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Cidades

Setembro Verde: Um encontro de famílias de doadores de órgãos

Em tarde de muita emoção, missa de ação de graças no Convento da Penha reuniu fiéis, parentes de doadores e transplantados


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Imagem ilustrativa da imagem Setembro Verde: Um encontro de famílias de doadores de órgãos
O casal Mitsi e Joacyr vivenciou os dois lados: o filho morreu e foi doador, e anos depois o pai teve que fazer um transplante |  Foto: Fábio Nunes / AT

Emoção foi o que não faltou durante uma missa de ação de graças para doadores de órgãos realizada no Convento da Penha durante a tarde de quarta-feira (25).

Reunindo fiéis e familiares de doadores, assim como agentes e colaboradores da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo, foi um momento de reflexão e conscientização sobre a importância da doação, que salva vidas.

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O casal Mitsi Mary Rossi, cabeleireira de 65 anos, e Joacyr Braz Rossi, 67, aposentado, esteve presente na “Missa da Saúde” e contou sua história para A Tribuna.

Eles vivenciaram os dois lados: seu filho de 20 anos, Dayverson Vitor Rocha Rossi, perdeu a vida e foi um doador, e anos depois, Joacyr precisou ser transplantado.

Mitsi explicou que o assunto de doação de órgãos era constantemente falado dentro de casa e Dayverson acreditava ser muito importante. Portanto, quando o jovem faleceu, em 2005, por conta de um acidente de moto, não houve dúvidas quanto à doação de órgãos.

“Não foi só a nossa decisão como pais. Era o que ele queria, o que ele pedia que fosse feito. Isso nos dá muito conforto e alegria. Dá saudade? Sim. Mas dá alegria de saber que tivemos coragem de fazer o que ele pediu”, contou Mitsi, emocionada.

Ao todo, Dayverson, que na época estava se formando em Educação Física, ajudou cinco pessoas ao ser doador de duas córneas, dois rins e um fígado. “Graças a Deus conhecemos todos os ganhadores e conversamos até hoje. Deles, dois eram crianças, de oito e nove anos na época. Hoje estão formados e já casaram”, disse a mãe.

Tempos depois, em 2014, quem foi salvo pela doação de órgãos foi o pai de Dayverson, Joacyr, o qual recebeu um fígado de um doador do Rio Grande do Norte.

O aposentado, que tinha hepatite, sofreu uma queda e teve problemas na coluna cervical. Durante um procedimento de eletroneuromiografia, para saber o local correto que deveria ser tratado, ele contraiu uma bactéria que acometeu seu fígado e teve ascite (barriga d’água).

“Fiquei internado cinco dias, e em um dia apenas tiraram sete litros e meio de água de minha barriga. Saindo do hospital, já fui para a fila de espera para o trasplante”.

A espera pelo fígado durou um ano e dois meses, e tudo ocorreu bem com o transplante. A dupla contou ser muito grata ao doador. “Nunca esperávamos viver esses dois lados”, contou Mitsi.

Fila de espera tem 2.500 pessoas

O mês de setembro é marcado pela campanha “Setembro Verde”, voltada para a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos. Ter o entendimento de que esse ato salva vidas é fundamental, visto que existem pessoas as quais necessitam de transplante tanto para sobreviver quanto para ter melhor qualidade de vida.

Maria Machado, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, compartilhou números do Estado: atualmente há 2.500 pessoas na fila para receber um órgão, e em relação aos transplantes, foram feitos 175 deles de janeiro até julho.

De acordo com a profissional, este é um ano promissor, comparado a 2023. “Tivemos um aumento de 30% no número de transplante de órgãos e 40% no número de transplante de córneas. Deixa a gente bem alegre por poder ajudar essas pessoas que estão na fila”.

Maria ainda contou como funciona todo o processo, da doação ao transplante. “Ele se inicia no hospital, onde é aberto o protocolo para o diagnóstico de morte cerebral e, uma vez que o paciente esteja com o diagnóstico determinado, as famílias são entrevistadas”, comentou.

“Elas dizendo ‘sim’ para a doação, a Central de Transplantes passa a organizar todo o processo de distribuição desses órgãos”, concluiu.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmou que os órgãos de uma pessoa só poderão ser doados com autorização de um familiar. Assim, é fundamental falar com a família sobre o desejo da doação.

A instituição também deixou informado sobre quais órgãos podem ser doados: rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões.

Mortes

Segundo uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, em média, cerca de três mil brasileiros morrem por ano enquanto aguardam cirurgia para o transplante de órgãos. Apenas neste semestre, foram 1.793 mortes, e delas, 46 foram de crianças.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante De Órgãos (ABTO), a recusa familiar é a principal causa da não doação de órgãos. No País, a média atual é de 45% de recusas, mas há variação regional, apontou a matéria. No Paraná é de 25%, e no Acre, de 77%, por exemplo.


Fique por dentro

Doação de órgãos

2.500 pessoas estão na fila atualmente para receber um órgão no Estado. Em relação aos transplantes, foram feitos 175 deles de janeiro até julho.

Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões.

A doação de órgãos pode ser feita tanto por um doador falecido (que tenha tido morte encefálica) quanto por um doador vivo (pode doar rins, parte do pulmão ou parte do fígado) para um familiar próximo. Quando for para uma pessoa não aparentada é necessário autorização judicial.


Visão da Igreja

“A Igreja Católica considera a doação de órgãos como um ato de amor e solidariedade, um gesto de misericórdia, prática nobre e digna de ser encorajada desde que seja feita, evidentemente, de forma ética e respeitosa.

A Igreja também vê que a doação não contraria a fé cristã na ressurreição final. É um ato de caridade fraterno que pode salvar ou melhor a qualidade da vida e a dignidade da pessoa. A Igreja vê que ela deve ser feita com consentimento livre e consciente do doador ou de seus familiares”.

- Por Frei Paulo César Ferreira, vigário do Convento da Penha

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