a conexão elétrica com a parte em solo. A sombra produzida serve para os peixes.

Projeto Experimental

Em Minas Gerais, um modelo desenvolvido na Europa, que integra produção agrícola ou pecuária e energia fotovoltaica está sendo estudado. Ele é utilizado na Alemanha, Japão, França, Chile. Os países foram adaptando ás próprias necessidades.

A iniciativa é da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD).

Especialistas apontam que por envolver placas fotovoltaicas a três metros de altura, esse tipo de projeto será mais caro, já que vai exigir uma estrutura mais robusta, que suporta intempéries, como vento e chuva. A viabilidade técnica e econômica vai ser avaliada ao longo do projeto experimental.

No Estado

Na zona rural do Espírito Santo, atualmente, as placas são instaladas, geralmente, no telhado das residências ou no solo. Quando a luz do sol entra em contato com as placas, gera uma energia. Por meio de um inversor, a corrente contínua é convertida em uma corrente alternada. E essa energia é jogada para a instalação da residência. Todo o excesso vai para a rede da concessionária.

O que gera a energia é a radiação solar e não o calor do sol.

Fonte: especialistas citados na reportagem e pesquisa AT

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