Servidora do INSS no Espírito Santo é afastada suspeita de envolvimento em fraudes
Federal diz que houve liberação de benefícios com certidões falsas até para morto. Esquema teria desviado milhões, e funcionária foi afastada
Acusada de participar de um esquema de fraudes na concessão de benefícios previdenciários no Espírito Santo, uma servidora do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Espírito Santo foi afastada das funções na última quinta-feira (11).
Durante a manhã, a Força-Tarefa Previdenciária — integrada pela Polícia Federal e Ministério da Previdência Social —, deflagrou a Operação Illicitus.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, além da determinação do afastamento temporário dessa servidora do INSS, cujo nome não foi revelado.
A investigação teve início em 2023, quando foi identificado que a servidora havia habilitado e deferido benefícios de pensão de maneira irregular, especialmente processos instruídos com certidões falsas de casamento e em nome de beneficiário que já tinha morrido.
Diante dos fatos, a Força Tarefa Previdenciária iniciou uma varredura em processos com suspeita de irregularidades, sendo detectado que uma servidora do órgão realizava agendamentos fora do horário de expediente e utilizava dados cadastrais de uma despachante, também envolvida diretamente com a fraude.
Prejuízos
De acordo com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), o prejuízo identificado com as fraudes alcança R$ 200 mil.
Com o avanço da investigação, porém, estima-se que esse valor pode chegar a milhões de reais desviados dos cofres públicos.
No entanto, a suspensão dos benefícios pode representar uma economia estimada em mais de R$ 1 milhão.
Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de falsificação de documentos, uso de documentos falsos, estelionato previdenciário e inserção de dados falsos em sistema de informações.
A reportagem de A Tribuna buscou mais detalhes com a Polícia Federal sobre o esquema envolvendo a servidora afastada. Entretanto, não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Já o INSS, por meio de nota, informou que não se manifesta a respeito de operações policiais para não atrapalhar o curso das investigações.
Mais de R$ 45 milhões devolvidos
Mais de R$ 45,8 milhões já foram devolvidos a aposentados e pensionistas do Espírito Santo que tiveram descontos associativos não autorizados aplicados em benefícios do INSS. Ao todo, 75.925 moradores do ES receberam os valores corrigidos pela inflação.
No Brasil, o governo alcançou R$ 2,74 bilhões ressarcidos, contemplando 4 milhões de pessoas sem necessidade de ação judicial. O prazo para aderir ao acordo segue aberto, com procedimento gratuito e sem envio de documentos.
Podem participar beneficiários que contestaram descontos e não obtiveram resposta em até 15 dias úteis, quem recebeu respostas irregulares das entidades, quem sofreu cobranças entre março de 2020 e março de 2025 e quem possui ação judicial ainda sem pagamento, desde que desista do processo.
A contestação pode ser feita até 14 de fevereiro pelo Meu INSS, Central 135 ou Correios. Se não houver resposta no prazo, o sistema libera automaticamente a adesão. O INSS reforça que não envia links, não solicita dados por mensagens e usa apenas canais oficiais.
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