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Opinião Internacional

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Colunista

José Vicente de Sá Pimentel

A lista Epstein, parte 3

Controvérsias sobre dossiês de Epstein reacendem polêmicas envolvendo Trump e aliados

José Vicente de Sá Pimentel, Colunista de A Tribuna | 01/09/2025, 13:22 h | Atualizado em 01/09/2025, 13:22

Imagem ilustrativa da imagem A lista Epstein, parte 3
José Vicente de Sá Pimentel, nascido em Vitória, é embaixador aposentado. |  Foto: Divulgação

Altos personagens da Maga e do Q Anon fizeram questão de declararem-se desapontados ao verem o nome do bilionário Leon Black na lista de convidados para a cerimônia de posse do segundo mandato de Trump. Amigo e protetor de Jeffrey Epstein desde 1997, Leon seria um dos baluartes do Estado Profundo que viria atormentando o time trumpista.

A esperança dos esquisitões renasce quando Kash Patel, designado Diretor do FBI, diz na sabatina de confirmação no Congresso que vai se empenhar para dar ampla publicidade à lista de Epstein.

Em fevereiro, Pam Bondi, nova Ministra da Justiça, anuncia, num programa da Fox News, que “a lista está sobre a minha mesa”. Pouco depois, Bondi reitera que, no dia 27 subsequente, publicará o primeiro lote dos documentos e nomes. Chega o dia e a divulgação é feita com pompa e circunstância, diante de múltiplas câmeras de TV e jornalistas do mundo todo. Lida a documentação, ó desalento! O material não era novo.

No mesmo dia, Bondi oficia a Patel e reclama da falta de cooperação do FBI, que não lhe encaminhara milhares de páginas do dossiê. Patel explica, sempre na Fox News, que cerca de mil agentes do FBI estariam acabando de examinar mais de cem 100 documentos de Epstein. Em 3 de março, a maçaroca é enviada ao Ministério da Justiça, com a advertência, vazada aos jornais, que todos os documentos com referências a Trump deveriam ser escoimados.

Em abril, Virginia Giuffre comete suicídio. A notícia repercute fortemente, pois Giuffre se havia convertido em figura emblemática do esquema Epstein desde o seu envolvimento, em 2014, na ação penal contra o Príncipe Andrew. Invertem-se, porém, os termos da equação: agora a ultradireita republicana é quem mais protesta. A deputada Marjorie Taylor Green, versão americana da nossa Zambelli, esperneia diante da lerdeza do Ministério da Justiça.

Em maio, Pam Bondi encontra-se com Trump e o informa de que seu nome aparece em inúmeros documentos do dossiê Epstein. A conversa é mantida em segredo, mas o jornal conservador The Wall Street Journal publica a informação, com detalhes, em 16 de julho. Trump processa o WSJ.

Em junho, Elon Musk causa estragos no campo Republicano, ao tuitar que “está na hora de revelar a verdadeira bomba, Trump está nos dossiês Epstein”. No dia 22 do mesmo mês, a Câmara de Deputados aprova moção solicitando a divulgação da íntegra dos documentos. O presidente da Câmara, Mike Johnson, recusa-se a pautar o assunto e antecipa as férias dos deputados.

Em 7 de julho, um memorando conjunto FBI-Ministério da Justiça insiste que não há nenhuma lista comprometedora. É colocada à disposição do público o que seria uma fita de gravação bruta do último dia na cela onde Epstein foi encontrado morto.

A Câmara de Deputados convoca Ghislaine Maxwell para depor em 11 de agosto. Na mesma noite em que a convocação é votada, Todd Blanche, ex-advogado de Trump e atual vice-Ministro da Justiça, voa para a Florida e, entre protestos exaltados dos Democratas, passa dois dias em conversas com Ghislaine, na prisão em que ela está detida.

A mais recente controvérsia é que uma análise técnica do vídeo divulgado em 7 de julho por Bondi e Patel apurou que as imagens não seriam as originais. Faltariam vários minutos na sequência e, devido ao ângulo da câmera, seria impossível afirmar que ninguém teria entrado na cela.

O que quer Trump ocultar? A sua opinião vale tanto quanto a minha, leitor. O certo é que suas últimas iniciativas podem até desviar momentaneamente a atenção do público, mas o longo prazo é duvidoso. O envio de soldados para Washington DC, quando a capital ostenta as mais baixas taxas de criminalidade dos últimos 30 anos, vai aguçar a resistência dos Democratas. Receber Putin em território americano pode ser midiático, porém quebrar o isolamento do russo e escantear a UE, sem um cálculo adequado de perdas e ganhos diplomáticos, é amadorístico e arriscado, ou pura má-fé. Fica no ar a pergunta: tudo isso para não divulgar a lista de Epstein?

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