X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Economia

Educação financeira: adolescentes usam mesada para investir

Especialistas explicam que, quando há interesse dos adolescentes, pais também podem matricular os filhos em cursos voltados para aprender a investir


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Educação financeira: adolescentes usam mesada para investir
Sophia e Izadora com o pai, Pablo: aplicação no Tesouro Direto foi a escolha das duas estudantes |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

As irmãs adolescentes Sophia Rosetti Alencar, 18 anos, e Izadora Rosetti Alencar, 16 anos, recebem mesada e separam uma parte do dinheiro para investir. Atualmente elas estão investindo no Tesouro Direto. “Parece que é uma coisa muito distante, o governo é imenso e eu, uma adolescente, emprestando dinheiro para ele”, contou Sophia.

Ela explicou que estudou no Darwin no ensino médio onde aprendeu bastante sobre educação financeira e que em casa o pai também ensinava. Como o pai dela faz aplicações, ela ficou curiosa e começou a perguntar como poderia investir também. E assim, quando ele ia fazer as aplicações para elas, ia orientando.

“Hoje elas não me pedem mais para investir, elas mesmo investem parte da mesada”, contou Pablo Alencar, pai das meninas e administrador de empresas com MBA em Gestão de Negócios.

Mas mesmo antes delas começarem a investir na prática, ele estimulava a ideia de que se conseguissem guardar, conseguiriam rendimento. “Combinei com elas que, no final do ano, dobraria o dinheiro que sobrasse da mesada”, contou.

O administrador e pai lembra que para tratar do tema com adolescentes é interessante usar uma linguagem lúdica para facilitar o entendimento. “Se o pai já faz investimentos, consegue fazer explicando em uma linguagem mais simples para os filhos”, destacou.

Especialistas explicam que, quando há interesse dos adolescentes, os pais também podem matricular os filhos em cursos voltados para aprender a investir. Mas para isso, eles precisam ter uma boa compreensão dos quatro pilares da educação financeira: ganhar, gastar, poupar e doar.

No curso já entram conceitos mais complexos como mercado financeiro, mercado de capitais, por exemplo.

O presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin) e pós-doutor em Educação Financeira, Reinaldo Domingos, lembrou que as famílias brasileiras deixam de guardar porque gastam mais do que ganham.

“Hoje os excessos de gastos e desperdícios dentro dos lares brasileiros somam em média 30% ao mês. Enquanto investimentos rendem 10% ao ano, nós gastamos 30% ao mês. Significa que desperdiçamos muito dinheiro”. Por isso, na visão dele, ensinar a não desperdiçar é o maior investimento que os pais podem fazer pelos filhos.

Imagem ilustrativa da imagem Educação financeira: adolescentes usam mesada para investir
Priscila Rossi fez avaliação sobre o tema |  Foto: Divulgação/Assessoria

Dar ou não dinheiro de forma regular aos filhos?

Dar ou não mesada para os filhos é uma dúvida de muitos pais. A mesada é uma ferramenta para que os responsáveis possam ensinar educação financeira para as crianças, na análise da psicóloga e especialista em educação financeira infantil Priscila Rossi.

Presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin) e Phd no assunto, Reinaldo Domingos compartilha da opinião. Contudo, há especialistas que defendem que ela pode dar falsa sensação de dinheiro garantido.

Mas, se os pais optarem por dar mesada, como fazer? Reinaldo Domingos defende que a mesada é um ato de doação: “Jamais deve ser associada a um prêmio ou castigo”.

Priscila Rossi detalha que ela não pode ser associada a boas notas, a bom comportamento e a tarefas domésticas, e que pode ser dada a partir dos seis anos.

Ao iniciar, os responsáveis devem explicar para a criança que ela vai receber uma mesada, especificar o valor e o que ela vai ficar responsável por comprar. Explicar que aquele dinheiro é para ajudá-la a aprender a usá-lo, a tomar decisões. “Cabe ao responsável orientar, mas a criança precisa ter liberdade para escolher”.

Nos seis primeiros meses, Priscila orienta a usar o dinheiro físico semanalmente. Para estabelecer o valor, é necessário considerar o que a criança ficará responsável por comprar. A ideia é que ela tenha vários cofrinhos: 70% do valor vai para os gastos, 20% para ser poupado e 10% para doação. “A intenção é que a criança aprenda lidar com as frustrações. Cabe a nós, pais, colocarmos o limite e ensinar”.

SAIBA MAIS

Mesada

A partir dos seis anos, a criança já pode começar a receber mesada. Para alguns especialistas, ela é uma ferramenta para que os responsáveis possam ensinar educação financeira. Outros não apoiam.

A psicóloga Priscila Rossi orienta que a divisão seja em vários cofrinhos: 70% para gastos (a ideia é que a criança movimente esse dinheiro, consuma, faça escolhas, tome decisões, erre e aprenda), 20% para poupar (para uma meta de curto prazo) e 10% para doação (para entender o papel social das pessoas e desenvolver empatia).

Caro e barato

A criança começa a entender esses conceitos de caro e barato por volta dos 8 anos de idade. Nessa fase, ela consegue abstrair, olhar para o mundo além do concreto. Para ajudá-la, é preciso possibilitar que ela viva experiências onde as pessoas estão analisando o que é caro e barato. Por exemplo, nas compras do dia a dia, na decisão se vai comer fora, pedir o delivery ou cozinhar.

Desejo e necessidade

O supermercado tem uma infinidade de possibilidades de falar sobre educação financeira. Para trabalhar o conceito de desejo e necessidade, por exemplo, os pais podem combinar que vão comprar R$ 100 para os itens da lancheira naquela semana e o que sobrar fica para algo que a criança deseja. Não sobrou, não leva.

Cozinhar

Cozinhar com a criança pode desenvolver habilidades como esperar, ler data de validade, usar os produtos que vão vencer primeiro antes daqueles com data de validade maior, para não ter desperdício. Exige criatividade se não tiver um ingrediente, para substituir por outro.

Leitura e jogos

Banco imobiliário, jogo da mesada, jogos de tabuleiros no geral também contribuem para o desenvolvimento. A leitura também é importante, mesmo livros que não tratam de educação financeira podem estimular reflexões por meio das características dos personagens. Quando um personagem toma uma atitude, por exemplo, o responsável pode incentivar a criança a compartilhar o que ela teria feito.

Organização

A organização de festas, viagens, compras de presentes são oportunidades de aprendizado.

Trabalho

O conceito de mostrar para criança o quanto de tempo os responsáveis usam para gerar o dinheiro é importante. “Para pagar isso aqui, a mamãe precisa trabalhar 8 horas”.

Financinhas

O Instituto Sicoob lançou em 2021 o programa Financinhas na escola, voltado para crianças de 6 a 10 anos, do Ensino Fundamental I. O programa é gratuito e pode ser realizado em escolas públicas e privadas e cooperativas educacionais. As escolas que quiserem implementar o programa devem procurar a agência do Sicoob mais próxima para se informar.

Banco +

Já o projeto Banco+ é da MVT Educação. Segundo ela, o projeto busca fornecer ferramentas para que os estudantes desenvolvam a consciência financeira. O projeto é voltado para estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Mais informações: mvteducacao.com.br.

Fonte: Sicoob, MVT Educação, Secretaria Municipal de Educação de Vitória, psicóloga e educadora financeira Priscila Rossi.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: