Veja o passo a passo para se tornar um voluntário no ES
Especialistas afirmam que uma das formas é procurar algo que se identifica, ter um propósito e fazer o trabalho com amor
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O que move alguém a servir em uma causa? Motivações religiosas, melhorar autoestima, retribuição? A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, divulgada no fim do ano passado, revelou que para 74%, dos 57 milhões de voluntários no Brasil, a principal motivação para realizar o trabalho voluntário está na solidariedade. Mas o que é preciso se para se tornar um voluntário?
Especialistas afirmam que um dos caminhos para o voluntariado é procurar algo que se identifica, ter um propósito e fazer o trabalho com amor.
“As recomendações para quem deseja ser mais solidário ou iniciar um voluntariado é primeiro entender que você vive em comunidade, que você é um ser social. Entender que há um mundo lá fora necessitando de pelo menos um minuto do seu dia”, destaca a psicóloga Vanessa Cristina.
A psicóloga Nívia Pereira, coordenadora da Equipe Multidisciplinar do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, destaca que entre as características que um voluntário precisa ter estão a compaixão e a empatia.
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“Que ele olhe para o outro de maneira humanizada e perceba que há algo que ele pode doar para fazer com que o outro se sinta melhor. É promover um bem-estar”.
Também é preciso levar em consideração questões simples, segundo a psicóloga Ana Paula Cunha, como fazer o trabalho voluntário caber na rotina.
“É preciso também ter afinidade com a causa. Não pense em habilidades que você tem ou não tem. O primeiro requisito é boa vontade”, pontua.
“Ao realizar um trabalho voluntário, o primeiro objetivo é fazer a diferença, seja na vida das pessoas, na de bichinhos, quando é causa animal, ou em alguma outra forma que você contribui com o mundo”, ressalta Ana Paula.
A psicóloga Amanda Boynard chama atenção para os sentimentos e emoções envolvidos no voluntariado.
“Eles podem variar dependendo da situação e do tipo de trabalho realizado. Muitas pessoas relatam sentir alegria, gratidão, satisfação, empatia, compaixão e esperança ao ajudar os outros. No entanto, também pode haver momentos de desafio emocional ao se deparar com situações difíceis ou tristes, como acontece bastante na área da saúde”, alerta.
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“É importante cuidar do seu próprio bem-estar emocional enquanto se envolve, buscando apoio e compartilhando seus sentimentos com outras pessoas, quando necessário”, completa.
Voluntariado
Para realizar algum tipo de trabalho voluntário é preciso ter, principalmente, vontade, tempo, comprometimento e amor. Não precisa saber fazer algum trabalho manual, tocar instrumentos ou praticar esportes.
O voluntariado, dependendo da instituição, pode ajudar desde serviços administrativos até de limpeza, cozinha ou serviços em geral. Basta querer.
FIQUE POR DENTRO
Alguns projetos
1. Acacci
A Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci) conta com um Programa de Voluntariado. O interessado pode realizar a sua inscrição por meio de um formulário no site acacci.org.br/seja-um-voluntario.
Para atuar, o candidato ao voluntariado precisar passar por uma capacitação e treinamento junto às áreas, bem como assinar o termo de adesão ao voluntariado, em consonância com a lei nº 9.608, de fevereiro de 1998.
2. Afecc
A pessoa interessada deve entrar em contato com o Setor de Voluntariado da Afecc, no (27) 3334-8135 ou pelo e-mail [email protected].
O interessado informa sobre o tipo de atividade que pretende realizar e é informado sobre os projetos existentes no Hospital Santa Rita.
3. Apae
Há duas formas de contribuir com as Apaes como voluntário. A pessoa pode doar um pouco do seu tempo como profissional, no dia a dia, ou colaborar com as ações e eventos que cada entidade realiza.
Nesse caso, é preciso procurar a Apae mais próxima. Cada uma delas tem as políticas próprias para receber os voluntários.
No site da Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes) é possível encontrar informações de todas as entidades filiadas: https://apaees.org.br/unidades.
4. Cristolândia
Para ser voluntário na Cristolândia a pessoa precisa passar por um treinamento com a equipe, que funciona de terça a sexta.
O Projeto atende pessoas em vulnerabilidade social, oferecendo café da manhã , corte de cabelo, banho e almoço, e acontece no centro de Vitória, na região da Vila Rubim.
Durante o tempo do café e almoço são realizados cultos, já que a intenção do projeto é retirar as pessoas das ruas. Contato: ( 27) 99609-6480.
5. Cestas do Bem
Mensalmente, são feitas visitas presenciais diretamente nos bairros, aleatoriamente, em toda a Grande Vitória, onde o voluntário conhece de perto a realidade de cada família.
O voluntário do projeto precisa: realizar cadastro das famílias, indo de casa em casa; receber doações, organizar doações e entregar as cestas básicas. O cadastro e a ação acontecem durante a semana. Contato: (27) 99942-5514.
6. Associação Restitui
a associação presta assistência às famílias cadastradas e está precisando de voluntários psicólogos, dentistas, oftalmologistas e pessoas que disponibilizariam palestras para mães e cursos de artesanato para ajudar com a renda da família. A associação fica em Ataíde, Vila Velha. Contato: (27) 3063-0216.
7. Associação de Vivência Shalom
O projeto atende crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, no contraturno escolar, e oferece reforço escolar, alimentação, apoio psicológico, aulas de música e esportes. A instituição fica em Central Carapina, na Serra. Contato: (27) 99881-9373.
8. Sociedade Praiana de Estudos Espíritas
Há diversas atividades voluntárias, como confecção de perucas e chapéus de crochê para crianças com câncer, reforço escolar, distribuição de cestas básicas para famílias cadastradas, confecção de enxoval de bebê para gestantes carentes, entre outras atividades. A instituição fica em Santa Lúcia, Vitória. Contato: (27) 99837-2387.
9. Mãos do Coração
O grupo cuida de um bazar onde recursos são levantados para promoverem jantares beneficentes para ajudar instituições como Afecc e Acacci. Contato: (27) 99227-7530.
10. Lar Batista Albertine Meador
Acolhe crianças e adolescentes. Localizada na Serra. Contato: (27) 3328-5165.
Fonte: Instituições consultadas.
ANÁLISE - Rubia Passamai, psicóloga
“O voluntariado faz um bem maior a quem o pratica. Ao mesmo tempo em que é um ato de generosidade fazer pelo outro e suprir uma necessidade do outro, é satisfatório se sentir útil e importante na vida de alguém.
O trabalho voluntário gera uma sensação de paz interior e de dever cumprido, eleva a autoestima e promove o fortalecimento do senso de gratidão diante da vida.
Ajudar o próximo, além de contribuir para amenizar desigualdades de diversos tipos, aumenta a percepção com relação a tudo que se tem e cujo valor, muitas vezes, na correria do dia a dia, não é reconhecido.
A necessidade e a escassez vivida pelos outros provocam, de certa maneira, um choque de realidade capaz de mudar o olhar com relação à vida, ressignificando-a.
Antes de escolher um trabalho voluntário, entretanto, é preciso se autoconhecer, ter consciência das limitações emocionais e dos gatilhos que podem ser disparados.
É por isso que o trabalho voluntário precisa ser acompanhado de um processo de autodescoberta e de ressignificação dos próprios conceitos e valores, para que seja transformador para todos os envolvidos”.
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