Policiais capixabas vão proteger abrigos no RS
Governo do Estado enviou ontem 16 militares para a região afetada pelas chuvas. Um helicóptero do Notaer segue amanhã
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Apoio e solidariedade com o Rio Grande do Sul. A fim de reforçar a proteção dos abrigos que atendem as vítimas das enchentes, foram enviados para o estado sulista ontem 16 militares da Secretaria da Casa Militar. Eles passarão a atuar a partir de amanhã e ficarão na região por 15 dias.
Além disso, o governo também anunciou que um helicóptero do Núcleo de Operações e Transportes Aéreo (Notaer) será enviado amanhã para auxiliar no resgate de vítimas.
O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Aguiar, informou que é a primeira vez que militares da Secretaria da Casa Militar farão parte da operação desse desastre.
“Está havendo muito roubo e muita violência contra as mulheres. Vamos ajudar a Polícia Militar de lá para dar segurança a essas pessoas que estão abrigos”.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul informou, por exemplo, que já realizou mais de 50 prisões em abrigos desde o início da tragédia climática.
Coronel Aguiar ainda reforçou que, se houver necessidade, quando a equipe retornar, será enviado outro efetivo com 16 militares.
“Temos que ter empatia pelo próximo, pelo sofrimento, pela dor do outro. É uma situação que nos comove. Qualquer brasileiro que puder colaborar para minimizar o sofrimento é válido. E estamos contribuindo como podemos”.
Três equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo já foram enviadas para atuar na tragédia, somando 38 bombeiros. Duas delas já encerraram a missão e ajudaram no resgate de cerca de 300 pessoas e mais de 80 animais.
Três cães de busca e resgate foram junto com os bombeiros e o governo também enviou três estações de tratamento de água e equipamentos para salvamento
“É um cenário apocalíptico”
Guilherme Martinelli Schulz, primeiro-tenente bombeiro militar, de 35 anos, participou da operação do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) no Rio Grande do Sul junto à primeira equipe que foi enviada ao estado sulista.
Em entrevista para o jornal A Tribuna, ele contou sobre as experiências que viveu lá.
A Tribuna- Como foi o trabalho no Rio Grande do Sul?
Guilherme Schulz- Já atuamos em Mimoso do Sul, na tragédia de Petrópolis (RJ), em enchentes de Itabuna (BA), no terremoto da Turquia e Síria, em Brumadinho e Mariana (ambos em Minas Gerais). Temos experiência à resposta a desastres, mas no caso do Rio Grande do Sul era algo diferente, o estado todo foi atingido, praticamente 80% dos municípios foram afetados de alguma forma.
A experiência foi difícil, mas gratificante, porque, por termos chegados poucos dias depois da chuva, ficamos com a parte de salvamento de pessoas e animais que estavam ilhados.
Como está a situação?
É um cenário apocalíptico. Muita gente perdeu tudo, quando não perdeu algo em casa, perdeu conhecidos. Chegamos para fazer o nosso trabalho, mas não tem como falar que não vamos nos emocionar, porque tratamos diretamente com as vítimas e ficamos sensibilizados com a situação. Por mais que a gente consiga dar o resgate e todo o apoio possível, não tira o fato de que elas perderam tudo.
Alguma situação que ficou em sua memória?
A de uma senhora cadeirante que estava no terceiro andar de um edifício. Estava ilhada e sem possibilidade de sair. Esse foi um resgate um pouco mais complexo que fizemos, e foi gratificante para a nossa equipe tirá-la daquela condição.
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