Demissões e novas chances no mercado de trabalho
A expectativa é de que os sistemas avançados de inteligência artificial passem a ocupar mais cedo ou mais tarde alguns cargos
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A expectativa é de que os sistemas avançados de inteligência artificial passem a ocupar mais cedo ou mais tarde alguns cargos de setores financeiros, comunicação, jurídico de tecnologia, entre outros, de acordo com pesquisa da MLIV Pulse.
Apesar de provocar demissões, as novas tecnologias de inteligência artificial também vão criar novas chances, de acordo com os especialistas.
A inteligência artificial vem sendo desenvolvida há décadas. Mas, nos últimos meses, a chamada IA generativa provocou um entusiasmo generalizado entre os investidores que acreditam que a tecnologia também poderia gerar recompensas financeiras enormes.
O diretor-presidente da Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on), Emílio Augusto Barbosa, afirma que para a melhor qualificação, o poder público precisa identificar modelos de ensino, que por exemplo, não criem aversão à matemática.
“Nos primeiros níveis de ensino, não se tem formatos que atraiam os estudantes para o ensino da matemática. E com isso, há uma evasão muito grande na graduação, quando o nível da matemática é mais avançado. E é a base da inteligência artificial e das tecnologias”, explica.
De acordo com Barbosa, os governos devem ficar mais atentos aos impactos da IA. “É preciso atenção para a qualificação em todos os níveis para as próximas gerações. Senão o cenário poderá ser de grandes dificuldades”.
O uso da inteligência artificial já está mudando na educação e também nos estudos para concursos públicos. Segundo a Doutora em Informática na Educação Simone de Oliveira, quando se trata dos alunos, os benefícios da IA são grandes.
“Na educação básica, a IA é usada com o objetivo de potencializar a aprendizagem. No ensino superior, além dessa funcionalidade, as tecnologias que usam IA também contribuem com os processos de gestão, com a inteligência pedagógica e com a otimização do trabalho do professor”, afirma.
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Estar se atualizando sempre é um dos pontos chave para se garantir no mercado de trabalho, de acordo com o especialista em RH Élcio Teixeira.
“Se atualizar constantemente, até de forma semanal sobre as novidades e ferramentas de inteligência artificial. Por exemplo, a Microsoft lançou o ChatGPT dentro da plataforma Teams. Ao fim de uma reunião virtual, poderá ser feita uma ata utilizando IA. Então quem utiliza o Teams terá que se adaptar a isso”, diz.
Gigantes da tecnologia investem R$ 52 bilhões
As empresas de tecnologia estão investindo o equivalente a mais de R$ 52 bilhões em inteligência artificial. As gigantes estimam faturar ao menos cerca de quatro vezes mais do que os valores investidos, segundo o The New York Times.
A Microsoft confirmou novo investimento na OpenAI, empresa criadora do ChatGPT e de outras ferramentas de inteligência artificial.
Após o ChatGPT foi lançado no final de novembro de 2022 e chegou a 1 milhão de usuários em menos de uma semana, a Microsoft parece ter colocado ainda mais atenção a essa tecnologia.
A empresa considera usar a capacidade por trás do chat em suas ferramentas, incluindo Word, Power Point, Outlook e Bing.
Isso fez o Google mudar sua postura sobre o uso de inteligência artificial no buscador. A companhia já planeja incluir recursos de chatbot em seu buscador e revelar mais de 20 projetos movidos a AI neste ano. Com isso, o Google, controlado pela Alphabet, anunciou investimentos na startup de inteligência artificial Anthropic, que está testando um rival para o ChatGPT.
Alerta para o risco de aprofundar a desigualdades sociais
“A influência da inteligência artificial (IA) nas profissões tem sido amplamente discutida e explorada nas últimas décadas. Embora a IA tenha o potencial de personalizar o aprendizado e melhorar a eficiência do sistema educacional, é importante considerar as preocupações éticas e sociais levantadas por especialistas como Shoshana Zuboff.
De fato, a IA pode ser uma ferramenta valiosa na educação para personalizar o aprendizado, permitindo que os alunos recebam suporte e orientação adaptados às suas necessidades e estilos de aprendizagem individuais. É necessário o alerta para o risco de a IA aprofundar as desigualdades sociais, já que os alunos de baixa renda podem não ter acesso aos recursos tecnológicos necessários.
Outra preocupação levantada por Zuboff é que o uso indiscriminado da IA na educação pode levar à substituição de professores por robôs, comprometendo a interação humana e a qualidade do ensino. Da mesma forma em outras profissões.
Se você acha que as preocupações são exageradas, te deixo uma pergunta: como você pode ter certeza de que esse texto foi escrito por mim e não por IA? Simples, você não pode!”
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