Vacina contra a dengue: chegada de novas doses vai ampliar grupo prioritário
Crianças de 10 e 11 anos serão vacinadas em 23 municípios do ES
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“Depois de quase 40 anos de epidemias sucessivas de dengue no Brasil, após a reintrodução do vírus, nós temos uma esperança. A vacina é uma vitória da ciência e é uma esperança de que possamos transformar o controle dessa doença, não mais focada no controle de vetor, mas transformá-la em uma doença que a gente pode prevenir pela vacinação.”
Com essas palavras, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, comemorou o início da imunização e falou ainda sobre a possibilidade em ampliar para outros grupos, até mesmo com a vacina do Butantan, destinada a quem tem entre 2 e 59 anos.
A Tribuna- Por que foi escolhido o público-alvo de 10 e 11 anos inicialmente?
Ethel Maciel- A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou que essa vacina fosse administrada na população de 6 a 16 anos. Nosso SUS comprou 95% da produção desse ano e já encomendou para 2025. Com esses 6 milhões de doses dá para vacinar 3 milhões de pessoas, pois são duas doses.
Então, tivemos que eleger um grupo dentro daquele recomendado pela OMS. Analisando os dados do Brasil na série histórica dos últimos 10 anos, a maior gravidade dessa doença acontece no público de 10 a 14 anos, que foi selecionado. Estamos iniciando com o público de 10 e 11 anos e vamos subindo as faixas etárias à medida que novas doses forem entregues.
Há possibilidade de ampliar para outros grupos, por exemplo, com a vacina do Butantan?
Sim. Estamos bastante esperançosos com a publicação dos resultados da fase três da vacina do Butantan, porque ela vai permitir uma ampliação da vacinação no Brasil. É uma vacina muito boa, com uma dose só e 80% de eficácia.
O diretor do Butantan nos informou que até setembro enviaria para a Anvisa. Estamos esperando a aprovação para iniciar a análise e a incorporação ao Sistema Único de Saúde.
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