Banco Master: resgate pago a clientes custará R$ 41 bilhões
Será o maior resgate da história do Fundo Garantidor, para 1,6 milhão de clientes que têm depósitos e investimentos
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) informou que 1,6 milhão de clientes do Banco Master, que teve a liquidação extraordinária decretada na última terça-feira (18) pelo Banco Master, têm depósitos e investimentos elegíveis para cobertura pelo Fundo, e que esse público receberá pagamentos somados da ordem de R$ 41 bilhões.
No Espírito Santo, cerca de 14 mil investidores são afetados. A estimativa é do economista Marcelo Loyola Fraga e do líder do Comitê de Conteúdo Qualificado de Economia e Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Estado (Ibef-ES), Sávio Bertochi Caçador, com base em dados do número de clientes do Banco Master que investem em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) no País.
O FGC é uma associação privada, sem fins lucrativos, que integra o Sistema Financeiro Nacional e atua na manutenção da estabilidade do sistema, na prevenção de crises bancárias e na proteção de depositantes e investidores.
Na prática, funciona como um fundo privado que atua como um seguro. É ele quem garante que os recursos depositados ou investidos em um banco permaneçam protegidos caso a instituição financeira enfrente alguma crise ou dificuldade.
Os saldos de correntistas e investidores são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição.
Embora exista a garantia, o pagamento do FGC não é imediato. O processo tem início quando o liquidante envia ao fundo a lista completa de credores do banco — etapa que, em liquidações recentes, levou cerca de 30 dias. Com a lista consolidada, o FGC libera o acesso aos valores cobertos.
A partir das informações recebidas, o FGC libera a solicitação no aplicativo para que os credores cadastrem a conta bancária, façam a validação da biometria e o envio de documentos. Para solicitar o ressarcimento, as pessoas físicas devem usar o aplicativo do FGC, disponível no Google Play e na Apple Store.
Após realizar um cadastro básico, é necessário solicitar o pagamento da garantia. Já pessoas jurídicas devem fazer o pedido no site disponível através do link.
Fraudes chegam a R$ 12 bi
O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o esquema de fraudes financeiras que resultou na prisão do presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e de quatro diretores da instituição pode chegar a R$ 12 bilhões.
A declaração foi dada durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga organizações criminosas. “Estamos fazendo uma operação importante, com o Banco Central e Coaf atuando em conjunto, em um crime contra o sistema financeiro. Fala-se em R$ 12 bilhões envolvendo esse crime em investigação, com várias prisões. Nessa operação, a fraude é de R$ 12 bilhões”.
Vorcaro e os diretores foram alvo de uma operação que mira a venda de títulos de crédito falsos. Há indícios de que o esquema teria a participação de dirigentes do Banco de Brasília (BRB) – que é um banco público do Distrito Federal. Em março, o BRB chegou a fechar um acordo para comprar o Banco Master, mas o negócio foi barrado pelo Banco Central.
O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, foi afastado de seu cargo. Segundo o banco, o afastamento tem duração de 60 dias.
Segundo Andrei Rodrigues, somente na casa de um dos alvos da operação Compliance Zero, os agentes encontraram R$ 1,6 milhão em espécie.
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