Você sabe quais são os sinais do câncer de pele?
Médicos explicam que pintas que mudam de cor, aumentam de tamanho ou sangram podem ser indícios da doença
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O câncer mais frequente no Brasil é o de pele, causado principalmente pela exposição excessiva ao sol. Com a chegada do verão, curtir uma praia quando o sol está mais intenso se torna ainda mais frequente.
Só que neste mês, onde entidades médicas chamam atenção para o Dezembro Laranja – campanha de prevenção e detecção precoce do câncer no maior órgão do corpo humano – sinais podem indicar a presença da doença. Você sabe quais são esses sinais?
“Os sinais estão relacionados às “pintas” de pele que mudam de características”, explica a oncologista Kitia Perciano.
Entre as mudanças, a médica cita na cor e no aumento de tamanho, elas tornam-se nodulares, passam a perder os limites, se tornando irregulares, e passam a sangrar.
Teoricamente, segundo Kitia, toda pinta pode se transformar em um câncer. “Há algumas que têm características de benignidade típica, mas podem se transformar raramente”, alerta.
Segundo o Ministério da Saúde, qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mas aquelas com pele muito clara, albinas, com vitiligo ou em tratamento com imunossupressores, são mais sensíveis ao sol. A doença é mais comum em pessoas com mais de 40 anos.
“A maioria é tratada apenas com cirurgia. Quando o câncer é pequeno, a chance de cura é grande. Os tipos menos agressivos, como o baso e espinocelular, podem deixar cicatrizes na face se operados tardiamente. Já o melanoma, que é mais agressivo, pode necessitar de imunoterapia quando está avançado localmente ou já apresenta metástases para outros órgãos”, explica a oncologista.
A regra, segundo o dermatologista Carlos José Cardoso, é a qualquer sinal de mudança na pinta, deve-se procurar um especialista. “Se a pessoa tem várias pintas, é importante ir ao médico para ser avaliado”.
Para se proteger, a recomendação é a proteção solar adequada. “Deve-se usar roupa de proteção ultravioleta, chapéu ou viseira, porque o boné só protege o rosto, e filtro solar, que deve ser passado a cada três horas”, destaca o dermatologista.
Ele ensina ainda como o filtro deve ser aplicado. “Deve-se passar o filtro em todo o rosto, indo até a linha do cabelo, lembrando da orelha e colo. Na face deve-se usar uma colher de café de filtro solar, nos braços e pernas uma colher de sopa cheia em cada parte”, ensina.
Descoberta por acaso
A arquiteta Giedre Ezer, de 49 anos, descobriu no ano passado um câncer de pele. A descoberta aconteceu “por acaso”, quando, em uma consulta com sua dermatologista para tratamento de acne, ela coçou a pinta em seu colo, chamando a atenção de sua médica.
“Era como se fosse uma textura, parecendo uma verruga. Quando ela examinou com a lupa, disse que era câncer de pele. Fiquei em choque com o diagnóstico”, lembra.
Giedre conta que, antes da consulta, ela já havia notado o sinal, mas como tem acne adulta, ela achou que pudesse ser acne. Após o diagnóstico, ela passou por cirurgias para a retirada do câncer.
“Sem dúvida, esse diagnóstico foi cuidado de Deus com minha vida. Hoje, incluí a camisa UV quando vou à praia e uso o filtro solar diariamente”.
Especialistas dão dicas para prevenir a doença
Com o sol cada vez mais forte, ainda surgem dúvidas sobre qual o melhor horário para se expor à luz solar. Especialistas explicam que estar em contato com a luz do sol é importante para a saúde e o bem-estar, afinal, essa é a principal fonte de vitamina D. Mas a recomendação é evitar ampla exposição no intervalo entre 10h e 16 horas.
“A exposição deve ser por pequenos períodos, de acordo com o tipo de pele. O sol durante caminhadas e esportes não é apropriado, pois é por tempo prolongado e expõe áreas de risco, como face, couro cabeludo e colo”, alerta a oncologista Kitia Perciano.
O dermatologista Carlos José Cardoso recomenda que, quem for à praia em horários não recomendados, deve procurar abrigo para se proteger da exposição solar.
SAIBA MAIS
Câncer de pele
A exposição prolongada e repetida ao sol aumenta o risco para o câncer de pele, especialmente entre as pessoas que possuem pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ou que são albinas.
as pessoas de pele negra também precisam se cuidar, mesmo que a incidência seja menor. Isso porque outros fatores de risco incluem indivíduos com histórico familiar, doenças de pele prévias, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial.
Os principais sintomas do câncer de pele são surgimento de manchas que coçam, descamam ou que sangram; sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor; ou ainda feridas que não cicatrizam em quatro semanas.
Fonte: Ministério da Saúde.
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