Registro civil: número de bebês é o menor em 22 anos no ES
Na comparação com 2023, quando foram contabilizados 52.240 nascidos vivos, houve uma queda de 4,5%, segundo o IBGE/ES
Outro dado chama atenção: no Espírito Santo, o número de nascimentos em 2024 (49.894 nascidos vivos) é o menor desde 2003, ou seja, em 22 anos.
Na comparação com 2023, quando foram contabilizados 52.240 nascidos vivos, houve uma queda de 4,5%, segundo Renata Coutinho Nunes, chefe da Seção de Disseminação de Informações do IBGE/ES.
O Brasil teve pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024. Esse número representa uma queda de 5,8% na comparação com os 2,52 milhões de nascidos em 2023, marcando uma sequência de seis anos seguidos com recuo na quantidade de nascimentos.
Mais que traçar uma tendência de queda, os dados mostram um aprofundamento desse comportamento, pois a redução de 5,8% é a maior dos últimos 20 anos. Supera a marca anterior, que era de 5,1% na passagem de 2015 para 2016.
No entanto, no Estado não caiu pelo sexto ano consecutivo. “Caiu em 2019, 2020, 2021 e 2022. Voltou a crescer em 2023 e caiu em 2024”, explicou Renata Coutinho Nunes.
No entendimento da vice-presidente do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado (Sinoreg/ES), Fabiana Aurich, a diminuição dos nascimentos decorre de vários fatores conjuntos.
O alto custo de vida, a insegurança econômica, o adiamento da maternidade e da paternidade, a maior inserção da mulher no mercado de trabalho e uma mudança de valores, em que ter filhos deixou de ser uma obrigação social e passou a ser uma escolha muito mais planejada, foram exemplos citados por ela.
Ao longo de duas décadas, os registros mostram que as mulheres estão tendo filhos mais velhas. Em 2004, pouco mais da metade (51,7%) dos nascimentos eram gerados por mães com até 24 anos. Em 2024, a proporção caiu para 34,6%.
Na Região Centro-Oeste houve a principal queda neste indicador, de 55,1% para 35,1% no mesmo período, enquanto Sul (29,9%) e Sudeste (30,7%) apresentaram valores mais baixos em 2024.
No Espírito Santo, cerca de 42,2% das mulheres possuíam 30 anos ou mais no momento do parto.
Houve diminuição também do número de registros de nascimentos gerados por mães adolescentes com até 19 anos, variando de 20,8% em 2004 para 11,3% em 2024.
Mesmo assim, foram 267.446 nascimentos concebidos por mães nessa faixa etária no País, considerando que a maternidade entre mulheres jovens pode ser um fator que dificulta sua permanência na educação formal.
Filho único
“Relação cheia de aprendizado”
Quem vive a experiência de ter um filho único é a advogada Ester Magalhães, de 32 anos. Há nove anos, Lucca Magalhães Gomes Santos chegou e transformou a sua vida.
Ester conta que foi mãe muito jovem, em um momento inesperado, e desde então vive uma relação intensa e cheia de aprendizados com o filho.
Hoje, no auge da carreira profissional e segura de suas escolhas, ela não tem dúvidas em afirmar que a família está completa assim: com um único filho.
“Vejo a maternidade como uma função profunda, que exige dedicação, estudo, tempo e muita autoconsciência. Ao olhar para a minha vida e para o mundo, percebi que ampliar a família não condizia com o que desejo para o meu futuro. Por isso, optei por não ter outro filho”, revelou a advogada.
Raio-X
Divórcios no Estado
Queda
Em 2024, foram concedidos 6.288 divórcios (3.640 em 1ª instância sem recursos e 2.648 por escrituras extrajudiciais) no Espírito Santo. Esse número foi 16,4% inferior ao total de divórcios em 2023 (7.523).
Confira o ranking das 30 cidades (divórcios concedidos em 1ª instância ou por escritura).
1º Serra 1.193
2º Cariacica 778
3º Vila Velha 416
4º Vitória 363
5º Guarapari 350
6º Cachoeiro de Itapemirim 226
7º Marataízes 211
8º Itapemirim 189
9º Santa Maria de Jetibá 130
10º Barra de São Francisco 122
11º Ibatiba 113
12º Iúna 112
13º São Mateus 101
14º Ecoporanga 84
15º Guaçuí 75
16º Muniz Freire 72
17º Piúma 67
18º Pinheiros 64
19º Linhares 62
20º Pancas 61
21º Mantenópolis 60
22º Nova Venécia 59
23º Anchieta 55
24º Domingos Martins 53
25º Colatina 53
26º Bom Jesus do Norte 48
27º Baixo Guandu 48
28º Aracruz 48
29º Água Doce do Norte 46
30º Montanha
No Brasil, o número de divórcios caiu 2,8% no mesmo período.
Tempo médio entre o casamento e o divórcio
No Espírito Santo, em 2024, o tempo médio entre a data do casamento de cônjuges de sexo diferente e a data da sentença ou escritura do divórcio era de 13,2 anos.
O tempo médio de duração do casamento vem caindo ao longo do tempo: em 2004, era de 17,5 anos; e em 2014, de 14,4 anos.
A idade média dos homens ao se divorciarem era de 44,6 anos enquanto a das mulheres era de 41,6 anos.
Comparação
A taxa geral de divórcios, isto é, o número de divórcios para cada 1.000 pessoas de 20 anos ou mais de idade foi de aproximadamente 2,1% em 2024 no Espírito Santo, ficando abaixo da taxa média nacional, que foi de 2,7%.
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Comentários