O que o Brasil pode aprender com a China sobre o dinheiro digital?
Enquanto a China amplia o uso do yuan digital, o Brasil aposta em testes e segurança com o Drex
Você já ouviu falar em moeda digital? Pois é, o dinheiro do futuro já está virando realidade em vários países. E a China saiu na frente.
Por lá, o tal do yuan digital já está circulando entre milhões de pessoas. Dá pra pagar conta, receber salário, fazer transferência, tudo com o dinheiro virtual criado pelo próprio governo. E isso não é mais teste não, é uso no dia a dia mesmo.
Enquanto isso, aqui no Brasil, a gente também está no jogo com o Drex, nome da versão digital do real. Mas por aqui, o caminho tem sido um pouco diferente. O Banco Central resolveu ir com mais calma. Em vez de lançar logo pro grande público, a ideia agora é focar primeiro em testar o sistema com bancos e instituições financeiras.
Mas o que a gente pode aprender com a China nessa história?
Primeiro, é bom entender o tamanho da coisa por lá. Desde 2020, o governo chinês tem testado o yuan digital em várias cidades. A novidade ganhou ainda mais força com o lançamento de uma carteira digital só pra isso. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas já usaram o dinheiro digital em algum momento.
E o interesse da China vai além de facilitar a vida das pessoas. Eles também querem ter mais controle sobre o dinheiro que circula no país, combater fraudes e, claro, diminuir a dependência do dólar nas negociações com outros países. É uma jogada econômica, mas também política.
Aqui no Brasil, a proposta do Drex começou diferente. A ideia inicial era usar tecnologias mais modernas, como a famosa "blockchain", mas isso mudou recentemente. O Banco Central decidiu deixar essas ferramentas pra depois e focar, por enquanto, em garantir que o sistema funcione bem dentro do mercado financeiro tradicional. Em vez de liberar logo para a população, o Drex vai ser testado primeiro nos bastidores, em operações entre bancos e instituições.
Isso significa que o Brasil está atrasado? Não necessariamente. A China está indo na frente, mas com um modelo que funciona bem dentro da realidade deles. Aqui, a estratégia é ser mais cauteloso: testar, garantir segurança e só depois pensar em lançar para todo mundo.
Na prática, o Brasil pode tirar duas boas lições dessa comparação. A primeira: é importante ter um objetivo claro, se a ideia é usar o Drex no dia a dia das pessoas ou para reforçar o sistema financeiro. A segunda: mesmo sem lançar tudo de uma vez, é bom manter o projeto em movimento. Testar aos poucos, sim, mas sem deixar o assunto esfriar.
Para que o Drex não perca força, o Banco Central precisa continuar explicando o projeto com clareza e manter os estudos sobre como essa moeda pode ser usada no futuro, seja em pagamentos, empréstimos ou outros serviços digitais.
No fim das contas, tanto o Brasil quanto a China estão tentando responder à mesma pergunta: como será o dinheiro do futuro? Lá, o caminho está sendo mais rápido e direto ao consumidor. Aqui, preferimos testar bem antes de colocar na praça. E isso não é ruim. Afinal, quando o assunto é o nosso dinheiro, segurança e planejamento também contam muito.
O importante agora é acompanhar de perto e entender que essa mudança não é só de tecnologia. Ela pode transformar a forma como usamos, guardamos e pensamos o dinheiro nos próximos anos.
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