Uno 1990 é vendido a 100 mil reais
Fiat Mille foi dado como prêmio em Colatina em rifa de igreja, mas dono não sabia dirigir. Com 61 km rodados, valor histórico definiu venda
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Deixando para trás a poeira, após ficar guardado por 34 anos, um Fiat Uno Mille fabricado em 1990 foi vendido por mais de R$ 100 mil pelo advogado e colecionador de carros antigos capixaba Sizenando Braga.
Apesar das mais de três décadas de existência, o veículo nem foi emplacado e tem apenas 65 km rodados, sendo considerado zero, daí o alto preço do carro, cujo modelo foi o primeiro popular com motor 1.0 do País e tem valor histórico.
Ainda com os plásticos amarelos nos bancos, como saiu da concessionária, com manual, documentos de compra, pneus de fábrica, todo original, ele chamou a atenção ao ser exposto no Encontro Brasileiro de Autos Antigos, em Água de Lindóia, São Paulo.
“No primeiro dia do evento, um colecionador de São Paulo viu e me fez uma proposta, que recusei. No segundo dia, ele melhorou a proposta e aceitei”, contou Braga.
O advogado capixaba explicou que, se soubesse da repercussão, teria esperado mais para vender. “Mas a gente olha a conta bancária e fica tudo bem”, brincou.
No próximo ano, o automóvel vai estar valendo mais ainda, segundo ele. “É um exemplar que você não vai ver nunca mais. Um carro com mais de 30 anos de existência com 60 quilômetros rodados, mantendo todas as características”, ponderou.
O Uno também desperta a memória afetiva de toda uma geração: “A geração que estava na juventude na década de 1990 lembra que os pais tinham esse carro. Eles querem revisitar, lembrar do avô, da mãe, das viagens, das idas para escola. São coisas que marcam.”
Colatina e Serra
O movimento do antigomobilismo preserva a história. “Um olhar sobre esse carro vai relembrar momentos inesquecíveis da vida. Os sentimentos que brotam das pessoas em momentos como esses são os mais diversos”, disse Braga.
O carro foi comprado na concessionária da Fiat de Colatina pela Igreja Católica de São Roque do Canaã, para a realização de uma rifa. O ganhador da rifa, contudo, não tinha carteira de habilitação e não sabia dirigir, por isso resolveu deixar o carro guardado, o que se estendeu por pelo menos 25 anos.
Ele morreu há alguns anos e, após o inventário, os filhos decidiram vender a raridade. Braga comprou o automóvel de um intermediário.
Ele explicou que o veículo veio para Vitória em 2018 e que ele fez a compra no ano passado, levando o carro para a Serra.
Perde valor se roda, diz colecionador
O valor de um Fiat Uno Mille na década de 1990 era o equivalente a R$ 10 mil. Mas o que fez esse carro valorizar tanto? Segundo especialistas, é o fato dele ter apenas 65 quilômetros rodados, sendo considerado zero.
O admirador e colecionador de carros antigos Fernando Menezes explicou que trata-se de uma obra de arte. “Se rodar com ele, ele vai perder o valor. Tem pessoas que compram como investimento. Onde vai achar um Uno zero? É raridade", frisou.
O advogado capixaba Sizenando Braga encarregou Reginaldo Gonçalves, conhecido como Reginaldo de Campinas, que trabalha vendendo raridades, para encontrar um comprador para o Uno no Encontro Brasileiro de Autos Antigos, em Águas de Lindóia (SP), onde houve um leilão e o carro foi vendido.
Saiba mais
Fiat Uno Mille
O automóvel, lançado em 1990, custava o equivalente a R$ 10 mil e foi vendido no mês passado por mais de R$ 100 mil.
Primeiro carro popular com motor 1.0 do país, ele tem apenas 65 km rodados, sendo considerado zero quilômetro.
Valorização
Seu valor, de acordo com especialistas, está na raridade, já que não é fácil encontrar um carro de 34 anos praticamente sem uso. Contudo, o comprador deve mantê-lo dessa forma para valorizá-lo, caso contrário o valor tende a cair. Esse carro é um investimento para ser tratado como obra de arte e não para uso, conforme relatam colecionadores.
História
O Uno foi comprado na concessionária da Fiat de Colatina pela igreja católica de São Roque do Canaã, para uma rifa. O ganhador do carro não tinha habilitação e não sabia dirigir. Ele deixou o carro guardado por mais de 25 anos.
Após sua morte, os filhos decidiram vender o automóvel, um intermediário comprou e vendeu para o advogado e colecionador Sizenando Braga, que o vendeu para um colecionador de São Paulo.
Fonte: Reginaldo Gonçalves, Sizenando Braga e Fernando Menezes.
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