Economia melhora e ES tem 34 mil novos empregos
Queda do dólar, redução da inflação e maior credibilidade do País no mercado são fatores que favorecem criação de postos de trabalho
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A economia capixaba continua em crescimento, como aponta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostra saldo positivo de postos de trabalho do Estado no ano passado.
Com a melhora da economia no País e no Espírito Santo, foram registrados 34.202 novos empregos, entre janeiro e dezembro de 2023.
O número refere-se à diferença entre as admissões de trabalhadores com carteira assinada no Estado, um total de 507.302, e os desligamentos de funcionários no mesmo período, que foi de 473.010.
O resultado positivo, com mais de 34 mil novos empregos no Estado em 2023, é puxado pelo desempenho do setor de serviços, que fez 14.420 novas contratações.
O resultado expressa um cenário do pós-pandemia, com a retomada das atividades, mas não se resume a isso, segundo o economista e diretor-geral da Faculdade Capixaba de Negócios (Facan), Marcelo Loyola. “A queda da inflação, de 7% para 4%, passa uma credibilidade maior ao mercado. Além disso, o dólar caiu de R$ 5,40 para R$ 4,90, trazendo uma condição maior para os produtos importados, e o Estado é muito forte nesse setor e aquece os serviços também”.
A tendência é que, com as eleições municipais, os investimentos do setor público potencializem ainda mais as contratações em setores como o da construção civil, que é beneficiado diretamente por obras de infraestrutura.
“Sem contar os empregos nos comitês eleitorais, gráficas, influenciadores digitais, marketeiros, assessorias, comunicação, podcast, internet. Há uma injeção de recursos maior nesse período”, diz.
O mês de maio foi o destaque positivo, com 13.575 contratações. Já dezembro foi o único mês com salto negativo, com uma redução de 6.870 postos de trabalho.
A dinâmica do período de datas comemorativas no final do ano, principalmente no comércio, explica o dado, segundo o diretor de Integração do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), Antônio Rocha. “Dezembro tradicionalmente apresenta dado negativo ao emprego formal devido ao encerramento dos contratos temporários”.
A taxa de informalidade – parcela dos trabalhadores ocupados no setor informal em relação ao total da população ocupada – chegou a 39% no ano anterior, ligeiramente abaixo da média nacional (39,2%).
Para o professor, o percentual ainda preocupa, principalmente devido ao desamparo relacionado à seguridade social garantida aos que mantêm vínculos formais.
“O trabalhador não tem nenhum amparo de seguro saúde, aposentadoria, e por outro lado o governo não arrecada impostos”.
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Admissões por ano
O número absoluto de contratações no mercado de trabalho formal aumentou no Espírito Santo nos últimos três anos.
De 317.602 admissões em 2020, o número saltou para 507.302 no ano passado, alta de 59,73%.
Em 2021, foram 429.544 contratações no mercado de trabalho capixaba, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Já em 2022, o número saltou para 476.701.
- 507.302 admissões no ES em 2023 (número absoluto)
- 473.100 demissões no ES em 2023 (número absoluto)
- Enquanto a média de desemprego no Brasil ficou em 7,8% no ano passado, a média no Espírito Santo terminou abaixo desse valor, em 5,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
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