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DOUTOR JOÃO RESPONDE

A morte como remédio

Crônicas e dicas do doutor João Evangelista, que compartilha sua grande experiência na área médica

João Evangelista Teixeira Lima | 23/12/2025, 12:40 h | Atualizado em 23/12/2025, 12:40
Doutor João Responde

Dr. João Evangelista



          Imagem ilustrativa da imagem A morte como remédio
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Divulgação

A vida agasalha todos os sonhos do mundo. Clamando pela imortalidade, nossas ilusões abraçam o tempo, que transforma existir em viver. O tempo voa e o corpo gasta, pedindo paliativo, termo de origem latina relacionado a “pálio”, manto que agasalha e traz alívio. Inovações tecnológicas possibilitaram avanços nas diversas áreas da medicina, introduzindo uma série de tecnologias, as quais, representadas por suporte artificial da vida, aumentaram a sobrevida dos pacientes.

O morrer, antes considerado um processo agudo, passou a ter um caráter de imprevisibilidade. Assim sendo, a medicina curativa desafia os cuidados paliativos, ocasionando resistência para a aceitação da finitude humana, não só entre os pacientes, mas também entre os profissionais de saúde que, com tentativas legítimas de prolongar a existência, não observam a qualidade da situação na qual o enfermo se encontra.

A expressão “cuidados paliativos” vem acompanhada de preconceito, tendo em vista sua associação errônea com o cenário de impotência, pena ou abandono do paciente às drogas anódinas, num panorama de letargia e descuido.

Todavia, é importante lembrar que o ciclo da vida, definido como o esgotamento das possibilidades de resgate das condições de saúde, tendo a morte como um fator inevitável e previsível, não deve ser confundido com o final da vida, na qual o processo de morte é irreversível e o prognóstico pode ser de dias ou semanas. Cuidados Paliativos não é sobre morrer, é sobre como viver até lá.

Torna-se vital não confundir Ortotanásia, que é um processo natural e inevitável da morte, sem sofrimento, com Distanásia, que é a postergação injustificável da morte, naqual prioriza-se a quantidade de vida em detrimento da sua qualidade, violando direitos humanos e a dignidade do paciente.

A obstinação terapêutica, bastante praticada na Distanásia, ocorre quando se adota procedimentos injustificáveis, que se apresentam bastante nocivos ao enfermo, uma vez que sua cura é impossível, gerando mais sofrimento, além de violar seus direitos e dignidade.

Alguns doentes, desde o momento de um diagnóstico sombrio, possui a tendência a se apegar a crenças, religiões ou ensinamentos, que cultivaram durante a vida, caminhando com eles até o evento final.

Em outros casos, pode haver uma perda de conexão do indivíduo com a fé, roubando-lhe a paz. A espiritualidade costuma ter um efeito terapêutico, produzindo sentido e propósito à vida.

Houve uma época em que o controle do ser humano perante a morte era muito pequeno. Por esse motivo, as pessoas dedicavam-se a ouvir sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver.

Hoje, esse poder aumentou. A morte é definida como inimiga a ser derrotada. Estamos possuídos pela fantasia onipotente de que podemos nos livrar de seu toque.

Com isso, nos tornamos surdos às lições que ela pode nos ensinar, esquecendo que, quanto mais poderosos formos perante ela, mais tolos nos tornaremos diante da vida.

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