Geladeiras mais caras e com consumo menor
Governo definiu que os aparelhos devem sofrer mudanças para economizar energia, mas associação alerta para aumento no preço
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Após o Ministério de Minas e Energia (MME) apertar as exigências de eficiência energética para geladeiras e congeladores fabricados e vendidos no País, a Eletros, associação que representa a indústria de eletrodomésticos, criticou o rigor das regras e o prazo de implantação, considerado curto pela entidade.
A Eletros vê chances de “aumento abrupto nos preços dos refrigeradores, especialmente os considerados de entrada, adquiridos principalmente pela população de renda mais baixa”.
Segundo a entidade, 83% dos refrigeradores vendidos no mercado brasileiro atualmente estão fora dos padrões das novas regras, porque são produtos mais simples e, portanto, mais baratos.
“Não é que não tenhamos o produto, mas boa parte da população adquire produtos de entrada, de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil”, afirmou Jorge Nascimento, presidente-executivo da Eletros.
A fabricação e a importação dos produtos precisam seguir as exigências já a partir de 1º de janeiro. A comercialização dos refrigeradores com o padrão atual poderá se estender até o fim de 2024 (por parte de fabricantes e importadores) e até o fim de 2025 (por atacadistas e varejistas).
Como o aperto das exigências se dará em duas etapas, a transição estará completa a partir de janeiro de 2028.
Isso vai garantir que os produtos que estarão disponíveis nas lojas sejam, em média, 17% mais eficientes que os disponíveis hoje no mercado nacional, diz nota do MME. O novo Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores, de uso doméstico, tem como objetivo economizar energia.
Para o consumidor, aparelhos mais eficientes permitiriam redução no gasto com a conta de luz.
Cerca de 5,7 milhões de toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas até 2030. Além disso, a resolução pode gerar uma economia de energia elétrica de 11,2 Terawatthora (TWh) até 2030, diz a nota.
Isso equivale a aproximadamente os consumos residenciais anuais de toda região Norte do país (11,5 TWh em 2022), ou do estado de Minas Gerais (13,1 TWh em 2022).
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