De subvalorizado a imparável
Comentários sobre o futebol, os clubes e os craques do esporte mais popular do planeta
Voltados, em maioria, à retomada do Brasileiro, com a disputa da 23ª rodada da Série A liderada pelo Flamengo, os clubes do Rio de Janeiro ainda dão mostras do quão reativos e lentos são com relação aos movimentos dos negócios do futebol. E o exemplo da vez vem do feminino cujo campeonato que será decidido neste domingo (14) em Itaquera, entre o pentacampeão Corinthians e o Cruzeiro - empate em 2 a 2 no jogo de ida, em Belo Horizonte.
Esqueçam, no entanto, e por um bom motivo, a mera abordagem esportiva. Vejam: o relatório “Undervalued to Unstoppable”, (“De subvalorizado a imparável”) da Nielsen Sports em parceria com a PepsiCo, projeta que até 2030 o futebol feminino estará entre os cinco esportes mais consumidos do mundo.
Fala em crescimento de 38% na base de fãs global, e alcance de mais de 800 milhões de pessoas. Cenário que realça o valor de um negócio ainda mal explorado pelos cariocas.
Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco mostram avanços na estruturação dos departamentos femininos, mas ainda têm lacunas significativas a preencher na comparação com clubes de São Paulo e até mesmo de Minas e Rio Grande Sul.
E seguramente estarão em desvantagem quando o mercado potencial for, de fato, importante gerador de receitas no orçamento daqueles que já estão em consonância com projeções do negócio tido por especialistas como algo “imparável”.
O ritmo vagaroso impresso nos passos dos quatro grandes do Rio remete a discussões dos anos 90, quando os paulistas atribuíam a melhora na performance de seus times a bem estruturados Centros de Treinamento.
Ou a uma outra do inicio da segunda década do novo século quando Corinthians e Palmeiras enxergaram o potencial de crescimento das receitas com exploração de um estádio próprio. Há outros exemplos, mas estes são dois dos mais emblemáticos.
Pois bem… aos que hoje ignoram a forma como os paulistas tratam o “negócio” trago uma informação: a diretoria do Palmeiras rejeitou oferta de U$ 1,5 milhão (R$ 8 milhões) do futebol dos Estados Unidos pela artilheira Amanda Gutierres, de 24 anos, camisa 9 da seleção brasileira, a única em atividade no país entre as 30 indicadas pela revista France Footbal à “Bola de Ouro” 2024/25.
Não à toa, o clube parte para a construção de um CT só para o futebol feminino.
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