Médica revela sinais da alopecia em mulheres
Ainda que seja mais comum em homens, cerca de 33% das mulheres também vão enfrentar a alteração que resulta na perda de cabelo ao longo da vida
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Ninguém gosta de perder cabelo, mas, em média, é normal caírem até 200 fios por dia, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Só que 42 milhões de brasileiros possuem alopecia, alteração que resulta na perda de cabelo do couro cabeludo ou de outras áreas do corpo.
Ainda que seja mais comum em homens, cerca de 33% das mulheres também vão enfrentar o problema ao longo da vida.
Existem vários tipos de alopecia, e com causas variadas, destaca a dermatologista pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Emilly Neves, fellow em tricologia na USP.
“Alguns fatores que podem contribuir para o surgimento da alopecia são os genéticos, alterações hormonais, estresse intenso, doenças autoimunes, deficiências nutricionais e até uso excessivo de química no cabelo”, explica.
Falhas novas, afinamento dos fios e queda capilar intensa são os principais sinais de alerta das alopecias, aponta a médica. “Sintomas como queimação, ardência, dor e coceira podem estar associados e indicam alterações no couro cabeludo. É importante realizar a consulta dermatológica assim que as alterações surgirem. Demorar a procurar atendimento pode ser catastrófico para o cabelo”.
A condição pode ser passageira ou permanente, a depender do tipo de alopecia que o paciente apresenta.
“No eflúvio telógeno, a queda capilar tende a ser temporária, se o gatilho for pontual. No eflúvio pós-parto, por exemplo, a queda dura de três a seis meses. Com o tempo e os cuidados adequados, o cabelo se recupera. Já nos casos com muitos gatilhos ou um persistente, a queda pode ocorrer por meses ou anos”, explica.
Por outro lado, ressalta a dermatologista, existem doenças como a alopecia frontal fibrosante que destrói permanente os fios, substituindo-os por fibrose. “Essa alopecia é mais comum em mulheres, principalmente na pós-menopausa. Aparece com falhas no couro cabeludo, dando a sensação de aumento da testa, e perda de fios nas sobrancelhas. Sem o tratamento adequado, a perda é progressiva e irreversível”.
Segundo Emilly, o tratamento das alopecias pode ser realizado com aplicação de produtos tópicos (cremes, sprays), medicações em comprimido ou injetáveis.
“Cada alopecia tem um plano de tratamento diferente, que varia de acordo com o tipo e extensão da doença, o estilo de vida e as preferências do paciente, as contraindicações e os efeitos colaterais dos medicamentos”, destaca.
Causa genética ou emocional
Ainda na infância, aos 10 anos, a jornalista Adriana Moreira Maciel, 45, teve alopecia e precisou realizar um tratamento com injeção de corticoides no couro cabeludo.
Vinte cinco anos depois, ela novamente começou a apresentar queda de cabelo, porém, dessa vez, o tratamento não surtiu efeito e todo seu cabelo caiu, além da sobrancelha.
“Tenho alopecia areata universal. Ela pode ser genética ou emocional. Minha mãe nunca foi ao médico, mas, na parte da frente de seu cabelo, não tem fios”, conta a jornalista.
“Caía aos montes. Como vi que não ia ter mais jeito, raspei o resto que tinha. No início assusta e a gente sente vergonha. Cheguei a usar lenços, fiquei dois finais de semana sem sair, mas vi que não poderia ficar só dentro de casa”, relata Adriana.
Tipos mais comuns da doença
Alopecia androgenética
Também conhecida como calvície hereditária, é o tipo mais comum. Está relacionada à predisposição genética e à ação dos hormônios androgênicos. Nos homens, aparece por entradas e rarefação no topo da cabeça. Nas mulheres, geralmente há um afinamento difuso, principalmente na região central do couro cabeludo.
Alopecia areata
Doença em que o sistema imune ataca o próprio pelo, resultando em falhas no couro cabeludo, nas sobrancelhas, na barba e até no corpo inteiro. Ainda não se sabe exatamente a causa do desequilíbrio no sistema imune, mas estresse intenso e infecções recentes podem contribuir para ativar a doença.
Eflúvio telógeno
Queda capilar intensa induzida por gatilhos. Estresse intenso, cirurgias, má alimentação, infecções, deficiência de vitaminas, doenças (depressão ou distúrbios da tireoide), uso de medicamentos, pós-parto e alterações hormonais são possíveis desencadeantes.
Existem outras alopecias menos frequentes, como líquen plano pilar, alopecia frontal fibrosante, alopecia de tração, foliculite decalvante e celulite dissecante.
Tratamento
Pode ser realizado com aplicação de produtos tópicos (cremes e sprays), medicações em comprimido ou injetáveis. Em alguns casos, pode ser recomendada a realização de procedimento capilar no consultório, aplicando medicamentos no couro cabeludo por microagulhamento. Esta técnica pode potencializar a recuperação dos fios e estimular ainda mais o crescimento do cabelo.
Fonte: Emilly Neves, dermatologista.
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