As oportunidades de trabalhar em ambientes compartilhados
Coluna publicada na edição desta quinta-feira (27), do jornal A Tribuna
O home office e os ambientes compartilhados estão em alta e essa tendência promete se manter forte em muitos setores. Para se ter uma ideia do crescimento dessas ferramentas, houve aumento de 93% na busca por locais de trabalho coletivo no ano passado em relação a 2021. E o Brasil está entre os países em que esse fenômeno foi verificado, com uma alta de 97%.
Os dados são de um levantamento da International Workplace Group (IWG), que gerencia espaços de coworking em todo o mundo, e apontam ainda que a demanda por salas de reunião no Brasil, por exemplo, registrou 216% de crescimento entre janeiro e março de 2022, também no comparativo com o mesmo período do ano anterior. O resultado é acima da média global, de 166%.
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Além do Brasil, Reino Unido e Espanha estão entre os mercados em que o coworking se desenvolveu mais rápido. O maior aumento foi registrado no Reino Unido, com 300% de alta. Já a Espanha ficou com o segundo lugar, com 123%.
Apesar de não serem ferramentas novas, essas formas e esses espaços de trabalho ganharam força e foram potencializadas pelas empresas com a pandemia de covid-19, vivenciada com mais intensidade entre os anos de 2020 e 2022. Com isso, já são mais de 1.600 unidades de coworking no País, segundo a consultoria imobiliária Newmark.
Em primeiro momento, o home office foi a estrutura mais utilizada devido ao isolamento social. Porém, com a retomada da “vida normal”, em decorrência da pós-pandemia, os ambientes compartilhados se apresentaram não só como ferramenta de investimento mais acessível, mas sim como uma poderosa forma de networking e potencialização de negócios.
Isso porque, esses espaços compartilhados, ao unirem pessoas e possibilitarem diversas conexões e novos negócios, passaram a ser vistos, por muitas empresas, como um pilar estratégico dentro do plano de ações dessas corporações.
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Em alguns espaços, consegue-se ainda unir todos os benefícios das salas compartilhadas com a força de entidades associativistas ali presentes, sendo um grande diferencial para os ocupantes desses coworkings.
E as oportunidades não param por aí. Em alguns espaços compartilhados existe a possibilidade de se aproveitar incentivos tributários, a exemplo do Centro de Vitória, onde as empresas prestadoras de serviços podem reduzir em até 60% o valor de pagamento do Imposto Sobre Serviço (ISS) para a municipalidade.
Para as empresas que adotaram a modalidade híbrida de funcionamento, ou seja, presencial e home office, os coworkings se apresentam como boa alternativa para os colaboradores terem a opção de um local ideal para trabalhar.
Em março, o Espírito Santo regulamentou a utilização dos espaços para empresas que possuem inscrição estadual. Certamente isso é mais um avanço.
Wagner Júnior Corrêa é superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória
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