HIV atinge ao menos 20 mil pessoas no Espírito Santo
Especialistas explicam avanços da medicina para se proteger do HIV, que ataca o sistema imunológico e pode levar à Aids
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Você sabe como se proteger do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)? Simples recomendações fazem toda a diferença contra o problema, que, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), atinge quase 20 mil pessoas no Espírito Santo.
Protagonista da campanha Dezembro Vermelho, que marca uma mobilização nacional na luta contra infecções sexualmente transmissíveis, o HIV ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças, e pode levar à Aids.
Esta é caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento de doenças oportunistas, que podem levar à morte. Tanto o HIV quanto a Aids têm tratamento.
Para não se chegar ao ponto da infecção pelo vírus, há várias formas de prevenção.
A infectologista Ana Carolina D'Ettorres explicou que o HIV pode ser transmitido por meio do sexo sem camisinha com aquele que tem HIV e não trata, e também da mãe sem tratamento para o bebê na hora do parto e amamentação pelo leite materno.
A transmissão também pode ocorrer pelo contato com sangue de alguém que tem HIV com carga viral positiva, por meio de lesões ou agulhas contaminadas.
No caso da prevenção, Ana Carolina afirmou que o uso de preservativos e lubrificantes à base de água é fundamental, assim como a testagem frequente. “Quanto mais se testa, maior a chance do diagnóstico precoce, de tratar as pessoas positivas e de diminuir a cadeia de transmissão”.
E não para por aí. Juliana Rodrigues dos Reis, infectologista do Centro de Referência de IST/ Aids de Cariacica, afirmou que existem medicamentos especiais: a PrEP e a PEP.
Ela explicou que a PrEP é um medicamento de prevenção para que, se caso a pessoa tenha exposição de risco ao HIV, esteja protegida. “Tem mais de 99% de eficácia, desde que faça o uso corretamente. Qualquer pessoa que acha que se expõe ao risco ao HIV, acima de 15 anos, já pode fazer o tratamento”.
Já a PEP é uma profilaxia pós-exposição. O Centro de Referência de IST/Aids de Cariacica dá todo o suporte para os tratamentos.
Juliana informou ainda que, se a pessoa já tiver o HIV, há todo um tratamento que permite uma vida normal. Se a medicação é utilizada corretamente, a pessoa, inclusive, não é mais capaz de transmitir o vírus para alguém por ter uma carga viral indetectável.
FIQUE POR DENTRO
Foram 913 casos registrados neste ano
HIV
Segundo a Secretaria da Saúde, de janeiro a novembro deste ano, o Espírito Santo registrou 913 casos de infecção por HIV. Do total, 74% eram homens e 26,15%, mulheres.
HOJE, quase 20 mil pessoas convivem com HIV no Estado. O tratamento é acessível pelo SUS.
Como se proteger?
Usar preservativos
Camisinha é o método mais eficaz para proteção contra o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Usar lubrificantes à base de água junto à camisinha
Tem função de auxiliar na lubrificação, evitando microfissuras nas mucosas anal e vaginal, e também reduz a possibilidade do rompimento do preservativo.
Testagem frequente
Quanto mais se testa, maior a chance de diagnósticos precoces, tratar as pessoas positivas e diminuir a cadeia de transmissão.
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
Consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição)
Consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções após exposição com potencial risco. Deve ser iniciada no máximo em até 72 horas após a exposição, de acordo com o Ministério da Saúde.
E mães que são HIV positivas?
Devem usar antirretrovirais durante a gestação e, se orientado pelo médico, também no parto, para prevenir a transmissão para o bebê. Também é recomendado evitar amamentar seus filhos.
Outra recomendação
Evite compartilhar objetos cortantes, como agulhas, seringas ou lâminas.
Fonte: Especialistas consultadas e pesquisa A Tribuna.
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