Santa Leopoldina na Grande Vitória: tema divide opiniões
Projeto de lei propõe que Santa Leopoldina seja incluída na região. Tema vai ser debatido por comissões na Assembleia Legislativa
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Hoje com sete municípios, a Região Metropolitana da Grande Vitória pode ganhar mais uma cidade integrante: Santa Leopoldina. É o que propõe o Projeto de Lei Complementar 40/2023, de autoria do deputado estadual Vandinho Leite.
O município seria integrado a Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória na divisão das regiões. Atualmente, Santa Leopoldina pertence à microrregião Central Serrana e faz divisa com Cariacica, Serra e Fundão, que já integram a metrópole capixaba.
Segundo o deputado autor do texto, a proposta foi construída em conjunto com a cidade e vai permitir ao município a recepção de maiores investimentos.
Um dos exemplos de benefícios seria o recebimento de linhas do sistema de transporte do Transcol e o acesso a políticas públicas e recursos provenientes do Fundo Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Vitória (Fumdevit).
“A proposta tem o objetivo de permitir a busca por soluções conjuntas no sentido de agregar forças e valores que favoreçam o desenvolvimento conjunto dos municípios, explorando e diversificando as potencialidades locais”, disse o deputado.
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A matéria foi apresentada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) no dia 1º de agosto e ainda deve seguir o trâmite exigido até ser levada ao executivo do Estado.
A proposta será analisada pelas comissões de Justiça e Finanças da Ales, ainda sem prazo definido. Após as análises, o texto segue para plenário, onde será votado e encaminhado para sanção ou veto do governo do Estado.
O prefeito de Santa Leopoldina, Romero Luiz Endringer, afirmou que a prefeitura ainda não tem um posicionamento sobre a inclusão, mas reuniões para debater o assunto já estão marcadas.
“Vamos fazer avaliações dos benefícios porque não podemos dizer que somos contra sem levar em consideração esses estudos. Também vamos ouvir a cúpula da nossa gestão, a Câmara Municipal e os munícipes, principalmente os que moram na região urbana”, adiantou.
Em seu terceiro mandato, o prefeito contou que por volta do ano de 2015, a proposta de inclusão já havia sido ventilada, mas não foi adiante.
Endringer ressaltou que a cidade tem potencial turístico e se destaca pela tranquilidade entre as instituições e os 13.100 moradores.
Projeto divide opiniões e moradores pedem diálogo
A proposta de incluir Santa Leopoldina na região metropolitana tem dividido a opinião de moradores da cidade, que ainda avaliam os benefícios e malefícios do projeto.
Para o analista de tecnologia Flaviano Barcellos Fassarellla, de 42 anos, ao mesmo tempo em que a cidade seria beneficiada com investimentos, a maior circulação de pessoas exigiria mais cuidados.
“Santa Leopoldina é uma cidade pacata. Estamos acostumados a deixar a bicicleta encostada na rua e a dormir de portas e janelas abertas. Teríamos um cuidado a mais com esse aumento da circulação, mesmo sabendo que o Transcol traz pessoas boas e ruins”.
Já a liderança no ramo de turismo da cidade, Maristela Pagung, de 64 anos, não enxerga a proposta como prioridade. Segundo ela, a cidade tem outras demandas.
“Temos um tráfego intenso de caminhões dentro de uma cidade que é histórica, tombada pelo Patrimônio Histórico, mas que não recebe atenção para solucionar este problema”.
O artista Carlos Alberto Pereira, que já foi vereador e presidente da Câmara Municipal, defende uma ampla participação dos moradores neste processo.
“Para que isso aconteça, temos de consultar a sociedade leopoldinense, por meio de audiência pública. Temos de ouvir o povo, porque sem ele, não podemos tomar decisão alguma”.
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