Inovação: o caminho para se tornar uma empresa “unicórnio”
Startups capixabas mostram como criatividade e tecnologia podem gerar negócios bilionários
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Uma startup é uma empresa em estágio inicial que busca um modelo de negócios inovador, escalável e repetível. Para alcançar a classificação de startups unicórnio geralmente começam abordando um problema específico, mas com potencial de impacto global.
Talvez muitos jovens empreendedores ainda não estejam familiarizados com o termo, mas com certeza todos gostariam de se tornar unicórnios. Afinal, este é o nome dado a startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.
Mas, de onde vem essa expressão? Lá em 2013, a investidora-anjo Aileen Lee usou o termo pela primeira vez ao escrever o artigo que, em tradução livre, significa “Bem-vindo ao clube dos unicórnios: aprendendo com as startups de um bilhão de dólares”.
As startups que despontam como candidatas a próximos unicórnios do Brasil compartilham de algumas características essenciais: foram forjadas em ambiente desafiador, têm acesso estratégico a capital e são lideradas por empreendedores experientes e resilientes, segundo Gustavo Gierun, fundador e presidente do Distrito, que como investidor-anjo, mentor e conselheiro de startups.
“Elas passaram por um verdadeiro funil. Mantêm crescimento consistente mesmo em contextos adversos e aprenderam a equilibrar escala com eficiência”.
Mais do que números, o que move essas empresas é a ambição de transformar suas trajetórias em exemplos de que, mesmo em tempos incertos, ainda é possível construir negócios de impacto — e sonhar grande, sem tirar os pés do chão, explicou ele.
Alguns exemplos de startups unicórnio brasileiras são: Nubank, 99, EBANX, Stone, Movile e iFood. Para se tornar uma startup unicórnio, é preciso ter uma ideia inovadora, um modelo de negócio escalável, um time competente, um mercado potencial e muita persistência.
Desenvolvimento
A busca por soluções com inovação é um ponto de transformação da matriz econômica do Espírito Santo, contribuindo com o desenvolvimento de empresas e indústrias, segundo Michele Janovik, CEO do Base27.

“O Estado tem potencial único para essa transformação, criando soluções visando a qualidade de vida, tendo as 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) como centro das atenções”.
Papel das startups
Startups desempenham um papel fundamental no ecossistema de inovação, pois impulsionam o desenvolvimento tecnológico, contribuindo para o avanço da tecnologia ao criar soluções inovadoras.
Criam novos mercados: ao identificar lacunas no mercado, as startups podem criar novos nichos e oportunidades de negócio.
Fomentam a cultura de inovação: As startups inspiram outras empresas a adotarem práticas inovadoras.
Criam empregos e crescimento econômico: ao crescerem, as startups podem criar novos empregos e contribuir para o desenvolvimento econômico.
Base27
O Base27 iniciou suas atividades em plena pandemia.
O Hub foi impulsionado por empresários e investidores do setor da construção civil e engenharia capixaba.
Diante das exigências daquele momento desafiador, eles compreenderam a urgência de conectar suas empresas à inovação para manter a competitividade em um mercado em rápida transformação.
Sua visão sempre foi clara: ser um hub de excelência em inovação corporativa focado em promover colaboração e desenvolvimento regional sustentável.
Atualmente, o hub conta com mais de 40 empresas mantenedoras e patrocinadoras e está conectado a uma rede de mais de 180 startups.
Já promoveu mais de 1.000 conexões entre empresas, startups e academia, impactando cerca de 1.600 profissionais e mais de 13 mil estudantes através de ações formativas.
Em 2023, foi eleito um dos TOP 25 hubs de inovação que mais geram negócios no Brasil e, em 2024, alcançou o patamar de TOP 1 ambiente de inovação privado do Espírito Santo, no ranking do 100 Open Startups.
Fonte: Michele Janovik, Base27, Luciano Raizer e Sebrae.
Startups unicórnio
O termo “startup unicórnio” foi introduzido em 2013 por Aileen Lee, fundadora da Cowboy Ventures, para descrever startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão (em torno de R$ 5,50 bi) antes de abrirem capital na bolsa de valores. Essa denominação reflete a raridade dessas empresas, especialmente em um cenário competitivo e de alto risco como o das startups.
O sucesso dessas empresas, no entanto, não ocorre por acaso. Ele é geralmente atribuído a modelos de negócios disruptivos, soluções tecnológicas inovadoras e uma capacidade única de escalar rapidamente.
Além disso, algumas categorias frequentemente produzem unicórnios, como fintechs, edtechs, healthtechs, marketplaces e empresas de SaaS (Software como Serviço).
Promessas que deram certo!
Algumas empresas que surgiram no Espírito Santo já são bem conhecidas do público em geral, como o PicPay, a Aevo, a Motora, a Zaitt e a Shipp, que depois se tornou Americanas Delivery.
PicPay
Apesar de ter se tornado uma empresa nacional, o PicPay teve suas raízes no Espírito Santo, sendo impulsionada pela incubadora Tecvitória, demonstrando o potencial do Estado para o desenvolvimento de negócios digitais.
Motora
Startup capixaba que desenvolve software de assistência de direção veicular.
Zaitt
Conhecida por seus mercados autônomos, a Zaitt inovou no setor de varejo com tecnologia e conveniência.
Shipp (Americanas Delivery)
Inicialmente uma startup de entregas, foi adquirida pelo Grupo Americanas e se tornou a Americanas Delivery, mostrando o potencial de crescimento e expansão.
Aevo
Possui o maior software de gestão de inovação da América Latina. Em 2022, na lista das 100 startups mais promissoras do Brasil.
Fonte: Fucape Business School, Tecvitória, Infomoney e pesquisa A Tribuna.
Análise: “Startups podem ser a nova riqueza do Espírito Santo”

“A verdadeira riqueza não está mais no subsolo, mas nas mentes criativas. Enquanto o Estado historicamente extraiu prosperidade de petróleo e minério, startups representam uma nova forma de gerar valor: infinita, renovável e resiliente.
Quando empreendedores resolvem problemas reais, criam empregos qualificados, atraem investimentos e, principalmente, constroem uma economia que não depende das oscilações do mercado global de commodities. Cada startup capixaba pode se tornar referência global em nichos específicos e posicionar o Estado como hub de inovação.
Construir essa nova riqueza exige visão e coragem. Fundos públicos de investimento, incentivos fiscais inteligentes e programas de conexão universidade-mercado são o começo. Mas a mudança fundamental é cultural: entender que investir em ideias inovadoras é investir no único recurso verdadeiramente inesgotável - a criatividade humana”.
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