Voluntários vão testar novo remédio contra Alzheimer e Parkinson
Pesquisadores estão em busca de 150 pacientes para ampliar estudo do suplemento que reduz também os sintomas do Parkinson
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Pesquisadores capixabas, em parceria com um laboratório de Portugal, estão recrutando pacientes voluntários para ampliar um estudo com um suplemento medicamentoso contra Alzheimer e Parkinson. São 150 vagas disponíveis para a pesquisa, e as inscrições começam amanhã.
Eles vão fazer parte de um estudo internacional sobre um mix probiótico, denominado K10, que possui efeitos positivos, já comprovados em estudo ainda não publicado, em pacientes com doenças neurodegenerativas, segundo pesquisadores.
A intenção agora, de acordo com os pesquisadores, é ampliar a pesquisa, que é gratuita, para um público maior. Podem participar pacientes com diagnóstico confirmado de uma das doenças, de ambos os sexos, sem restrição de idade.
“Já fizemos uma avaliação em um estudo prévio, com 46 pacientes, e tivemos uma melhora muito interessante, principalmente no que diz respeito ao comportamento dos pacientes”, explica a neurologista e PhD em Ciências Farmacêuticas Alyne Mendonça Marques Ton, pesquisadora do estudo.
Em pacientes com Alzheimer, segundo a médica, foi possível observar melhora do comportamento, agitação e agressividade, além da memória.
“Alguns pacientes também deixaram de usar fraldas e apresentaram melhora na capacidade de fala. O aperfeiçoamento de comportamento e memória chegou a 70% com 90 dias de uso do suplemento”, destacou a neurologista.
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Já em pacientes com Parkinson, houve melhora do equilíbrio, da capacidade de deglutição e de fala, e também foi observada melhora na memória. O suplemento age, segundo a médica, pela modulação do microbioma intestinal e redução do estado inflamatório.
O gestor da empresa que realiza a pesquisa no Estado, Deivis Guimarães, explica que os pacientes serão pré-selecionados (existem alguns critérios para participar da pesquisa) e, provavelmente, em duas semanas os participantes começam fazer a administração do produto.
“Eles serão acompanhados por 90 dias, tomando uma cápsula por dia, conforme o peso do paciente. Ao fim dos 90 dias, após a publicação do estudo, daremos início ao processo de registro na Anvisa. Nossa esperança é conseguir melhorar a vida desses pacientes”.
Mais de 140 testes no mundo
O novo suplemento medicamentoso, que pode ser revolucionário no tratamento do Alzheimer e Parkinson, segundo os pesquisadores, é uma das poucas medicações que melhoram os sintomas do paciente.
“Hoje, existem 140 estudos no mundo tentando ver quais são os remédios eficazes para Alzheimer e Parkinson. Encontramos remédios para que a doença não evolua de maneira tão rápida, mas é difícil encontrar um que melhore os sintomas do paciente”, destaca a neurologista Alyne Mendonça.
A médica Sarha Queiroz, doutoranda em Ciências Farmacêuticas, ressalta que, com o envelhecimento da população, cresce cada vez mais o interesse e a necessidade por terapias eficazes.
“Apesar dos tratamentos específicos para as doenças neurodegenerativas, hoje aprovados, ajudarem na redução dos sintomas, eles ainda não são suficientes. Por isso, esta pesquisa com objetivo de atuar no eixo intestino-cérebro é um caminho promissor”.
Saiba mais
Inscrições por telefone ou pela internet
Pesquisa
> Em parceria com o laboratório de Portugal Micillic, pesquisadores capixabas estão recrutando pacientes voluntários para ampliar um estudo, gratuito, com um suplemento medicamentoso contra Alzheimer e Parkinson. O estudo será feito em Vitória.
Suplemento
> O mix probiótico denominado K10 possui efeitos positivos, já comprovados em estudo ainda não publicado, em pacientes com doenças neurodegenerativas, segundo pesquisadores.
> O suplemento age pela modulação do microbioma intestinal e redução do estado inflamatório.
> De acordo com pesquisadores, já foi feito um estudo prévio, em 2019, com 46 participantes, no qual foi demonstrado em pacientes com Alzheimer melhora do comportamento, agitação e agressividade, além de avanços na memória.
> Alguns pacientes também deixaram de usar fraldas e apresentaram aperfeiçoamento na capacidade de fala. A melhora de comportamento e memória chegou em 70% com 90 dias de uso do suplemento.
> Já em pacientes com Parkinson, houve melhora do equilíbrio, da capacidade de deglutição e de fala, e também foi observado avanço na memória.
Vagas e inscrição
> O estudo está com 150 vagas disponíveis e as inscrições começam amanhã.
> Os interessados precisam ter diagnóstico confirmado de uma das doenças. Podem participar pacientes de ambos os sexos, sem restrição de idade.
> As inscrições podem ser feitas pelo telefone 0800-616-4444 ou pelo link www.gon1.com.br/trial.
Como será?
> Após a seleção, ainda no mês de agosto inicia-se o estudo, com a administração da suplementação.
> Cada participante vai ingerir uma cápsula por dia, durante 90 dia. Por conta do contrato de confidencialidade, os pesquisadores afirmam que não é possível dizer quais são os probióticos contidos no mix, apenas que contém sete microrganismos na composição da cápsula.
> Após o período de acompanhamento, a pesquisa será publicada, e os pesquisadores darão início ao processo de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Custo
> O gestor da empresa Gon1, que realiza a pesquisa no Estado, Deivis Guimarães, informou que o valor da suplementação ainda não está definido. Mas, segundo ele, um dos pedidos feito ao parceiro é que o suplemento seja fornecido em um menor custo possível para ser acessível para o maior número de pessoas.
Fonte: Pesquisadores consultados.
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