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Papo de Família

Papo de Família

Colunista

Cláudio Miranda

Pais sem tempo

O filho deve saber que o pai e a mãe sempre estarão disponíveis para protegê-los de quaisquer situações de crise e de tensão

Claudio Miranda | 15/05/2023, 14:59 14:59 h | Atualizado em 15/05/2023, 15:00

Imagem ilustrativa da imagem Pais sem tempo
Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |  Foto: Arquivo/AT

O tempo de contato dos pais com os filhos é o momento onde a educação acontece e a relação afetiva se estabelece. No convívio com os pais, os filhos vão se fortalecendo emocionalmente e estruturando sua personalidade, sua segurança interior e sua autoestima.

Há pais que são muito ocupados e delegam a educação dos filhos a funcionários, babás, escolas e outros profissionais. Ninguém substitui o amor e o cuidado de um pai e de uma mãe.

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A escola, por exemplo, é fundamental na vida de uma criança e de um adolescente, mas os pais devem se fazer presentes, interagindo e se relacionando bem com a equipe escolar. A escola é a principal parceira da família, mas não a substituirá nunca. 

Uma criança com uma agenda diária muito pesada e agravada pela ausência do pai e da mãe pode se tornar uma criança medrosa e insegura, levando esse sentimento para a sua vida adulta. 

Há um ditado que diz: “A mão que balança o berço é a mão que governa o mundo”. Há coisas que são intransferíveis. Se você não estiver lá fará falta, e em casos mais graves, poderá ser esquecido. Por mais ocupado que você seja, mostre-se disponível e interessado nos seus filhos.

O filho deve saber que o pai e a mãe sempre estarão disponíveis para protegê-los de quaisquer situações de crise e de tensão. 

Não existem pessoas tão ocupadas que não tenham tempo disponível para o seu filho na sua vida diária.

Existem pais desinteressados pelos filhos. 

Os que trabalham muito devem aprender a reservar um tempo para os filhos na sua agenda diária de atividades. Tempo é interesse. Você não terá tempo para aquilo que não se interessa.

Aos que dizem que realmente não têm tempo mesmo, esses devem se perguntar por que tiveram filhos.

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Amor e carinho de pai e mãe são insubstituíveis. O tempo demasiado investido no trabalho pode ser compensado com atitudes muito simples e fáceis. Uma ou duas ligações durante o dia, um passeio bacana no final de semana, fazer uma receita gostosa juntos, comer fora, assistir um filme em casa ou no cinema, visitar um parente (avós, tios), ir à praia, jogar (baralho, tabuleiro), sentar para contar casos, contar histórias, contar piadas, dar orientações para a vida na escola, levar e buscar nas festinhas na casa dos amigos ou em outros ambientes, rezar juntos (ter uma religião pode ser muito bom).

Sempre que encontrar com os filhos depois de um tempo de ausência crie o hábito de perguntar sobre como foi o seu dia, o que fez, com quem conversou, do que gostou, o que aborreceu, etc. A falta de comunicação tem sido um dos agravantes na relação familiar. 

Se os filhos ou você não estiverem interessados no diálogo, talvez o problema já tenha piorado, mas, não desista! Mesmo que não tenha hábito, mesmo que fique sem graça, se posicione como pai e como mãe. Tome o seu lugar. 

Aprenda a dizer: Eu te amo meu filho!

Você é importante para mim!

Hoje eu me lembrei de você no meu trabalho.

Se você tiver dificuldades em retomar o diálogo com seus filhos e família, procure uma ajuda especializada e invista no bem-estar e na felicidade de quem é importante para você.

Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

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