Maioria não teme perder emprego com avanço da tecnologia
Levantamento feito no Espírito Santo apontou que 94% da população crê em mais chances. A maioria não teme ser substituída por máquina
Escute essa reportagem
Para afirmar que o avanço tecnológico não significa o fim dos empregos, mas sim a transformação deles, o economista francês Jean Fourastié disse, em 1971, que “o homem não será esmagado pela máquina e nada será menos industrial que a civilização nascida da revolução industrial”.
E em 2023, a maioria da população do Estado concorda com essa declaração, conforme pesquisa realizada pela Empresa Júnior da Universidade de Vila Velha (EJUVV).
LEIA MAIS:
É estudar ou viver de auxílio no futuro, dizem especialistas
Pais devem ajudar filhos a ter foco ao escolher estudo
Adaptação profissional é necessária diante do avanço na tecnologia
O levantamento mostrou que 94,4% dos entrevistados acreditam que a evolução da tecnologia vai criar mais oportunidades do que acabar com as profissões.
Na avaliação de Fabrício Nunes Azevedo, professor universitário da UVV, especialista em finanças e responsável por organizar o levantamento, a população tende a se adaptar a mudanças tecnológicas, mesmo com certo receio delas.
“Historicamente, notamos que, quando há avanço tecnológico, há redução de oportunidades em alguns setores e aumento em outros. As pessoas buscam sempre se desenvolver e se adaptar, mas sempre há o temor daquilo que para elas ainda é o 'desconhecido'”, afirmou.
Na pesquisa, essa preocupação também não é maioria entre a população: enquanto 26,2% dos 302 participantes dizem temer perder seu emprego por conta da evolução tecnológica, 73,8% afirmam não ter receio de que tal situação venha a ocorrer.
“A pessoa imagina que em sua área vai acontecer um avanço tecnológico que possa causar desemprego, mas, ao mesmo tempo, entende que essa tecnologia vai abrir oportunidades. O medo, na verdade, está relacionado à dúvida sobre se a pessoa vai estar ou não preparada para atuar nas novas chances que essa nova tecnologia vai criar”, frisou.
Para a psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da Faesa, Caroline Bezerra, é natural que no início do surgimento de uma nova tecnologia, haja medo de parte dos profissionais do mercado de trabalho.
“Neste caso, é importante que o profissional entenda que a tecnologia é uma ferramenta que pode ser utilizada ao seu favor. Ela virá para agilizar algumas funções e permitir que você amplie sua dedicação para outras atividades do seu trabalho, otimizando o seu trabalho”.
Até 20 mil para trabalhar com inteligência artificial
Exemplos de profissões que vão crescer em demanda com a robotização do mercado de trabalho estão aquelas ligadas à inteligência artificial.
Nos próximos anos, a demanda por profissionais especializados vai aumentar e a inteligência artificial irá ditar o tom das transformações no emprego.
Algumas profissões ligadas a esse mercado chegam a pagar de R$ 3 mil a R$ 20 mil. Um exemplo é o especialista em inteligência artificial, que atua na criação, treinamento e testagem de sistemas de inteligência artificial.
Outro exemplo é o desenvolvedor de modelos de aprendizado de máquina para chatbot, que cria algoritmos que permitem que o chatbot ajuste suas respostas às perguntas e pedidos de informação dos usuários.
Entre as habilidades necessárias para atuar nessas áreas estão o conhecimento avançado em linguagem de programação, habilidades em matemática, estatística, algoritmos e estruturas de dados.
Realidade virtual
O estudante de Ciências da Computação na Faesa, Lucas Fraga de Andrade, 19 anos, conta que busca sempre estar atualizado com as novas tecnologias, como os óculos de realidade virtual que ele tem utilizado em seu estágio.
“A tecnologia assusta algumas pessoas inicialmente, mas depois elas se acostumam e não conseguem se ver trabalhando sem ela, como é o caso desses óculos. É essencial buscar estar sempre atualizado com as tecnologias da sua área”.
Comentários