Inadimplência: 8 mil estão com taxas de condomínio em atraso no ES
Condomínios buscam soluções para a inadimplência, e representante do setor diz que cobrança rápida é essencial
Na Grande Vitória, existem cerca de 80 mil condomínios, entre residenciais (a maioria) e comerciais. Desses, aproximadamente 8 mil possuem condôminos inadimplentes.
“A inadimplência se mantém em torno de 10% a 15%, dependendo do condomínio, e alguns chegam a ter inadimplência zero”, afirma o presidente do Sindicato Patronal de Condomínios Residenciais, Comerciais, Mistos e Empresas de Administração de Condomínios do Estado, Gedaias Freire da Costa.
Ele, porém, alerta que o problema ocorre quando o síndico não age rapidamente. “A cobrança tardia, após dois ou três meses de atraso, resulta em um acúmulo de dívidas, que pode comprometer a saúde financeira do condomínio”.
O síndico, como representante legal do condomínio, não pode permitir que a inadimplência se agrave, reforçou o advogado Diovano Rosetti, que atua no ramo imobiliário. “A partir do momento que há uma segunda cota em atraso, é essencial que medidas sejam adotadas, como a notificação formal ao condômino inadimplente e, se necessário, a cobrança extrajudicial ou até mesmo judicial”.
Embora se fale muito sobre o impacto das altas taxas de juros e da Selic nas finanças dos condôminos, Gedaias acredita que essa relação é exagerada. “A Selic está em 15% há bastante tempo, e a previsão é que se mantenha em torno de 14% em 2026. Porém, esse fator, por si só, não impacta diretamente as taxas condominiais”, explica Gedaias.
Para ele, o que realmente afeta o pagamento das taxas condominiais envolve questões como o desemprego em massa e o cenário econômico geral, fatores que, até o momento, não têm sido tão prevalentes na Grande Vitória.
Outro ponto observado por Gedaias é a ideia equivocada de que, quando um morador deixa de pagar a taxa condominial, ele também deixa de arcar com outras contas. “Pelo contrário, muitos inadimplentes continuam mantendo um padrão de vida elevado, com carros novos e viagens anuais, enquanto não regularizam suas dívidas com o condomínio”, destaca.
Já Thiago Brasil, advogado especializado em Direito Imobiliário, complementa que o aumento do custo de vida, que superou o crescimento da renda, resultou no aprofundamento do endividamento das famílias.
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