A bola fora
Comentários sobre o futebol, os clubes e os craques do esporte mais popular do planeta
O Ministério do Turismo, de Marcelo Freixo, em parceria com o do Esporte, de André Fufuca, lançou na quarta-feira (22), no Mané Garrincha, em Brasília, sem muito alarde, a rota do turismo do futebol na América do Sul - propriamente no Mercosul, eixo que envolve Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia e Paraguai. A ideia marca o fim da presidência temporária do Brasil à frente do bloco e é alinhada ao “Visit South America”.
E tem o objetivo de usar a paixão pelo futebol na promoção do turismo entre estes países. O que parece ótimo - e até aí, tudo bem!
Acontece, que a instituição do roteiro, por ora chamado de “Rota dos Estádios de Futebol do Mercosul”, não inclui o lendário e mítico “São Januário”, tombado pelo patrimônio histórico do Rio de Janeiro.
Erguido por vascaínos de diversas camadas sociais no início do século passado, inaugurado em abril de 1927, o estádio foi palco de grandes jogos do Continente e momentos da história do país, sobretudo antes da construção do icônico Maracanã, em 1950.
Era dali que Getúlio Vargas discursava aos trabalhadores nos anos 40.
Finais
Mesmo depois disso, em 1998, São Januário abrigou uma das finais da Libertadores, contra o Barcelona de Guayaquil. Ou seja: não há razão para deixá-lo fora, principalmente pelo fato de o palco raiz do século passado estar prestes a fechar para obras de modernização.
Afinal, o texto promocional do projeto defende a valorização dos estádios “como espaços de memória viva, onde se entrelaçam história, arquitetura arte popular e emoção coletiva.”
E lembra que muitos deles contam com museus, visitas guiadas e infraestrutura para receber os turistas de todas as partes.
Ora bolas, exatamente o que o turista do Brasil ou do exterior terá em São Januário. Sem falar no ótimo restaurante anexo, onde se come a boa culinária portuguesa, com fartura e bom gosto.
De novo: se os critérios de seleção do estádios da rota olha “relevância histórica, oferta de visitas guiadas, museus ou centros de memória, além de acessibilidade e infraestrutura adequadas….”, São Januário jamais poderia ter sido esquecido.
No entanto, no Brasil, os listados são o Maracanã, o Allianz Parque, a Neo Química Arena, a Arena Mané Garrincha, o Beira-Rio, e a Arena do Grêmio, a Vila Belmiro, a Arena Castelão, e o Mangueirão. E também os Museus do Pelé, do Futebol, do Flamengo, e do Botafogo. Tremenda bola fora.
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