Tarifaço de Trump: Espírito Santo é o estado mais prejudicado, diz estudo
Taxação pode provocar prejuízo de R$ 605 milhões para o PIB capixaba e afetar 8,07% da economia ligada às exportações
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O Espírito Santo é o estado mais prejudicado pela taxação imposta pelo governo norte-americano, pois 8,07% do seu Produto Interno Bruto (PIB) depende diretamente das exportações para os Estados Unidos.
É o que aponta um estudo baseado em estimativas do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), considerando o PIB de 2022.
O diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira, destacou que os dados demonstram o peso das exportações para os EUA na economia de alguns estados brasileiros.
“Relativamente, o Espírito Santo é o estado que tem o maior peso das exportações para os Estados Unidos em relação ao total do PIB. Logo depois surgem Rio de Janeiro e Santa Catarina”.
Segundo ele, esse cenário evidencia o impacto direto do tarifaço no Espírito Santo.
“A pergunta que fica é: será que os Estados Unidos vão manter essa taxação por um período prolongado? Porque isso terá desdobramentos e impactos negativos também na economia americana, além de afetar as situações do Espírito Santo e de todo o Brasil”.
Um exemplo disso é o possível aumento no custo das construções nos EUA. No âmbito das articulações com associações americanas, a Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) teve acesso a um documento preliminar conduzido pela National Association of Home Builders (NAHB).
“Embora o relatório ainda não esteja finalizado, os dados apontam que o custo médio para a construção de novas residências nos EUA poderá aumentar consideravelmente”, informou a Centrorochas.
Já uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que a tarifa estabelecida contra o Brasil deve provocar um prejuízo de R$ 605 milhões em um ano no PIB capixaba.
O montante equivale a uma queda de 0,25% no PIB — valor que representa a soma das riquezas produzidas no Estado. Os dados também foram apresentados pelo IJSN.
Para Pablo Lira, neste momento de turbulência, é essencial buscar o caminho da negociação. “É preciso amenizar esses impactos. No meu entendimento, não é hora de retaliação. É momento de diálogo, de buscar o entendimento — por mais difícil que seja — porque essas decisões de Donald Trump estão sendo tomadas sem respaldo em dados ou evidências científicas.
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