Mais famílias pagam dívida e 1.956 deixam lista do SPC
Melhora da ocupação, trabalho e da renda são fatores que ajudam a população do Estado a sair do vermelho e voltar a ter crédito
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A inadimplência das famílias no Espírito Santo caiu, quando comparados os meses de junho e julho deste ano, de acordo com Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Saindo do âmbito das famílias e considerando individualmente os consumidores, 1.956 deixaram a lista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), considerando o mesmo período, conforme a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Vitória.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que a inadimplência das famílias caiu de 36,3% para 35,7%.
A quantidade de lares que não terão condições financeiras de pagar as dívidas atrasadas caiu de 19,3% para 18,6%. A análise da pesquisa foi realizada pela assessoria econômica da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), a Equipe Connect.
Já os dados da CDL Vitória mostram que, em junho, 775.991 consumidores tinham registros no SPC. Já no mês seguinte, o número de registros caiu para 774.035 — um total de 1.956 a menos na lista.
Para o vice-presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, o resultado está relacionado à melhora da empregabilidade, da ocupação das pessoas autônomas e dos Microempreendedores Individuais (MEIs).
Os capixabas, segundo ele, zelam pelo próprio nome limpo, contratam dívidas com a intenção de pagá-las e só não pagam pontualmente quando ocorrem intercorrências no ambiente familiar.
Bergamin destacou que os consumidores buscam alternativas para aumentar a renda e pagar. “Como não faltam oportunidades de trabalho e renda nas mais diversas modalidades e formas, logo conseguem pagar e voltar à adimplência”, frisou.
Ele lembrou ainda que os credores do comércio têm interesse de recuperar esse cliente, facilitando para que possa pagar, com retirada juros e reparcelamento do débito.
Ao comparar os números de julho deste ano com o mesmo mês do ano passado, as famílias endividadas cresceram 2,2%. Já as com contas em atraso diminuíram 2,9%. Quanto àquelas que não terão condições de pagar as dívidas atrasadas, houve queda de 3,1%.
O mau uso do cartão de crédito continua sendo o vilão no endividamento. Em julho, 88,7% das famílias tinham o dinheiro de plástico como maior compromisso, seguido pelo crédito pessoal (10%), carnês (6,7%), financiamento da casa (6,6%) e do carro (5,9%), além do empréstimo consignado (6,3%).
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Mudança positiva
desde fevereiro deste ano, é a primeira vez que a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens(CNC), apontou redução do endividamento da população brasileira.
Em julho deste ano, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer diminuiu para 78,5%. O número é 0,3 ponto percentual (p.p.) abaixo do resultado do mês anterior. Contudo, o número está acima do de julho do ano passado, de 78,1%.
Espírito Santo
No Espírito Santo, a inadimplência das famílias capixabas caiu em julho, após duas altas em seguida. O grupo com contas em atraso reduziu de 36,3% para 35,7%. A quantidade de lares que não terão condições de pagar dívidas atrasadas também caiu, de 19,3% para 18,6%. O grupo endividado, ou seja, com compromissos financeiros, manteve-se estável: 90,6%.
Ao comparar os números de julho deste ano com os do mesmo mês do ano passado, as famílias endividadas cresceram 2,2%. Já as com contas em atraso (inadimplentes) diminuíram 2,9%. Quanto àquelas que não terão condições de pagar as dívidas atrasadas, a queda foi de 3,1%.
Para o vice-presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, o número está relacionado à melhora da empregabilidade, da ocupação das pessoas autônomas e dos Microempreendedores Individuais (MEIs).
Como não faltam oportunidades de trabalho e renda, segundo ele, o consumidor logo consegue pagar e voltar à adimplência.
Cartão de crédito
O mau uso do cartão de crédito continua sendo o vilão quando o assunto é o endividamento das famílias. Em julho, o cartão era o maior compromisso financeiro para 88,7% das famílias, seguido pelo crédito pessoal (10%), carnês (6,7%), financiamento da casa (6,6%) e do carro (5,9%), além de crédito consignado (6,3%).
Renda comprometida
Em julho, as famílias que assumiram obrigações financeiras comprometeram sua renda pelos próximos seis meses e meio. Os compromissos representaram 28,4% da renda familiar. Entre os inadimplentes, o pagamento das dívidas está atrasado há 71,9 dias.
Renda
As famílias com remuneração de até 10 salários mínimos (R$ 14.120) são as que se encontram em maior dificuldade para quitar os compromissos e as que possuem o maior nível de inadimplência. Para essa faixa da população, o índice do não pagamento de dívidas caiu 0,7% em relação ao mês anterior. Já para a faixa de renda acima de 10 salários mínimos, esse indicador subiu 0,5% em julho deste ano.
Fontes: CDL Vitória, CNC e Fecomércio-ES
Tendência é de melhora nas vendas para o fim do ano
A inadimplência das famílias no Espírito Santo caiu em julho, após dois meses intensos de compras, devido ao Dia das Mães e Dia dos Namorados. Mas e para o Natal e o Réveillon, o que esperar? De acordo com empresários, há uma tendência de melhora para os próximos meses.
No entanto, as pesquisadoras responsáveis pelo Eixo Observa do Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio e Revieni Zanotelli, pedem atenção para a inadimplência futura, em um momento em que o comércio se prepara para o Natal.
O empresário e especialista em engenharia econômica Lélio Monteiro destacou que a inflação mais controlada e o Estado em uma situação próxima do pleno emprego favorecem o pagamento das dívidas pelos consumidores. “Se o desemprego continuar baixo e a economia seguir crescendo, a tendência é de melhora”, frisou.
De acordo com o vice-presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, o varejo no Estado recuperou as vendas desde o ano passado, após os reflexos da pandemia, e segue com um pequeno crescimento real. “Estamos consolidados e continuaremos sem euforias, mas indo bem”.
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