Nova arma contra golpes no Pix
Pix mais seguro: Banco Central atualiza mecanismo de devolução de golpes
O Pix se consolidou como o meio de pagamento mais popular do Brasil. Rápido, prático e gratuito, ele se tornou parte do dia a dia de milhões, substituindo transferências, pagamentos de boletos e até pequenas compras.
Mas, junto com a conveniência, vieram também novos riscos: os golpes digitais. Para reduzir os prejuízos financeiros sofridos pelas vítimas, o Banco Central anunciou, na última quarta-feira (1º/10), uma atualização importante no Mecanismo Especial de Devolução (MED).
O MED foi criado em novembro de 2021, pouco mais de um ano após o lançamento do Pix, com a promessa de oferecer mais segurança ao sistema.
A ideia era simples: permitir que vítimas de fraudes, golpes ou falhas operacionais pudessem solicitar a devolução dos valores transferidos indevidamente. Contudo, na prática, a primeira versão enfrentava limitações.
A vítima precisava comunicar imediatamente o banco sobre a transação suspeita. Só que, muitas vezes, esse tempo de reação não era suficiente. O dinheiro, rapidamente movimentado para contas secundárias, desaparecia sem deixar rastros.
Agora, com a nova versão, batizada informalmente de MED 2, o Banco Central promete mais eficiência. O funcionamento foi redesenhado em quatro etapas principais: O cliente reporta ao banco que identificou uma transação suspeita (como um golpe, coerção ou acesso indevido à sua conta).
A instituição financeira notifica as demais envolvidas na operação. O saldo é bloqueado de forma imediata na conta recebedora. Em até 11 dias, após análise do caso, o valor poderá ser devolvido à vítima.
Um ponto importante é que a devolução só ocorre se houver saldo disponível na conta de destino. Caso contrário, essa conta permanece monitorada por até 90 dias, período em que novas tentativas de bloqueio poderão ser realizadas.
O objetivo é evitar que os criminosos façam o dinheiro “sumir” rapidamente com transferências sucessivas.
Porém, o Banco Central também deixou claro os limites do mecanismo. Assim como na versão anterior, não serão aceitos pedidos de devolução em casos de PIX saque e troco, transferências enviadas para a pessoa errada, desacordos comerciais ou simples arrependimento.
O MED 2 foi projetado exclusivamente para transações fraudulentas.
Ainda que seja um avanço, o novo mecanismo não representa garantia plena de recuperação do dinheiro. O saque imediato, por exemplo, continua sendo uma brecha que dificulta a devolução.
Por isso, a responsabilidade do usuário permanece essencial. O Banco Central reforça que o MED 2 deve ser visto como uma rede de proteção adicional, e não como um “seguro contra golpes”.
Ou seja, ele aumenta as chances de reversão das transações fraudulentas, mas não elimina os riscos. Em tempos de criatividade criminosa cada vez mais sofisticada, a prudência do usuário ainda é a primeira linha de defesa.
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