Investimentos: qual o futuro do mercado de criptomoedas?
Especialistas veem chances de uma popularização dessas moedas digitais como uma forma de pagamento em estabelecimentos comerciais

O que as criptomoedas podem se tornar futuramente? Há especialistas que veem chances de uma popularização dessas moedas digitais como uma forma de pagamento em estabelecimentos comerciais, por exemplo, enquanto outros avaliam que o Pix já atua como uma forma de moeda digital atualmente, e com maior praticidade.
No futuro, é possível que as stablecoins se tornem uma forma prática e segura de pagamentos no dia a dia, segundo Rony Szuster, head de research da plataforma de investimentos Mercado Bitcoin. “As moedas digitais que podem assumir o papel de uso cotidiano dentro do universo cripto são as stablecoins, que têm seu valor atrelado a moedas fiduciárias e oferecem maior estabilidade”, explicou.

Ele destacou que provavelmente o Bitcoin, por exemplo, não se tornará uma moeda utilizada para pagamentos, pois seu objetivo principal é funcionar como reserva de valor.
Já o CEO da Escola de Bitcoin, Daniel Herkenhoff avaliou que em alguns anos o Bitcoin será a moeda mundial, usada no dia a dia por praticamente todos. “Isso ainda deve levar algum tempo. Por enquanto há cidades, como Lugano e Rolante (cidade no Rio Grande do Sul), regiões e até países inteiros, como El Salvador, em que isso vem crescendo velozmente”, contou.
Lélio Monteiro, CEO da Pedra Azul Investimentos disse que depende da questão tecnológica. “A compra e venda de Bitcoins, por exemplo, por conta do tamanho da cadeia de blockchain e da complexidade da confirmação das transações, demora algum tempo para ser processada, inviabilizando um pagamento rápido. Neste caso, o Pix é muito mais eficiente”.
O assessor de investimentos Virgílio Lage, da Valor Investimentos, concordou que no Brasil é mais improvável por conta do Pix.
“O Pix hoje domina os pagamentos, principalmente com o Pix Automático, que entrou em vigor em junho. Então se tornar uma moeda tradicional no Brasil é mais difícil, não que seja impossível, mas é mais difícil”.
Em outros países, a tendência de se tornar uma moeda, principalmente as stablecoins, é mais fácil por não haver Pix e esse tipo de tecnologia como no Brasil, completou Lage.
Para que se torne uma moeda utilizada para transações cotidianas, é muito importante que a volatilidade das cripto seja reduzida drasticamente, ponderou Marcel Lima, sócio e assessor de investimentos da Valor Investimentos. “Não é trivial pagar as contas com ativos tão voláteis”.
Hoje no Brasil, se destacam por terem maior número de estabelecimentos que recebem moedas digitais as cidades de Rolante e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e São Paulo, conforme o ranking do BTC Map.
Saiba mais
Futuro das moedas digitais
O futuro das criptomoedas é promissor, mas incerto, influenciado pela evolução da regulação, a adoção tecnológica e o cenário macroeconômico global, com potenciais para maior valorização e a expansão da tokenização de ativos.
Eventos como o halving do Bitcoin e o desenvolvimento de novas infraestruturas financeiras, como moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e o Drex no Brasil, moldarão a sua integração ao sistema financeiro.
Usadas para fazer pagamentos?
Provavelmente, no futuro o Bitcoin não se tornará uma moeda utilizada para pagamentos do dia a dia, pois seu objetivo principal é funcionar como reserva de valor.
As moedas digitais que podem assumir o papel de uso cotidiano dentro do universo cripto são as stablecoins, que têm seu valor atrelado a moedas fiduciárias e oferecem maior estabilidade. Dessa forma, no futuro, é possível que as stablecoins se tornem uma forma prática e segura de pagamentos no dia a dia.
Hoje, cidades como Porto Alegre, Rolante (RS), São Paulo e Rio de Janeiro tem comércios que aceitam pagamentos em moedas digitais, a exemplo de lojas de roupas e calçados, barbearias e restaurantes. A prefeitura do Rio autorizou o pagamento do IPTU com criptomoedas desde 2023.
Fonte: Rony Szuster, Agência O Globo e Poder 360.
Investe desde 2014

O empresário, contador e diretor da Lecont Inteligência Tributária, Renan Oliveira, 34 anos, contou que seu interesse pelas criptomoedas começou em 2014, quando o tema ainda era pouco difundido no Brasil.
“Naquela época, cheguei a comprar meio Bitcoin. Se tivesse mantido esse ativo até hoje, valeria aproximadamente R$ 306 mil, com a cotação atual do Bitcoin em torno de US$ 112 mil e o dólar próximo de R$ 5,45”.
Além do Bitcoin, ele investe em Ethereum, AAVE, Chainlink, Near e Ethena. “Tenho buscado cada vez mais projetos ligados à narrativa de Inteligência Artificial, que vem se mostrando muito forte neste período pós-halving, reforçando ainda mais minha convicção no mercado.”
Bitcoin pode chegar a US$ 1 milhão?
O Bitcoin pode chegar a 1 milhão de dólares (R$ 5.415.196,67, na cotação atual) em alguns anos, segundo os especialistas. É possível que a moeda digital alcance US$ 1 milhão por unidade, mas não neste ciclo atual, que já se encontra no topo, segundo Rony Szuster, head de research da plataforma de investimentos Mercado Bitcoin.
“Provavelmente, esse marco só será atingido no próximo ciclo, daqui a cerca de quatro anos”. Ele disse que atualmente, o Bitcoin está em torno de US$ 110 mil por unidade, com uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 2,2 trilhões.
“Para chegar a US$ 1 milhão, seria necessário multiplicar essa capitalização por cerca de nove vezes, aproximando-se da capitalização total do ouro hoje. Portanto, embora seja viável, trata-se de uma previsão de médio a longo prazo”, detalhou.
O Bitcoin pode chegar a US$ 1 milhão como pode também ter uma queda forte que o faça perder grande parte do valor, contou Lélio Monteiro, CEO da Pedra Azul Investimentos.
“É um ativo de risco. Para que a cotação suba, a demanda precisa se manter alta e a crença do mercado sobre utilidade, reputação e tecnologia do Bitcoin permaneça intacta”.
Análise

“É preciso tomar muito cuidado!”
“As principais oportunidades estão em tentar entender se eventualmente existe essa possibilidade das criptomoedas assumirem um componente transacional maior e por consequência se valorizarem. Avalio que isso inclusive é a última oportunidade, com pessoas que compram hoje esperando a valorização, uma vez que a utilidade ainda não está bem definida.
Os riscos passam por as criptomoedas serem usadas como subterfúgio, por conta da popularidade, então tem que tomar bastante cuidado, tem risco de mercado, mas tem risco operacional, e tem risco de golpe.
Talvez as stablecoins, em algum momento, possam assumir essa função transacional, mas como os ativos hoje, tem um histórico baixo, uma velocidade alta, e é difícil ver as pessoas fazendo transação com essas moedas”.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários