Viciados nas ruas: comerciantes têm de pedir licença para abrir suas lojas
População reclama que moradores em situação de rua e usuários de drogas têm deixado rastro de sujeira em ruas da Grande Vitória
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Acampados em barracas improvisadas ou deitados em colchões e papelões, moradores em situação de rua e usuários de drogas têm causado muita dor de cabeça para comerciantes e quem reside na Grande Vitória.
De um lado, comerciantes são obrigados até a pedir licença para abrirem suas lojas, além de conviverem com furtos e arrombamentos de seus estabelecimentos.
Do outro, moradores reclamam que não podem andar pelas calçadas. Como se não bastasse, são ameaçados e intimidados, principalmente quando não dão dinheiro.
Diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Serra e Cariacica, Samuel Valle relata que os problemas são antigos, mas têm se agravado principalmente com o aumento de usuários de droga.
Ele diz que a situação é mais grave em Laranjeiras, na Serra. No cenário, a sujeira deixada nas calçadas e a insegurança, como furtos e roubos e até ameaças quando os trabalhadores pedem licença para acessarem seus comércios.
Tanto é que nesta quinta-feira (23), às 9 horas, a Câmara de Dirigentes Lojistas e a Associação de Moradores de Laranjeiras vão se reunir com representantes da prefeitura e da polícia para pensar e propor estratégias efetivas para lidar com o problema.
Lusmar Santos Furtado, presidente da Associação de Moradores de Laranjeiras, descreve a situação como insustentável. “Pedimos que a polícia faça mais abordagens”.
Quem também faz um apelo é Cesar Saade Junior, presidente da Associação Comercial da Praia do Canto. “Pedimos maior efetivo da polícia para impedir os arrombamentos noturnos e a intimidação que os usuários de drogas submetem os lojistas”.
Bruno Malias, presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi, em Vitória, disse que essa população aumentou depois da pandemia. “Quem comete pequenos delitos para sustentar o vício é preso, mas acaba sendo liberado em audiência de custódia”, lamentou.
O advogado e presidente da Associação de Moradores da Praia de Itapuã, Vila Velha, Valdenilson Lima, diz no meio de moradores de rua há usuários de drogas que promovem arrombamentos. “Defendo a união de todas as entidades e forças de segurança para buscar uma solução”.
Polícia orienta que moradores denunciem ocorrências
A Polícia Militar informou que atua em toda a Grande Vitória com policiamento ostensivo e abordagens a pessoas suspeitas, porém, ressalta que somente pode deter indivíduos em flagrante delito e não apenas por estarem em situação de rua.
Por isso, é importante que em casos de suspeita ou ocorrência de crime em andamento, o Ciodes (190) seja imediatamente acionado para que a viatura mais próxima siga de forma mais rápida para o endereço da ocorrência.
Já a Polícia Civil orienta as vítimas a registrarem as ocorrências em qualquer delegacia, a fim de identificar os suspeitos e aplicar a devida punição.
O Disque-Denúncia 181 é uma ferramenta crucial para a população auxiliar a polícia, fornecendo informações que possam levar à prisão dos criminosos, disponível também pelo site disquedenuncia181.es.gov.br.
O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas minuciosamente.
Mapeamentos e abordagens a pessoas em situação de rua
Prefeituras da Grande Vitória estão atentas ao problema e buscam soluções para resolver o problema. Em Vitória, por exemplo, uma equipe de abordagem faz um mapeamento das pessoas em situação de rua, como explica Cintya Schulz, secretária municipal de Assistência Social.
“O atendimento a esse público visa a superação da condição de rua. Temos uma equipe de abordagem que faz o monitoramento para saber se essa pessoa está sempre no mesmo local, se circula, se vai para a rua uma parte do tempo”.
Vila Velha realiza o trabalho diário de abordagem, onde são oferecidos serviços que buscam a reintegração à sociedade. Em Cariacica são serviços que vão do acolhimento a ações de assistência social.
Na Serra são oferecidos serviços voltados ao referenciamento, atendimento ou acompanhamento. Além disso, há o Comitê Intersetorial de Avaliação de Monitoramento de Políticas Públicas.
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