Tradição na panela de barro
A artesã Berenícia Correa Nascimento, de 66 anos, é empreendedora e vive com renda de panelas de barro
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A maior referência das ceramistas que hoje empreendem começa com a história das paneleiras. Há cerca de 500 anos amassando, moldando e queimando barro, as mulheres paneleiras mantêm viva a mais antiga produção cerâmica do Espírito Santo.
É do barro do Vale do Mulembá que famílias inteiras retiram seu sustento. A técnica passada de mãe para filha conta hoje com as mãos habilidosas de 53 artesãs, na região de Goiabeiras, em Vitória.
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“Eu comecei com 11 anos, acompanhando pela primeira vez meu pai na extração do barro no Vale do Mulembá, em Joana D’ Arc. Meu pai faleceu neste dia em que comecei e eu continuei o ofício que vi minha avó e minha mãe desempenharem”, conta Berenícia Correa Nascimento, 66 anos.
A família dela toda vive da renda obtida na produção das panelas.
No galpão em Goiabeiras é feita a queima e a venda das panelas produzidas por todas as artesãs. São dezenas de modelos de panelas. A queima é feita ao ar livre e a tinta retirada da casca da árvore mangue-vermelho, que dá a cor escura ao barro e garante sua durabilidade e resistência.
Mas apesar do glamour que envolve o artesanato capixaba, as paneleiras dizem que empreender nesse segmento não é fácil.
Como todas atuam no mesmo galpão, a concorrência é grande e acaba ganhando a venda quem pratica menor preço, tanto para comerciantes de todo o País, como para turistas que visitam a sede das paneleiras. Berenícia fez sua inscrição como Microempreendedora Individual (MEI) para garantir, um dia, sua aposentadoria.
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