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Economia

Lojas na Grande Vitória onde ainda “se pendura a conta” e o fiado sobrevive

Estabelecimentos apostam na confiança para fidelizar clientes e conseguem até um lucro maior, com acréscimo no valor


O fiado, na caderneta, é uma modalidade informal de crédito que persiste em alguns estabelecimentos da Grande Vitória onde ainda se “pendura a conta”. Além da confiança entre comprador e vendedor, juros ou multas para pagamentos atrasados podem proporcionar margem de lucro adicional para as empresas.

A empresária Maria Perpétua Rezende, por exemplo, tem uma loja de multimarcas feminina e, do total do seu faturamento, de 10% a 20% envolve as vendas fiado. “Meu ganho é a fidelização das clientes, que acabam comprando um pouco a mais por ter essa vantagem e comodidade”, contou.

Além de ter os dados no computador, ela mantém uma caderneta para um controle mais pessoal. “É uma questão de confiança. Vendo dessa forma para clientes antigas, indicações de outras clientes. Clientes que pagam mensalmente ou quinzenalmente.”

A contadora Mônica Porto explicou que a estratégia pode aumentar a fidelidade do cliente, já que facilita o acesso a produtos que talvez não fossem comprados à vista. Mas a modalidade envolve riscos e custos.

Diferentemente dos sistemas de crédito formal, que incluem análises de crédito e contratos definidos, as vendas fiado dependem fortemente do bom julgamento do vendedor e da honestidade do comprador, conforme a contadora.

Para reduzir o risco de prejuízos com a inadimplência, é preciso estabelecer regras claras.

“Alguns comerciantes aplicam juros ou multas para pagamentos atrasados, o que pode compor uma pequena margem de lucro adicional, mas também pode complicar as relações com clientes se não for bem comunicado e acordado”, ressaltou.

Há também as lojas que vendem com o crediário próprio, o famoso carnezinho, o que não pode ser considerado fiado, já que passa por uma análise de crédito e o não pagamento pode levar ao registro de inadimplência, conforme Rodrigo Ferrari Cavalcante, superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Grande Vila Velha.

Relacionamento de confiança

Imagem ilustrativa da imagem Lojas na Grande Vitória onde ainda “se pendura a conta” e o fiado sobrevive
Luiz Danilo contou que vende fiado no supermercado Zanetti |  Foto: Fábio Nunes/AT

No supermercado Zanetti, em Fradinhos, Vitória, o sócio-proprietário Luiz Danilo Zanetti, 49, contou que a caderneta deu lugar ao arquivo no computador, mas a confiança é a mesma. “Hoje o fiado corresponde a 25% do meu faturamento”, revelou Luiz Danilo.

O comércio era do pai dele, que passou para ele e os irmãos. “Os pais dos clientes compravam fiado, os filhos começaram a comprar, foi passando de geração em geração”. Mas esse tipo de venda é só para clientes mais antigos, do bairro.

Compra e venda

O aposentado e vendedor ambulante Washington Jorge Cavalcante (Mazal), 74 anos, vende bebidas em seu carro. Vender fiado para ele não é problema, desde que conheça o cliente. “Para anotar, tem quer ser conhecido”.

Da mesma forma, ele tem onde comprar sem dinheiro. Em um mercado do bairro Fradinhos, em Vitória, ele conta que conheceu o dono do estabelecimento ainda criança. “Eu comprava do pai dele há uns 20 anos atrás, na caderneta. Hoje compro dele tanto no cartão quanto no meu nome”. É que caderneta foi digitalizada e ele recebe a nota fiscal.

SAIBA MAIS

Venda fiado

Vender fiado na caderneta, seja ela física ou digital, envolve uma relação diferenciada, que traz vantagens e desvantagens tanto para o consumidor quanto para o empresário. O sistema é legal, desde que seja emitida a nota fiscal da venda.

Para o empresário

Prós e contras

- Quando o combinado entre vendedor e comprador é cumprido, beneficia a ambos.

- O empresário tende a vender mais, já que torna mais fácil para o cliente consumir os produtos.

- Ele cria mais oportunidades para uma fidelização do cliente, já que mostra confiança.

- É necessário estabelecer prazos claros para o pagamento da conta, sob pena de juros e multas.

- Na venda fiado, há o risco de inadimplência e não há garantias de que o consumidor vai pagar.

- É preciso ter habilidade na gestão financeira para que não haja impacto no fluxo de caixa, já que estará contando com pagamentos que ainda estão por vir.

- As vezes é necessário fazer cobrança, e isso pode impactar na relação com o cliente.

- Clientes podem se sentir preteridos por não terem esse tipo de benefício.

- As anotações em caderneta são frágeis. É preciso ter cuidado para não entornar líquidos sobre ela ou danificar o papel de forma a comprometer a possibilidade de leitura dos dados, gerando prejuízo.

Para o cliente

Prós e contras

- Pode ter acesso aos produtos sem ter o dinheiro em mãos ou precisar usar o cartão de crédito.

- Não precisa voltar em casa caso esqueça o cartão ao sair para fazer as compras.

- Se sente valorizado, já que o crédito é uma prova de confiança.

- Tem mais opções de formas de pagamento.

- Pode se acomodar e consumir mais do que necessita, desregulando as próprias finanças.

- Se atrasar, tem que pagar juros e multas.

Fonte: especialistas citados na reportagem, pesquisa AT.

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