Serra desbanca Vitória e é a maior economia do Espírito Santo
Impulsionado pela metalurgia, o município ultrapassou a capital e voltou a ser líder no ranking dos maiores PIBs do Estado
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A Serra desbancou Vitória e voltou a ser a maior economia do Espírito Santo. O município já teve o maior Produto Interno Bruto (PIB, ou seja, a soma de todas as riquezas criadas) do Estado em 2019, mas perdeu o posto em 2020 para a capital, e agora retomou a liderança.
Ao todo, foram R$ 37,28 bilhões em riquezas, o que representa 20% do PIB Estadual, enquanto a capital produziu R$ 31,4 bilhões ou 16,9% do total das riquezas produzidas pelo Estado no período.
Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A liderança da Serra foi impulsionada pelo setor de metalurgia, segundo o diretor de integração do IJSN, Antônio Rocha: “Tudo funciona em cadeia e isso aquece também outros setores.”
No Observatório do Desenvolvimento Capixaba, essa tendência de Serra superar Vitória já está em estudo há alguns anos.
Professor de economia da Ufes e coordenador do Observatório, Ednilson Felipe explicou que até 2013 a capital era sede de empresas que se instalavam para fazer operações de comércio exterior pelo porto de Vitória, via Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap).
Com a redução do Fundap, a partir de 2014 a cidade perdeu parte da prestação de serviço em comércio exterior.
Somado a isso, a cidade é muito focada em serviços, enquanto a Serra tem uma maior participação industrial. E na capital, não há espaços físicos viáveis para uma grande expansão imobiliária, enquanto Serra, Vila Velha e Cariacica existem opções.
Mas o que Vitória pode fazer para produzir mais riquezas neste cenário? O economista citou o que tem sido pensado a respeito, como a aposta em startups e empresas de desenvolvimento de software – que não dependem de logística física –, a transformação da cidade em um porto digital (parques tecnológicos e ambientes de inovação) ou em um polo de produção de cultural e economia criativa.
“A ideia é fazer com que Vitória se dinamize com atividades que não dependam da expansão logística”. Já a Serra, já encontrou o caminho, na visão dele.
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