Sobrinha de médico morto no RS: "Vai ser para sempre o meu herói
Leandro Medice teve um mal súbito enquanto atuava como voluntário no Rio Grande do Sul
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Para quem nunca poupou esforços em ajudar quem precisasse, o médico Leandro Medice, de 41 anos, morreu fazendo exatamente o que fazia de melhor: salvar vidas. Para a família, é assim que ele será lembrado. “Será para sempre nosso herói”, disse a nutricionista Amanda Medice da Cruz, de 22 anos.
Além de sobrinha e afilhada de Leandro, Amanda estava trabalhando com o tio no instituto criado por ele e que leva o nome do médico, voltado para a área também da medicina estética. Pelas redes sociais ela publicou uma carta aberta, na segunda-feira (13), ao “dindo”.
“Morrer é ridículo. Você combinou que iríamos almoçar na semana seguinte, está com planos de reformar sua casa, está preocupado com as contas, com várias ideias para o instituto. E, do nada, pela manhã, morre”.
Na tarde de segunda, emocionada, ela conversou com a reportagem sobre a dor de toda família.
Também falou sobre a trajetória profissional do tio e padrinho, que se formou inicialmente em Fisioterapia e, depois, realizou o sonho de fazer Medicina, profissão que era apaixonado por exercer.
Especializado em cardiologia, ele atuou no Samu e ainda no Hospital Evangélico de Vila Velha.
A Tribuna – Ajudar as vítimas no Rio Grande do Sul era algo que ele queria muito fazer?
Amanda Medice Cruz – Muito. A gente já tinha se comovido com essa situação e já estava postando nas redes sociais do Instituto que estávamos recolhendo alimentos, água. Foi então que surgiu a oportunidade dele ir como voluntário lá para o Sul.
Foi no domingo (12)?
Sim, de madrugada. Ele operou no sábado (11) até tarde e foi, no Dia das Mães. A mãe dele, minha avó, ficou extremamente orgulhosa, porque uma pessoa que abre mão da sua casa, do seu lar, da sua família, para ajudar outras é especial.
Para minha avó, não importava que ele não estava ali naquele momento, porque ajudar pessoas era o que ele amava fazer.
Ele trabalhou o dia todo do domingo como voluntário?
Sim. Ele chegou a mandar uma foto antes de dormir. Aparentava estar bem (choro).
E ele tinha algum problema de saúde?
Nada, nada, nada. Era uma pessoa saudável, fazia academia, sempre foi uma pessoa ativa, se alimentava bem.
E como ficaram sabendo do que aconteceu?
Recebemos a notícia hoje (segunda-feira, dia 13) pela manhã. Alguém ligou de lá. É uma dor tão grande, indescritível. Estamos todos ainda sem saber o que estamos sentindo porque isso é algo que nós nunca esperamos.
Meu padrinho tinha 41 anos, estava fazendo bem, estava ajudando pessoas. Deixou sua casa para ajudar as pessoas e morre assim.
A família tem recebido muitas mensagens de carinho nesse momento?
Muitas mensagens, pessoas falando sobre a pessoa que ele era, o profissional. Pessoas que nem o conheciam, mas estão mandando energias positivas para todos aqui também. Isso nos conforta de alguma forma. Nossa família está toda reunida enquanto aguarda os trâmites da liberação do corpo, fizemos orações aqui.
Temos a certeza de que agora ele está num lugar muito melhor, e o Senhor já está de braços abertos para recebê-lo.
Para quem não conhecia o seu padrinho, como descreveria ele?
É até difícil falar... O meu padrinho era uma pessoa extraordinária. Ele tirava a roupa do corpo para ajudar alguém. Ele era a base da nossa família, um médico excelente. Não se importava com classe social, não se importava com o que a pessoa tinha ou quem era.
Quando ele falava com uma pessoa dentro do hospital, ele atendia a todos da mesma forma, nunca vi fazer distinção.
Ele escolheu a profissão certa, que amava, e a cumpriu com excelência. Nunca tive nada de ruim para dizer sobre ele, porque ele sempre foi um herói para mim. Agora, ele sempre será um herói para todos nós.
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