SUS terá cirurgia robótica para tratar câncer de próstata
Procedimento é indicado para casos da doença localizada, quando o tumor ainda não se espalhou para outras partes do corpo
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Um novo procedimento deve passar a fazer parte do tratamento do câncer de próstata na rede pública. A cirurgia robótica para o tratamento deste tipo de câncer já é utilizada na rede privada.
Agora, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou a inclusão deste procedimento na rede pública.
O procedimento, chamado de prostatectomia radical assistida por robô, consiste na retirada completa da próstata.
O urologista Henrique Menezes assinala que o procedimento é indicado para casos da doença localizada, quando o tumor ainda não se espalhou para outras partes do corpo.
“A cirurgia de câncer de próstata por robô é indicada para pacientes com câncer de próstata na fase inicial, com a doença localizada apenas na próstata. Ela não é indicada para pacientes com doença metastática”.
Na técnica robótica, o cirurgião opera a partir de um console, controlando braços mecânicos com alta precisão, visão 3D ampliada e filtro que elimina tremores das mãos.

Segundo o urologista Felipe Merlo Magioni, “o robô oferece movimentos mais precisos, facilita a realização de etapas complexas e minimiza a manipulação dos órgãos, o que acelera a recuperação”.
Ao contrário da cirurgia tradicional, que exige cortes maiores, a robótica possui cortes mínimos, onde são feitas pequenas incisões na cavidade abdominal para a passagem dos braços do robô, permitindo maior preservação das estruturas ao redor.
O urologista Claudio Borges ressalta que entre os benefícios estão menor sangramento, recuperação mais rápida, redução no tempo de internação e melhores índices de preservação da continência urinária e da função sexual.
Ele compara: na cirurgia tradicional, o paciente costuma permanecer internado de dois a três dias e usar sonda por cerca de 14 dias; na robótica, a internação geralmente é de apenas um dia e a sonda fica sete dias.
Para ser oferecida no SUS, a técnica depende da aquisição dos equipamentos – de alto custo – e da capacitação dos profissionais. O treinamento inclui aulas teóricas, prática em simulador virtual e cirurgias supervisionadas por um médico experiente, além de certificações específicas.
A Conitec avaliou que o custo é compensado pelo ganho de qualidade de vida dos pacientes.
Os números
70 mil novos casos no Estado em cada ano do triênio 2023-2025
7 dias período de uso da sonda
Saiba mais
O que é a cirurgia robótica
Trata-se de um procedimento minimamente invasivo no qual o cirurgião opera um console que controla braços robóticos.
Esses braços realizam movimentos precisos, com visão tridimensional ampliada e filtro que elimina tremores, permitindo manobras mais seguras e delicadas do que as feitas manualmente.
Indicação clínica restrita
A técnica é recomendada apenas para casos de câncer de próstata localizado, quando o tumor não se espalhou para outras partes do corpo.
Métodos diferentes
Enquanto a cirurgia tradicional exige cortes maiores e a laparoscopia oferece visão bidimensional, a robótica utiliza pequenas incisões para inserir os instrumentos e fornecer ao médico visão 3D em alta definição, ampliando detalhes anatômicos e reduzindo riscos de danos a estruturas próximas.
Benefícios para o paciente
Além de menor sangramento e risco cirúrgico, a robótica proporciona recuperação mais rápida, menos tempo de internação e menor período de uso de sonda.
Segundo o urologista Claudio Borges, o paciente tradicionalmente ficava de dois a três dias internado e usava sonda por cerca de 14 dias; com o robô, a alta costuma ocorrer no dia seguinte e a sonda é retirada após sete dias.
Impacto na qualidade de vida
A precisão da robótica aumenta as chances de preservação da continência urinária e da função sexual após a cirurgia, dois fatores que influenciam diretamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional do paciente.
Treinamento especializado
O aprendizado para operar o robô envolve várias etapas.
Entre elas a capacitação teórica, prática em simuladores virtuais, realização de cirurgias supervisionadas por um médico proctor e certificações específicas.
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